sexta-feira, 5 de abril de 2013

Sol e Lua



Um dia me falaram sobre todas as impossibilidades e incapacidades da união do sol com a lua.
Realmente, quando eu paro pra analisar a situação, fria e calculadamente, as impossibilidades realmente são grandes.
Parece mesmo impossível que o brilho da felicidade se concretize de imediato para esses astros do espaço que acabaram fadados ao distanciamento. Mesmo diante do maior sentimento do mundo cada um desses corpos espaciais vai seguir e cumprir seu destino na jornada da evolução.  Ainda assim, por mais que esse afeto entre ambos seja bonito e verdadeiro, existem compromissos preestabelecidos que dependem de ambos, onde nenhum deles desviaria sua rota por tal capricho. Então temos os momentos raros que são os eclipses e o próprio movimento de um em volta do outro. Eles não mudam as situações que cada um foi exposto e que nem os exime de tamanha responsabilidade, mas permite que por alguns instantes toda aquela energia seja reforçada por laços precisamente fortes.
Sol e Lua, amor impossível... Essa colocação já é um clichê...
Depois de toda essa historia e comparação o que realmente sabemos diz ser impossível a união dos dois e que, mesmo que eles se aproximem  muito, e que fiquem o mais próximo possível, ainda assim essa distancia será grande o bastante para os manter separados. Aparentemente eu poderia colocar uma relação nesses mesmos aspectos, ou quem sabe, comparar com alguma outra que eu conheça, mas não é esse o caso e por  esse e por alguns outros motivos, agradeci internamente pela minha pequenez, que me permite proezas bem mais realizáveis do que a união sol e lua.
Os grandes astros não podem fazer nada, mas eu posso! Não há gravidade que me segure, nem movimento que me impeça, não estou presa a nada e nem a ninguém, então por que colocar a situação como algo impossível e improvável?
Nós, aqui, enquanto criaturas, podemos e temos o direito de buscar a felicidade esteja onde ela estiver. Não há necessidade de nos contentarmos com migalhas e menos ainda de ficarmos esperando eclipses para que os amores sejam realizados e sonhos alcançados. Temos cada dia como um tempo precioso que pode ser direcionado na realização do que é necessário.
É um dever de todos nós tentarmos ser felizes, porque por mais difícil e inalcançável que algo ou alguma coisa se mostre, sempre estaremos mais próximos do que o sol e a lua, sempre teremos muito mais chances e oportunidades de tornarmos real e possível o que com tanto afeto guardamos em nós.
Ser feliz é a meta e de agora em diante a comparação sol e lua só me serve para pensar que pode ser que eles não se alcancem nunca, mas eu posso realizar e alcançar meus desejos! 

quinta-feira, 4 de abril de 2013

O que nunca ouvi...





Antes eu pensava que eu tinha muitas coisas para te dizer, e me imaginava falando todas elas e descarregando essa possível “metralhadora de mágoas”, mas percebo num lapso de pensamento, a me tomar bem lá distante, consumindo quase que aos poucos a minha alma, que essa necessidade de te dizer algo nunca existiu. A máscara da necessidade de falar vem exatamente porque eu tenho medo de ouvir o que você pode me dizer, medo de saber que nada disso existe ou que numa hipótese ainda pior, que isso tudo nunca existiu.
Eu procuro falar e ter sempre a impressão, quem sabe talvez a “falsa impressão” de ter muitas coisas para te dizer, mas a verdade nua e crua se resume em todas, todas as coisas que você nunca me disse...
Não é verdade que eu queira te dizer algo, minha vontade se resume em uma única coisa: escutar sair da tua boca essas palavras amargas que você me nega, que sempre me negou e que vive na ilusão do “vamos conversar”, ou ainda do “vamos sentar e resolver isso”.
Depois de um tempo o que eu posso dizer é sobre tudo o que você nunca me disse e que você nunca fez, se bem que esse verbo fazer precisa ser melhor explicado: tudo que você nunca fez por nós. Sempre esperei que você me dissesse o mínimo de verdade possível a respeito das coisas, mas você me deixou sempre cair e levantar sozinha. Ninguém precisa de ajuda depois que já cicatrizaram as feridas. Imaginei que chegaria o momento onde finalmente eu deixaria de dizer e te escutaria, mas pra você sempre foi muito difícil ter que falar, ter que contar e mais que isso, ter que abrir de verdade o livro que decide se podemos continuar ou não.
Penso que diante de toda a sua ausência, omissão e falta de interesse fica claro seu posicionamento não só a esse respeito, mas sobre tantos outros dos quais ficaram lacunas profundas, esperando serem sanadas por uma presença que nunca teve, por uma conversa que nunca aconteceu e por um sentimento que nunca existiu!



Eu venho sentindo muitas coisas contraditórias, pensando muito sobre uma série de temas dos quais eu não tenho interesse nenhum em resolver. Talvez faça isso já na intenção de não ter que pensar no que realmente é preciso.
Sinto grandes empurrões para situações as quais não tenho a minima vontade de estar ou de resolver e fico me questionando os tão famosos porquês das pessoas sentirem tamanha dificuldade em aceitar as escolhas dos outros. Ouço constantemente que a finalidade de qualquer tipo de relação é manter a harmonia, aceitar o outro como ele é. Até aí, lindo, mas quando estamos lá, no campo de batalha, quando estamos sentindo nossas emoções e  sentimentos fluírem e percebemos o fluxo de sangue correndo em nossas veias, realmente aceitamos as escolhas dos outros? Compreendemos que o outro tem suas próprias vontades e necessidades? Temos resignação e aceitação pelas coisas que na verdade não nos favorecem?
O outro se difere de nós em tudo, mas fundamentalmente em suas escolhas, mas nós não aceitamos isso com naturalidade, tentamos justificar e argumentar, até mesmo porque acreditamos que tudo nesse mundo pode ser resolvido dessa forma, mas nessa hora, nesse momento específico, essa não é uma situação que necessita nem de justificativa e nem de argumentação. Escolher vai de acordo com os argumentos e justificativas internas de cada um, o que não obriga o outro a compreender isso e nem levar em consideração o que tão insistentemente queremos dizer, argumentar ou explicar.
As escolhas que não dependem de nós em sua maioria fogem do que chamamos de lógico e racional, ainda mais quando também não atendem nossos próprios desejos ou os desejos de uma segunda pessoa, mas por que não deixar de ficar tentando convencer o outro do que é melhor e do que é pior e simplesmente aceitar?!