O que nos falta é apreendermos a doce sensação de estarmos na nossa própria presença, é se conhecer, é saber quais são nossos medos, nossas vontades, nossas sensações... Até onde você se permite? Você ja permitiu se conhecer? Se ainda não fez isso, acho que ja passou da hora então!
quinta-feira, 19 de abril de 2012
Me incomoda...
O que me incomoda profundamente é saber que você ainda existe aqui dentro mesmo sem ter mérito nenhum. É saber que o coração acelera por sentir o teu toque mesmo quando pra você isso não representa nada ou não é nada.
Incomoda-me o tempo todo saber que você nunca se importou e que através de palavras vazias tenta justificar coisas que nem sequer sentiu.
Perturba-me a mente pensar sobre você, ou tentar entender tantos questionamentos que um dia me foi feito, dos quais muitos eu sei as respostas, mas eu nunca dividi, mas ainda me questiono se você também pensou sobre isso...
Incomoda meu sono ter você nos meus últimos pensamentos, e frustra meu dia pensar em você, não por ser ruim, mas por não ser merecedor.
Sinto raiva por permitir que você fizesse parte de tudo isso e ainda não contente, ignoro tudo que possa me remeter às suas palavras, frases, colocações ou qualquer outro tipo de momento.
Sinto mágoa cada vez que me lembro de momentos que estivemos juntos, sinto dor ao pensar em cada sorriso e dor por lembrar de cada abraço.
Um dia me disseram que não podemos esperar das pessoas o que elas não têm pra dar, mas isso não faz com que eu esteja feliz por ninguém nunca me dar nada.
Em algum momento disseram que às vezes o pouco pra você é muito para o outro, no meu caso o que é pouco pra você, pra mim significa nada, um grão de areia levado pelo vento.
Com tudo isso, cada vez que me lembro de você, só posso dizer o quanto me sinto infeliz e quanto você não acrescentou, mas eu sei exatamente o quanto eu precisei me dividir!
sexta-feira, 13 de abril de 2012
Reflexos
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"Sabe, eu tô desenvolvendo uma nova filosofia, eu só preciso suportar um dia por vez.” (Charlie Brown) |
Muitas
vezes desconheço essa que olha no espelho todas as manhãs...
Tento
questioná-la sobre como vai ser o seu dia, pergunto se ela tem algum plano
imediato pra ser realizado nesse momento, tento perceber nos olhos dela se
existe alguém com quem ela ainda se importe, e mais que isso tento entender
como se importa se não pensa, não se lembra e não faz nada pra ser constante?
Como se importa se não deixa que outras pessoas sejam presentes?
São
tantos questionamentos e não há nenhuma resposta, um vazio, um silêncio...
Ouvir
o silêncio definitivamente é ainda muito pior do que muitos dizem...
Durante
esse olhar no espelho, depois de todas essas perguntas, depois de uma série de
reflexões sobre um amontoado de coisas que com toda certeza desconversam ou
fogem do assunto inicial que deveria ser pensado... A resposta é sempre a
mesma, “eu ainda não sei”, seguida de “ainda vou ver o que vou fazer até o fim
do dia”, com alguns complementos de “hoje não estou a fim de pensar sobre isso”,
logicamente que ela não quer pensar sobre nada, e finge que o dia é longo e que
está muito cansada pra ter que tomar uma decisão, acredita mesmo que o dia tem
menos de vinte quatro horas e que todo tempo disponível não foi suficiente pra
ela pensar em tudo que gostaria, mas mesmo assim se sente tranquila por ter
passado mais um dia sem tocar no assunto que todas as manhãs a persegue na
frente do espelho.
Parece
pouco se analisarmos tantas outras coisas que nos atacam diariamente, mas é
duro você se sentir atacada por você mesmo, ter que enfrentar-se sabendo
exatamente cada uma das suas limitações.
Responder
perguntas que nos são feitas por outras pessoas, nos abre o leque de responder
se quisermos, de não respondermos e muitas vezes de mentir... Mentir sem o
mínimo de vergonha, mas ainda não achei uma maneira de mentir pra mim mesma...
E durante o momento que sou interrogada todos os dias pelas manhãs, deixo de
olhar nos meus próprios olhos e silencio todos os pensamentos, porque
infelizmente não tem como mentir, mas eu ainda tenho a possibilidade de
escolher não responder!
Por
quanto tempo faço ou continuarei fazendo isso, eu ainda não sei... Mas nesse
momento parece o suficiente.
quinta-feira, 12 de abril de 2012
Retalhos de sentimentos
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A doce ilusão de achar que aquele
sentimento quase que indescritível me envolveria, que tomaria de mim a razão e
me deixaria sentir nem que fosse uma única vez a certeza da sua presença aqui,
sentir que realmente os laços eram fortes que os sorrisos valeram a pena e que
os abraços realmente envolviam mais do que dois corpos.
Imaginei que pudesse ser constante
e não variável no meio de dias dos quais não sabemos como serão exatamente, mas
ter a certeza de que você realmente estaria ali, que o colo me esperaria que
seus beijos doces me consolassem por um dia difícil ou quem sabe comemoraria
comigo mais um passo diante da imensidão que é o futuro, saber que estaria nos
meus braços todas as noites e que não importa quantas batalhas eu teria que
enfrentar só pra sentir o teu calor ali comigo.
Deixar o desejo transbordar dos
meus lábios e sentir o ter cheiro e o teu gosto e acariciar o teu rosto como tantas
outras vezes já o fiz...
Essa ilusão partiu como bolhas se
partem diante dos nossos olhos, simplesmente sumiu no ar infinito que nos
rodeia e deixou somente a sensação de que em algum momento esteve realmente lá.
Tudo passou os abraços, os beijos
molhados que me consumiam quase por completo, o teu toque em mim, a tua
presença transformando os fracassos do dia a dia em motivos latentes pra eu me fortalecer.
Você simplesmente foi embora ou
pelo menos foi o que eu desejei que fizesse depois de partir o meu coração em milhares
de cacos e estilhaços, na justificativa de que “não era essa a sua intenção”.
Hoje você ainda está lá, você ainda
caminha pelas mesmas ruas e com toda certeza eu te acompanho, sempre calada...
Vem me perguntar sobre as minhas
sensações e pergunta como está o meu coração, cria teorias sobre como eu posso
melhorar isso, diz que o problema esta em mim, que sou muito resistente...
Você discorre sobre relacionamentos
como se eu fosse um bebê que não soubesse nada da vida, como se eu nunca
tivesse me apaixonado, como se você nunca tivesse sentido o que eu senti...
Diz pra mim com sorriso nos lábios
que sempre se deu por inteiro e que sempre permitiu que as coisas chegassem até
você, diz que não nada contra a correnteza e que deixa a vida fazer a sua
parte, que percorre os caminhos com a intenção de tirar o máximo proveito dela
e de não magoar quem te acompanha nessa jornada, pretende chegar o mais longe
que possa ir e absorver tudo que possa te fortalecer... Deixo você falar e
falar e muitas vezes tento explicar sem sucesso algo que você não quer
escutar...
Eu não posso percorrer um caminho
sem antes voltar... Escolher outro caminho sem antes deixar de te amar...
Lembranças
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Eu sei como é andar por esse caminho, mas me lembro perfeitamente como foi voltar dele... |
Hoje fiquei pensando em uma série
de coisas das quais eu poderia escrever, talvez minha paixão pelo teatro, ou
quem sabe meu inconformismo com pensamentos limitados, ou minha falta de
atenção com quem não insiste em debater filosoficamente meu ponto de vista, na
verdade eu poderia discorrer sobre uma série de assuntos que poderiam envolver
segundas, terceiras e até quartas pessoas, mas na verdade nada disso me vem a
cabeça, nem se quer uma pequena frase, nem uma história nem um conto bobo que alguém
um dia contou pra mim...
Só me lembro de uma sensação de
garganta seca, um coração acelerado, aquela velha e ao mesmo tempo tão nova
sensação de sentir o cheiro da presa e a preparação pra sair à caça, sentir o
vento no rosto e a emoção estampada em todos os meus sorrisos. A luta interna,
onde o lobo perdedor com toda certeza será o que eu deixar de alimentar, mas
com o pedaço de carne na mão e com a tentação não sei pra qual jogar.
Queria poder contar sobre cenas
bonitas e sonhos coloridos, sobre a rotina do dia a dia, sobre como o nascer e
o por do sol são lindos, mas já faz um tempo que não os vejo, e quando me
lembro deles, lembro também do sangue fervendo nas veias deixando pra trás todo
amontoado de faixas e asfalto numa velocidade rápida o suficiente pra eu não
ter tempo de voltar atrás, lembro-me da aceleração constante e da emoção se
sentir o coração batendo na garganta e toda adrenalina sendo despejada em meu
ser.
Queria poder dizer como é bom
quando chove, quando Deus faz cair do céu aquelas gotículas que nos refrescam e
que nos fazem pensar que o dia é bom pra ficar na cama, mas eu só me lembro de
passar por essas gotas tão depressa onde cada local da minha pele que elas
tocavam viravam hematomas enormes, manchas avermelhadas e arroxeadas que não
havia como esconder.
Fora tudo isso queria falar sobre
como me faz bem ouvir notas de piano e como me sinto bem com aquele som
marcante que tem um sax, enfim gostaria de me prender a essas memórias, mas me
sinto condicionada a uma música com pouca melodia marcada por bateria e
guitarras que trazem consigo uma época inteira em menos de quatro minutos de execução.
Além de tudo isso eu queria não me
lembrar de certas coisas pra não ter que desejar lá do fundo da minha alma
esquecer todas elas nesse exato minuto.
terça-feira, 10 de abril de 2012
Felicidade
Engraçado que ontem conversando com um amigo ele me fez a seguinte pergunta: Quando eu me sinto feliz?
Claro que fica a impressão de que eu sou a pessoa mais infeliz desse mundo, o que não é verdade em hipótese nenhuma... Mas enfim, eu não soube o que responder a ele.
No meio dessa confusão por não saber a resposta me peguei na mistura de uma série de sensações que eu imagino que me deixam feliz, e pra cada uma delas eu conseguia especificar momentos da minha vida e de certa forma até vivenciá-los separadamente, mas a tal da felicidade...
Dei uma resposta bem vazia que na verdade não respondeu nada, que na verdade não responde nada nem pra mim nem pra ninguém.
Felicidade, um termo tão técnico pra algo, alguma coisa e/ou sensação da qual buscamos incansavelmente com o objetivo de sentir algo diferente e inusitado, na busca quase que incondicional por algo que só é descrito através de sensações, de causas e efeitos.
Isso! Causas e efeitos...
Sempre buscamos causas que nos levem a felicidade, não importa de onde ela vem; se vem do outro, se vem de Deus, se vem do amigo, da família, do irmão ou até de nós mesmos... Não importa a causa desde que ela seja a consequência final de toda essa historia.
Não tenho como pretensão responder o que me deixa feliz, porque de certa forma seria uma resposta vazia diante de tantas coisas que fazem meus olhos brilharem, mas uma coisa que embora não seja a felicidade, mas que me permite chegar bem perto dela, é ter o coração batendo forte e acelerado quando isso já parecia não acontecer mais.
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