"Conta a história que, o chão que ela pisava, refletia as mais belas estrelas do céu..." |
Eu sempre me pergunto qual será a finalidade da existência na Terra. Eu mesma nunca fiz muita questão de entender ou desvendar o motivo da existência, mas assim como o bebê, em determinado momento após seu nascimento, descobre que ele não é sua mãe e sua mãe não é ele, eu também, inevitavelmente, tive que tomar contato com essa realidade.
Não vou afirmar, como Freud o faria, dizendo que isso foi um choque em minha existência. Quando descobri, senti como se já tivesse me preparado a vida toda para saber, e então o meu objetivo era só colocar em prática.
Nós nos prendemos a tão pouco; prendemo-nos ao carro confortável; a uma casa que deve ser boa e de preferência grande, arejada e iluminada; prendemo-nos a um trabalho que deve nos dar boa remuneração, de preferência o suficiente pra satisfazer nossas necessidades básicas e também nossas superficialidades...
Crescemos acreditando que nosso objetivo é ter... Ter coisas e ter pessoas...
Talvez eu não tenha ficado chocada, justamente porque eu nunca acreditei nisso. Sempre imaginei que se fosse esse o verdadeiro objetivo do existir, todos os habitantes desse planeta teriam toda essa praticidade e se prenderiam ao ter.
Então comecei a perceber e tentar identificar o que me deixava feliz, o que me fazia sentir um êxtase por dentro. Fiquei a pensar no que me fazia sentir felicidade, principalmente porque nunca me prendi ao “ter coisas” e menos ainda ao “ter pessoas”. Nunca achei muito interessante o rótulo “meu marido” ou “meu namorado” ou “meu carro” ou pior, “meu amigo”...
Mas adoro dar ênfase ao que de fato pertence a mim: “minha inteligência”, “minha razão”, “meu pensamento”, “minha compreensão” e posso dizer até “meu sentimento”.
Vamos refletir que, baseado nesse pressuposto, então só pode ser verdadeiramente meu, aquilo que de maneira nenhuma eu posso perder, que de forma nenhuma vai me abandonar ou me deixar.
Foi essa a minha grande descoberta. Meu princípio de felicidade hoje se baseia na aprendizagem, porque ela verdadeiramente é minha e nos meus sentimentos, porque esses são verdadeiramente meus. E o que é meu eu posso e devo compartilhar. E descobri que eu não precisava ter pessoas, pois elas não eram minhas, bastava que eu estivesse com elas quando eu pudesse ajudá-las. E nunca esperei que elas permanecessem comigo, muito pelo contrário, o objetivo sempre foi que, depois de um tempo juntos, o outro crie autonomia para que possa ir alçar novos vôos, sozinho, mas com segurança... Prefiro então ser o porto, assim, se caso alguma coisa acontecer lá em cima eu estarei aqui embaixo esperando para ajudá-lo novamente.
Parece que talvez não exista muita emoção em se dizer tudo isso, mas posso garantir que viver dessa forma é absolutamente emocionante, quando você deixa de se prender a coisas as quais suas mãos possam apalpar e seus olhos possam ver. Você realmente consegue perceber que não há limites para que as coisas verdadeiramente aconteçam. E mais que isso, eu não afirmo que a estrada é sempre clara e iluminada, não. Por vezes a gente anda no escuro, vai tateando o caminho, seguindo a intuição, e nesses momentos aprendemos ainda mais. Aprendemos a superar nossas próprias limitações, pois como uma grande amiga me ensinou, “o Senhor não te conduzirá para onde Ele não te possa alcançar”.
Talvez eu, com vinte e cinco anos, tenha aprendido e experienciado mais coisas que uma pessoa de cinqüenta jamais terá ou viverá...
Hoje, confortavelmente, posso dizer que tenho muito... Tenho muita inteligência, tenho muita vontade de ajudar, tenho muita honestidade para não enganar nem a mim e nem ao meu próximo... Tenho muito, por não querer guardar nada; tenho muito por não me importar em dividir; por não me entristecer pelas partidas; por não esmorecer com as dificuldades que aparecem e por acreditar que sempre haverá algo além de mim que me guia e me fortalece. Basta que eu esteja com o coração verdadeiramente aberto para receber!
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