sábado, 26 de fevereiro de 2011

A metade



Alguém aqui já imaginou o que é ter algo pela metade?
Eu posso responder isso com muita tranqüilidade, algo pela metade é não ter nada.
Você já viu alguém ser meio amigo? Quem quer um meio amigo?
Eu garanto que ninguém...
Você conhece alguém que é meio mãe? As minhas duas são por inteiro... E meio irmão? Acho que não tem...
Algumas coisas passam pelo critério do ser ou não ser, ter ou não ter, fazer ou não fazer...
Quando alguém diz: “vou ser seu meio amigo”, que bonitinho, você agora tem um meio amigo... Fala pra mim se você realmente vai confiar nessa pessoa?
Não precisa nem falar a resposta, não é?!
Mas se ainda sim for necessário eu vou dizer: “não, você não vai confiar nessa pessoa; não só não vai confiar, como também vai excluí-la de toda e qualquer parte de sua vida”.
É assim que as coisas funcionam.
Quando alguém não pode te oferecer tudo que tem, uma parte só não vai te fazer feliz, sabe por quê?
Porque desde os primórdios da humanidade não existe sentimentos pela metade, a gente não ama pela metade; ou amamos ou não amamos.
Engraçado que fico imaginando como seria o mundo se todos nós pudéssemos dar só metade de tudo que somos. Eu seria com toda certeza meio psicóloga, ou quem sabe meio funcionária do Ministério, ou meio amiga, ou meio filha, ou meio irmã, ou meio mãe...
Ia ser até engraçado, não ia?! Pois quando somos meio alguma coisa, não precisamos ser nada, não existe responsabilidade nenhuma, não existe cobrança nenhuma. Como você cobra postura de fidelidade de um meio amigo?
O lado bom é que não existindo responsabilidades, também não existiriam cobranças, claro, ninguém cobraria nada de nós, porque é só “meio” de tudo.
Agora vamos falar da parte não tão agradável de tudo isso...
Ser pela metade impede que as pessoas confiem em você, faz com que seu verdadeiro caráter seja colocado em “xeque” o tempo todo e claro, faria com que você tivesse que provar algo o tempo inteiro, o que ia ser verdadeiramente desagradável, afinal como se prova que é irmão mesmo? Ou que ama mesmo alguém?
Nunca aceite nada pela metade, porque o que não vem inteiro vem com defeito, vem danificado, vem pra causar risco pra sua própria integridade. Pense que se algo não pode ser por completo é porque pela metade ele não vale nada, absolutamente nada...
Quem precisa de um amor pela metade? Quem precisa de um amigo pela metade?
Garanto que ninguém.
Seja verdadeiro com você mesmo e caso você não possa suprir as necessidades de alguém, não lhe dê migalhas, não lhe dê sobras. Não faça do sentimento dos outros seu tapete vermelho, porque alguém sempre sai machucado nessa história.
Quando me lembro de um ditado popular: “Só prometa o que pode cumprir”, significa exatamente isso, não dê para o outro aquilo que você não tem.
Coloque-se no lugar do outro, você de verdade aceitaria algo pela metade?
Se a resposta for não, por favor, deixe a hipocrisia de lado e abra o jogo. Posso garantir, “melhor não ter do que ter faltando parte”... Nesse caso muitas partes.

Um comentário:

  1. A verdadeira amizade e o verdadeiro amor são totalmente plenos,sem reservas, incondicionais e absolutamente entregues ao objeto de sua afeição. São sentimentos que nem o tempo nem a distância podem arrefecer, enfim, são para sempre.

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