terça-feira, 27 de setembro de 2011

"Permita-se novos amores e até mesmo novos tremores..."




Não consigo entender os porquês das coisas... Todos nós temos bem claro aquilo que queremos ou pelo menos aquilo que não queremos. As coisas em nossas vidas acontecem segundo esses dois princípios: querer ou não querer determinada coisa, pessoa e/ou situação.
O que não entra na minha cabeça é: “se não quero, por qual motivo eu vou iludir o outro ou a mim mesma?”.
Todas as coisas quando são claramente explicadas não geram expectativas, elas geram possibilidades. Falo isso por experiência própria. Antes, quando alguém chegava e me dizia que eu tinha muitas expectativas em relação às pessoas ou a determinadas pessoas ou situações, eu realmente ficava me perguntando se isso era mesmo verdade, se estava condizendo com minha realidade interna. Hoje percebo que não... Na verdade, penso com bastante clareza que o que realmente acontecia comigo eram dúvidas.
Dúvidas cruéis de ter que tomar determinadas decisões porque o outro não se decidiu.
Todos dizem que a vida toma seu curso natural assim como os rios e vai seguindo, passando por cima de tudo, não importa se as flores que estão na sua margem são belas, não importa se em determinados lugares o rio é repleto de peixes, nada disso importa, porque o destino final é o mar e mesmo passando por tudo isso, nada o detém.
Eu sou o rio, não só eu, todos nós somos rios, que passam, passam por caminhos, passam por florestas, passam por campos floridos, passam por rastros de água que muitas vezes parecem estar secando e não importa quão bonita seja a paisagem ou quão tranqüilo seja estar lá, continuamos correndo, seguindo em direção ao mar.
Tenho boas pessoas ao meu lado, tenho um pouco de dificuldade pra valorizar da forma verdadeiramente merecida toda dedicação, cuidados, preocupação, milhares de ligações, todo o companheirismo e altas discussões que só nós conseguimos ter. Nem sempre consigo retribuir como gostaria, mas aprendi que não dá pra ficar trocando o certo pelo duvidoso. Sempre tive muitas certezas do que eu queria e do que poderia me fazer feliz. Talvez eu tenha idealizado demais, mas tudo bem, ainda dá tempo de consertar todos esses mal-entendidos.
Sabe aquela sensação de não ter que perguntar nada, nem de pedir nada? Sabe quando alguém se importa verdadeiramente com você e se importa com o que você acredita ser importante?
É, definitivamente isso não tem preço...
Mas o que mais me admira é quando a gente tem uma vida corrida, com pouco espaço na agenda, com milhões de compromissos, quando a gente sente que o dia com vinte e quatro horas não vai ser suficiente pra fazer tudo que a gente tem que fazer, e mesmo sabendo que o dia foi apertado a gente ainda acha tempo pra se ver, pra dar risada, pra dizer tudo que passou, pra tomar um vinho juntos, pra curtir a companhia, pra dizer que o dia foi difícil e foi corrido, mas agora já estamos aqui, juntos.
Cansei de contos de fadas, de príncipes encantados e cavalos brancos... Não acredito mais em “viveram felizes para sempre”, mas acredito sim, em novas possibilidades, a gente conserta aqui, dá um jeitinho ali, finge que não vê algumas coisas, afinal de contas, eu realmente idealizei, me preparei verdadeiramente pra que alguém tomasse e preenchesse cada brechinha do meu coração, mas isso não aconteceu. Fiz pior, tentei fugir e não mais pensar nisso, porque me chateava, mas enfim só posso dizer que compreendo... Cada um é livre pra escolher o que achar melhor, cada um é livre pra dar o melhor rumo pra sua própria existência.  E em minha existência eu tenho alguns parâmetros do que eu quero realizar sim, um rascunho ainda não muito terminado do que vai ser minha vida daqui pra frente. Mas o que eu tenho certeza absoluta e que está muito bem traçado, que não me deixa nenhum tipo de dúvidas são todas as coisas e as situações que eu não quero comigo, não quero em mim e menos ainda em minha vida. Entra nessa categoria qualquer coisa que gere dúvidas em meu coração, que coloque à prova meus sentimentos e que espere de mim toda revelação, mas que nunca revelou nada de si.
Sinto como se ainda houvessem infinitas palavras que quisessem sair do meu coração, como uma “catarse escrita”,(que Freud não me ouça... rs...), mas como diria minha Mãe Su: “Não vou gastar meu rico latim pra explicar tudo isso”.
O que se pode dizer é que preciso de uma casa nova, mas continuo querendo a mesma vizinhança, então a melhor coisa é mandar a máquina vir destruir a casa velha, jogar os entulhos no lixo e vamos fazer uma casa nova...

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Especialmente única


Eu quero prestar uma homenagem para um presente que deram pra mim, não é nenhuma vaidade querer ver você feliz!
Meu pequeno presente que muito me faz sorrir é minha filhinha Julia que os minuciosos passos esta sempre a repetir.
Não há muito que dizer de um anjo tão pequenino assim, mas com sonhos grandiosos os quais faço questão de seguir...
Por essas e outras, vai uma poesia que não fui eu quem fez, mas demonstra toda dedicação e amor que posso dispensar por ti!

A bailarina


Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do pé.

Não conhece nem mi nem fá
Mas inclina o corpo para cá e para lá

Não conhece nem lá nem si,
mas fecha os olhos e sorri.

Roda, roda, roda, com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.

Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.

Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.

Mas depois esquece todas as danças,
e também quer dormir como as outras crianças.

Cecília Meireles