Eu venho sentindo muitas coisas
contraditórias, pensando muito sobre uma série de temas dos quais eu não tenho
interesse nenhum em resolver. Talvez faça isso já na intenção de não ter que
pensar no que realmente é preciso.
Sinto grandes empurrões para situações as quais não tenho a minima vontade de estar ou de resolver e fico me questionando os
tão famosos porquês das pessoas sentirem tamanha dificuldade em aceitar as escolhas dos outros. Ouço constantemente que a finalidade de qualquer tipo de
relação é manter a harmonia, aceitar o outro como ele é. Até aí, lindo, mas
quando estamos lá, no campo de batalha, quando estamos sentindo nossas emoções e sentimentos fluírem e percebemos o fluxo de sangue correndo em nossas veias,
realmente aceitamos as escolhas dos outros? Compreendemos que o outro tem suas
próprias vontades e necessidades? Temos resignação e aceitação pelas coisas que
na verdade não nos favorecem?
O outro se difere de nós em tudo,
mas fundamentalmente em suas escolhas, mas nós não aceitamos isso com naturalidade,
tentamos justificar e argumentar, até mesmo porque acreditamos que tudo nesse mundo pode ser resolvido dessa forma, mas nessa hora, nesse momento específico,
essa não é uma situação que necessita nem de justificativa e nem de argumentação. Escolher vai de acordo com os argumentos e justificativas internas de cada um, o
que não obriga o outro a compreender isso e nem levar em consideração o que tão
insistentemente queremos dizer, argumentar ou explicar.
As escolhas que não dependem de nós
em sua maioria fogem do que chamamos de lógico e racional, ainda mais quando
também não atendem nossos próprios desejos ou os desejos de uma segunda pessoa,
mas por que não deixar de ficar tentando convencer o outro do que é melhor e do
que é pior e simplesmente aceitar?!
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