terça-feira, 12 de novembro de 2013

Se eu fosse escrever um livro!


Como seria se eu fosse escrever um livro sobre a minha própria historia?
Fico pensando: seria classificado como drama, comédia ou uma série de contos de ironias do destino?!
Durante todo esse período, que de fato é curto, até mesmo porque eu quero viver muito mais ainda...
Mas imagino que o primeiro capítulo seria um “mix” de desastres naturais, com uma pitada de situações cômicas, seguidas de um companheirismo muitas vezes momentâneo, mas do qual eu nunca me queixei.
Talvez nesse capítulo eu trate também de liberdade e da facilidade que eu tenho em permitir que as pessoas deixem a minha vida, de maneira como se nunca tivessem passado por ela. Talvez eu queira dizer que as minhas experiências nesse sentido não foram as melhores e que depois de tanto tempo eu achava que isso havia melhorado, mas tudo indica que não.
Devo tratar, em algum momento, sobre a facilidade das discussões e as palavras soltas que acabam brotando de mim como terra fértil. Isso também lembra meu próprio desejo de que as palavras dos outros causassem em mim algum “frisson”, alguma expectativa sobre o que pode ser melhor, mas parece que isso não ocorre.
Essa deve ser uma parte trágica do primeiro capítulo, dizendo sobre a minha incapacidade de amar, falando também sobre todas as pessoas que eu já magoei por não conseguir retribuir seus sentimentos à altura. Infelizmente eu tenho o péssimo hábito de dizer o que sinto, mesmo quando o outro não deseja ouvir, deve ser meu mau hábito com a verdade!
Hoje em dia as pessoas não gostam disso, hoje as pessoas gostam de pessoas superficiais, com sentimentos sintéticos, todos gostam de olhar os acontecimentos cotidianos e agir como se tudo fosse consequência das novas tecnologias, como modelos de uma nova era, adaptados, sei lá por quem, mas que devemos seguir. Ao que tudo indica posso abordar um pouco desse longínquo passado por não seguir, não gostar e nem me adequar a essas novas regras ou técnicas.
Nesse primeiro capítulo acho justo tratar de romantismo, abordando também como perdi o meu próprio. Quem sabe, talvez, até lembrar de quando eu mandava rosas vermelhas com chocolates, ou talvez das inúmeras cartas de amor... Se fossemos traduzir hoje, os críticos só diriam: "Quanta bobeira!", talvez até eu mesma dissesse isso...
A maioria das coisas perdeu o seu verdadeiro sentido, estagnadas num ponto de total falta de envolvimento, seguido de critérios de profundo interesse, em sua maioria, interesses materiais.
Não que seja da minha veia artística tratar dos inúmeros murros em pontas de facas que eu dei nessa minha jornada de vinte sete anos, mas alguns deles ainda sinto doerem até hoje, não que tenha sido o meu melhor, mas a dor também me tornou um pouco mais fria!
Se eu fosse escrever um livro sobre a minha própria vida, ele deveria ser recheado de grandes sorrisos, de olhos apertados, de abraços de urso e de grandes ouvidos, porque se tem uma coisa que fiz e faço muito é escutar, eu escuto problemas, escuto soluções, escuto lamentações e vou escutando, ainda acredito que nasci mesmo para fazer isso.
Se eu fosse escrever um livro... Talvez eu contasse também algumas verdades, talvez eu dissesse nas entrelinhas o que realmente aconteceu e como ocorreu. Talvez eu explicasse fatos escuros, talvez eu até explicasse de vez essa minha solidão!

Mas tudo isso, só se eu fosse escrever um livro! 

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Saudades...



Hoje eu acordei com saudades!
Vontade de voltar no tempo, na verdade, vontade de voltar num tempo específico, lá naquele lugar onde nenhum de nós carregava os pesos que carregamos hoje, naquele lugar onde o riso era solto, onde a vontade de estar junto, pelo simples fato de passar o tempo, conversar e rir dos pequenos desastres cotidianos faziam mais do que sentido, traziam luz e sinceridade à nossa relação.
Senti saudades de olhar nos teus olhos e te sentir por perto, como em muitas ocasiões você esteve. Sentir que o abraço era verdadeiro e que certamente contaríamos estrelas juntos depois de um longo tempo discutindo os assuntos mais bizarros possíveis.
Senti falta daquele colo amigo, que me acolhia como se eu fosse simples criança, pedindo doce, querendo abrigo.
Senti o coração acelerar por olhar uma foto que me remete a esse tempo, que parecia ser só mais um passatempo de crianças brincando antes de jantar.
Percebi a triste situação em que tudo isso chegou e o quanto nos machucamos por tudo isso. Nada mais foi a mesma coisa depois que você passou, falar sobre as velhas historias não parece mais interessante, sentar no velho banco sempre traz a lembrança de que esse tempo realmente acabou.
Hoje, com certo pesar, percebo todas as mágoas que ficaram de uma velha amizade que quase nada, ou nada restou, um olhar vazio, aquele frio no estômago, a carta que não foi enviada, os diários lotados de recordações, fotos antigas de um tempo há muito perdido que eu não posso fazer voltar.
Lembro-me da fumaça suave, dos olhares cruzados, esperando simplesmente uma exclamação, se a lua estava linda, ou se tudo aquilo era muito chato, enfim, qualquer coisa que fosse.

As coisas não evoluíram pra nós dois da mesma forma, as mágoas se instalaram, as palavras se esvaziaram, nós não somos mais um, cada um tomou seu rumo e decidiu se afastar. Por quanto tempo eu não sei, mas espero que isso seja o melhor pra nós dois!

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Psicólogos


Hoje, o texto da semana vem um pouco diferente em função de não estar criticando, nem colocando questões em discussão, nem por esclarecimento de nada e de nenhum fato específico.
Venho escrever sobre a psicologia, uma linda profissão que atualmente vem se destacando. Historicamente falando, consultar um psicólogo já foi considerado “coisa de madame”, frescura, falta do que fazer e tantos outros nomes que, infelizmente se contradizem à verdadeira forma que o trabalho da psicologia e do psicólogo tem na vida das pessoas.
Eu, particularmente, vivo de psicologia, tenho nessa profissão minha maior e melhor realização. Não espero reconhecimento algum por ser psicóloga e lembro-me bem, que na época da faculdade, uma professora muito querida dizia mais ou menos o seguinte: que  o trabalho do psicólogo  não é pra ser objeto de envaidecimento, nem de reconhecimento escancarado, mas para atender  única e particularmente o indivíduo que, por sua vez, teve a coragem de procurar ajuda para olhar com mais atenção as suas próprias necessidades. O terapeuta que, por sua vez, esperar reconhecimento, admiração, gratificação e ampla divulgação de seus dotes terapêuticos deve, por força maior, buscar outra profissão.
O trabalho que desenvolvemos com o paciente tem a finalidade única de melhorar a sua qualidade de vida dentro do que o próprio paciente julgar ser pertinente e apropriado para sua vivência na coletividade, na família e em seu trabalho. Não venho como profissional te dar uma receita milagrosa e nem solucionar com mágica ou qualquer outro tipo de manipulação misteriosa os seus problemas ou suas dificuldades, mas tenho como compromisso ajudá-lo no direcionamento constante para os melhores caminhos escolhidos por você mesmo, com o compromisso do seu próprio livre-arbítrio.
Esse não é um trabalho rápido, nem é pouco cansativo, sofremos demasiadamente a todo o momento, inúmeras situações nos assolam com frequência, desenvolvemos uma série de papéis em nosso dia-a-dia, temos que nos fazer em mil para dar conta do recado e por esse e por outros motivos temos o direito e de certa forma, a necessidade de olhar atentamente para as nossas próprias situações internas, para os nossos problemas, para as nossas dificuldades, reconhecendo em nós mesmo que somos falíveis, que somo de carne e osso e que nossa mente também se cansa, ela é como um músculo que chega, sim, à exaustão e que, assim como os demais, precisa descansar e  aliviar-se.
No dia 27 de agosto comemoramos o dia do psicólogo, mas essas felicitações devem ir de encontro não só com o terapeuta que estudou e se graduou nessa profissão, mas a cada paciente, a cada cliente que, por uma vida melhor, por uma saúde mental de qualidade e acima de tudo, por muito amor próprio, reconheceu e procurou a ajuda de um psicólogo para falar sobre seus problemas; para cada indivíduo que leva seus filhos para a terapia, esperando que estes sejam melhores em suas lutas futuras; para cada funcionário que atua auxiliando as agendas, as filas de espera; para cada um que, de maneira geral, consegue colaborar para que essa profissão seja divulgada, para que o trabalho seja reconhecido e, finalizando, desejo mais felicitações ainda para cada uma das pessoas que já passaram pelo processo de terapia ou de análise e que hoje conseguem entender e levar uma vida com mais qualidade.
Obrigada a todos os meus pacientes, as minhas secretárias, aos meus amigos psicólogos, meus amigos não psicólogos que me aguentam com a psicóloga na janela, aos meus professores e que essa comemoração se estenda a todos que enxergam na psicologia um bálsamo para suas almas aflitas.


Rafaela Costa - Psicóloga

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Só que não...




Esse tal de quase deveria ser considerada uma desgraça na face da Terra, tão prejudicial quanto a esperança no meu ponto de vista.
Essa semana no meio de toda leitura inútil que eu tive, alguma coisa como sempre reluz no meio e imensidão de inutilidades, na verdade era um pequeno trecho sobre esse tal "quase".
Quase fazer alguma coisa, significa que não fez nada, quase sentir, quer dizer que não sente.
O quase é a maneira educada de dizer que uma coisa não deu certo, que algo não aconteceu e que não se sente feliz.
Muitas coisas em minha vida também quase deram certo, o que significa na moral da história que elas não deram, eu quase consegui várias coisas e quase alcancei alguns objetivos, mas dizendo tudo isso, dá pra perceber que o quase foi o pouco que faltou para que nada acontecesse!
Também me disseram que quase nunca eu me sinto feliz com os sentimentos, quase deve ter efeito de não, então eu nunca me sinto feliz mesmo, na verdade quase satisfeita significa que não estou satisfeita.
Estou cansada de quase chegar lá, de quase conseguir e de quase sentir...
Tudo isso é cansativo e monótono, eu não sei viver em conta gotas de afeto, nem se decidir pelas metades, não gosto de ser acaso e menos ainda por acaso, nem na sua vida e nem na vida de ninguém  eu quero tempo, quero atenção, quero dedicação, quase se importar para mim não serve, porque o quase não é nada... Quase deve ser considerado a tentativa que falhou, aquilo que não deu certo!
Minha vida não deu certo ou quase deu certo?
O que eu sinto agora, eu sinto mesmo ou eu quase estou sentindo?
Máscaras sentimentais sempre vem seguidas do quase, porque ele disfarça a situação, disfarça a frustração.
Eu não quase cometi erros, eu os cometi mesmo, eu não quase gostei, eu gostei mesmo, e não quase esperei, eu ainda espero.
Espero que você deixe esse quase de lado!
Conversei sobre isso ontem, porque eu escondo um dique cheio de sentimentos e não sei como seria caso essa barreira rompesse, será que você aguentaria ou quase?
Você nunca me pediu mais, você nunca quis mais, e o que eu faço com todo o resto? Isso quer dizer que eu não posso transbordar e nem posso te inundar de sentimentos porque você não precisa deles!


segunda-feira, 1 de julho de 2013

Tanto faz...



Sinto que nesses últimos dias venho me sentindo mal, talvez uma doença um tanto quanto grave, estou sendo acometida da patologia do "tanto faz".
Me sinto esgotada por esperar, uma espera de nem sei o que, nem sei para que lugar e nem sei também de que jeito.
Sinto que falta alguma coisa, mesmo quando não deveria faltar nada!
O tanto faz, tem sintomas bem simples, a falta de interesse por situações diversas, sem ser generalista, mas infelizmente por todas, seguido de uma série de insatisfações internas com motivos variados.
Tudo me incomoda, tudo é desagradável e me causa  pensamentos do tipo "não deveria ter feito", seguido logicamente de "tanto faz".
Essa patologia se instala aos poucos, acredito que depois de seguidas frustrações e excesso de atividade mental por assuntos desnecessários ou de uma ordem que não é da minha conta.
Fico me perguntando, como me curar de tal insatisfação, que logo depois some por esse termo medonho de tanto faz!
Tanto faz estar aqui, como em outro lugar, tanto faz se vai ser roxo, amarelo ou quem sabe um vermelho, tanto faz se vou trabalhar até tarde ou se acabarei mais cedo hoje, tanto faz se hoje é sábado ou se é segunda feira.
Não sinto expectativa, nem sinto desejos, só não sinto nada... Mas também tanto faz, porque não vou usar nada disso!
Faço o que eu tenho que fazer com o mesmo ânimo quando não vou fazer nada, isso deve ser ruim, deito-me e levanto-me com a mesma animação, como se nada fosse ser acrescentado nem tirado, tanto faz, se está de dia ou se já anoiteceu, tanto faz se estou chegando em casa as sete ou a meia noite... Nada disso faz diferença.
Estou infectada pelo mal do tanto faz e ainda procuro como me curar dessa doença... Nem sempre me senti apática pelas situações, mas nesse momento só não encontrei qual seria os benefícios por decidir alguma coisa, ter esperanças ou expectativas, ainda não vi nesse novo momento nenhuma razão para sentir alguma coisa ou participar ativamente de uma situação!

Por enquanto, tanto faz!!

quarta-feira, 12 de junho de 2013

E se você me perguntar, eu simplesmente vou responder



Houve algumas coisas que, embora eu não tenha te dito, ficaram presas em minha garganta e, por esse motivo, esse único motivo meu coração se sente apertado, me impossibilitando de dormir e de pensar com clareza em algumas coisas que eu acredito serem importantes.
Usei vários exemplos para te dizer sobre o que eu estava sentindo e, mais que isso, sobre o que eu sinto, a verdade é que você não entendeu nada, e nem era para entender...
Não tive a intenção verdadeira de explicar nada, isso porque eu simplesmente queria saber o que é que você está sentindo, o que você está pensando, como você está vendo tudo isso? Mostra-me sua ótica, seu jeito de ver, me deixa saber qual a tua impressão e tua interpretação dos fatos!
Você me questiona sempre para que não haja espaço pra que eu te pergunte as coisas, me sinto mal com tudo isso, embora, no decorrer de todos esses anos, nem posso considerar isso uma novidade. Ou será que você não é uma pessoa nova?
Uma pessoa nova, com novos projetos, com novas situações, mas que alimenta velhos hábitos?
Parece um tanto contraditório no meu modo de ver as coisas. Quando faço essa analogia sobre essa casa construída, eu sei que você entendeu muito bem o que eu quis dizer, sei que você entende de qual morada eu estou falando. Não menti quando disse que todas as construções que eu precisava fazer, eu as terminei, me diz agora como vão as tuas construções, quais são os móveis novos que você pretende colocar nessa casa, conta pra mim como está tua decoração agora, se é que ela muda!?
Não sinto pressa, não sinto dor, não sinto raiva, mas também não sinto nada... Por que eu não consigo sentir?
Depois de pensar muito sobre isso, percebi que a resposta realmente não é o que eu sinto, afinal de contas, eu não sinto nada novo, nem pra mim e nem pra você,pois esse não é um novo sentimento...
Diga-me quais são as novidades dos teus sentimentos, deixa eu me sentir envolvida por eles, porque até agora quem falou sempre fui eu.
Espero que essa situação de pensar em como os dias passaram com você ou sem você tenha sido verdadeiramente uma brincadeira de mau gosto e que você tenha se equivocado na forma de colocar as palavras. Mas ,caso ainda haja alguma dúvida a respeito de passar os dias com ou sem você, imagina que se pra mim eles não fizessem diferença, certamente eu não te amaria.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Sol e Lua



Um dia me falaram sobre todas as impossibilidades e incapacidades da união do sol com a lua.
Realmente, quando eu paro pra analisar a situação, fria e calculadamente, as impossibilidades realmente são grandes.
Parece mesmo impossível que o brilho da felicidade se concretize de imediato para esses astros do espaço que acabaram fadados ao distanciamento. Mesmo diante do maior sentimento do mundo cada um desses corpos espaciais vai seguir e cumprir seu destino na jornada da evolução.  Ainda assim, por mais que esse afeto entre ambos seja bonito e verdadeiro, existem compromissos preestabelecidos que dependem de ambos, onde nenhum deles desviaria sua rota por tal capricho. Então temos os momentos raros que são os eclipses e o próprio movimento de um em volta do outro. Eles não mudam as situações que cada um foi exposto e que nem os exime de tamanha responsabilidade, mas permite que por alguns instantes toda aquela energia seja reforçada por laços precisamente fortes.
Sol e Lua, amor impossível... Essa colocação já é um clichê...
Depois de toda essa historia e comparação o que realmente sabemos diz ser impossível a união dos dois e que, mesmo que eles se aproximem  muito, e que fiquem o mais próximo possível, ainda assim essa distancia será grande o bastante para os manter separados. Aparentemente eu poderia colocar uma relação nesses mesmos aspectos, ou quem sabe, comparar com alguma outra que eu conheça, mas não é esse o caso e por  esse e por alguns outros motivos, agradeci internamente pela minha pequenez, que me permite proezas bem mais realizáveis do que a união sol e lua.
Os grandes astros não podem fazer nada, mas eu posso! Não há gravidade que me segure, nem movimento que me impeça, não estou presa a nada e nem a ninguém, então por que colocar a situação como algo impossível e improvável?
Nós, aqui, enquanto criaturas, podemos e temos o direito de buscar a felicidade esteja onde ela estiver. Não há necessidade de nos contentarmos com migalhas e menos ainda de ficarmos esperando eclipses para que os amores sejam realizados e sonhos alcançados. Temos cada dia como um tempo precioso que pode ser direcionado na realização do que é necessário.
É um dever de todos nós tentarmos ser felizes, porque por mais difícil e inalcançável que algo ou alguma coisa se mostre, sempre estaremos mais próximos do que o sol e a lua, sempre teremos muito mais chances e oportunidades de tornarmos real e possível o que com tanto afeto guardamos em nós.
Ser feliz é a meta e de agora em diante a comparação sol e lua só me serve para pensar que pode ser que eles não se alcancem nunca, mas eu posso realizar e alcançar meus desejos! 

quinta-feira, 4 de abril de 2013

O que nunca ouvi...





Antes eu pensava que eu tinha muitas coisas para te dizer, e me imaginava falando todas elas e descarregando essa possível “metralhadora de mágoas”, mas percebo num lapso de pensamento, a me tomar bem lá distante, consumindo quase que aos poucos a minha alma, que essa necessidade de te dizer algo nunca existiu. A máscara da necessidade de falar vem exatamente porque eu tenho medo de ouvir o que você pode me dizer, medo de saber que nada disso existe ou que numa hipótese ainda pior, que isso tudo nunca existiu.
Eu procuro falar e ter sempre a impressão, quem sabe talvez a “falsa impressão” de ter muitas coisas para te dizer, mas a verdade nua e crua se resume em todas, todas as coisas que você nunca me disse...
Não é verdade que eu queira te dizer algo, minha vontade se resume em uma única coisa: escutar sair da tua boca essas palavras amargas que você me nega, que sempre me negou e que vive na ilusão do “vamos conversar”, ou ainda do “vamos sentar e resolver isso”.
Depois de um tempo o que eu posso dizer é sobre tudo o que você nunca me disse e que você nunca fez, se bem que esse verbo fazer precisa ser melhor explicado: tudo que você nunca fez por nós. Sempre esperei que você me dissesse o mínimo de verdade possível a respeito das coisas, mas você me deixou sempre cair e levantar sozinha. Ninguém precisa de ajuda depois que já cicatrizaram as feridas. Imaginei que chegaria o momento onde finalmente eu deixaria de dizer e te escutaria, mas pra você sempre foi muito difícil ter que falar, ter que contar e mais que isso, ter que abrir de verdade o livro que decide se podemos continuar ou não.
Penso que diante de toda a sua ausência, omissão e falta de interesse fica claro seu posicionamento não só a esse respeito, mas sobre tantos outros dos quais ficaram lacunas profundas, esperando serem sanadas por uma presença que nunca teve, por uma conversa que nunca aconteceu e por um sentimento que nunca existiu!



Eu venho sentindo muitas coisas contraditórias, pensando muito sobre uma série de temas dos quais eu não tenho interesse nenhum em resolver. Talvez faça isso já na intenção de não ter que pensar no que realmente é preciso.
Sinto grandes empurrões para situações as quais não tenho a minima vontade de estar ou de resolver e fico me questionando os tão famosos porquês das pessoas sentirem tamanha dificuldade em aceitar as escolhas dos outros. Ouço constantemente que a finalidade de qualquer tipo de relação é manter a harmonia, aceitar o outro como ele é. Até aí, lindo, mas quando estamos lá, no campo de batalha, quando estamos sentindo nossas emoções e  sentimentos fluírem e percebemos o fluxo de sangue correndo em nossas veias, realmente aceitamos as escolhas dos outros? Compreendemos que o outro tem suas próprias vontades e necessidades? Temos resignação e aceitação pelas coisas que na verdade não nos favorecem?
O outro se difere de nós em tudo, mas fundamentalmente em suas escolhas, mas nós não aceitamos isso com naturalidade, tentamos justificar e argumentar, até mesmo porque acreditamos que tudo nesse mundo pode ser resolvido dessa forma, mas nessa hora, nesse momento específico, essa não é uma situação que necessita nem de justificativa e nem de argumentação. Escolher vai de acordo com os argumentos e justificativas internas de cada um, o que não obriga o outro a compreender isso e nem levar em consideração o que tão insistentemente queremos dizer, argumentar ou explicar.
As escolhas que não dependem de nós em sua maioria fogem do que chamamos de lógico e racional, ainda mais quando também não atendem nossos próprios desejos ou os desejos de uma segunda pessoa, mas por que não deixar de ficar tentando convencer o outro do que é melhor e do que é pior e simplesmente aceitar?!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Querer




Como eu gostaria simplesmente de poder retribuir pelo menos na mesma altura o que me é dedicado...
Nessas horas penso com bastante frieza nas verdades ditas no  texto "Crônica de Amor - Arnaldo Jabor" concluo ser bastante coerente.
Gostaria eu de gostar de quem gosta de mim, as coisas realmente seriam muito mais fáceis, viveríamos sempre bem, teríamos a recíproca dos sentimentos bem elaborados e compartilhados, não sentiríamos que um gosta mais, ou que gosta menos... Somente estaríamos em harmonia para desfrutar do sentimento que parece muito mais do que bom, o amor.
Caso fosse possível escolher de quem gostar, ou melhor que isso, para quem entregar esse tão frágil sentimento que é o amor, certamente teríamos bem menos problemas, pois não haveriam mais incompatibilidades, você que gosta de mim e eu que gosto de você. Bem simples...
Amor é uma complicação e ao mesmo tempo a simplicidade, tudo junto e misturado no peito de quem sente e de quem não sente também.
Queria eu somente essa vez poder simplificar de modo tranquilo esse sentimento. Só uma vez e só para isso...
A sensação de perceber o outro verdadeiramente interessado em você gera momentaneamente a sensação de supervalorização, mas depois o que resta? Nada, você simplesmente se sente impotente por não conseguir retribuir nem com o maior esforço do mundo, uma pequena parte que lhe é dispensada, isso porque quem ama, ama espontaneamente, ama pelo bem estar que o outro causa em si, pela necessidade de partilhar algo novo e bom, pela transformação causada naquela união, que muitas vezes é momentânea, mas que vale horas a fio de conversa e de boas risadas.
Queria verdadeiramente conseguir gostar de quem gosta de mim, certamente eu seria muito mais feliz... Mas o amor infelizmente não nos permite isso, acontece quando você menos espera, porque se estiver esperando ele não vem...
Queria eu na minha simples ignorância pelo menos uma vez gostar de quem gosta de mim e sentir o coração vibrar por receber uma mensagem logo no começo do dia, esperar ansiosamente o telefone tocar, contar as horas minutos e segundos pra encontrar-me com ele, queria sentir as mãos suarem ao seu toque, gostaria de me perder nos beijos e abraços e passar horas a fio como se tivesse passado um minutinho...
Seria eternamente mais fácil, mas infelizmente eu não consigo explicar essa sensação que só não acontece!

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013






Mais uma vez sou atormentada e bombardeada por situações que não consigo identificar.
A voz tremula a respiração cansada, um desconforto e o silencio paira entre nós, minhas palavras simplesmente não saem, a boca está seca e a vontade de desaparecer percorre todo o meu corpo.
Engraçado que é uma vontade de sair correndo dali, sem nem se quer sair do lugar, fugir do meu próprio corpo e derreter na cadeira sem me levantar; como tudo isso me parece confuso!
Tudo começa com uma fala, uma única fala, que não sente o retorno necessário e então não consigo mais me achar dentro de mim, me sinto perdida num mundo de palavras que na maioria das vezes domino muito bem, tento organizar os espaços dentro de mim, reencontrar o lugar onde aquela fala caberá.
Nada parece fazer sentido e entre uma fala e outra sinto que meus pensamentos não acompanham mais os teus, tudo isso me incomoda, fico me sentindo usada, mal interpretada e penso que se eu continuar falando pode acontecer mais um equívoco.
Fico me perguntando por qual motivo você me disse aquelas coisas e analisando friamente a situação não é uma questão que eu deveria levar em consideração e a pergunta continua uma só: “porque me incomoda?”.
Deixo você continuar falando e você percebe nas minhas respostas que meu tom de voz mudou, a fala é tremula e sinto um vazio dentro de mim, como se todas as minhas palavras tivessem fugido de mim, imagino que vou ter que pensar sobre aquela situação específica e sinto vontade de me recolher ao mesmo tempo em que continuo lá com você.
Nesse momento a fala sai arrastada quase que obrigada, sem entonação e quase sem força, não me reconheço nesse momento procuro entender o que se passa para controlar.
Continuamos conversando e a situação vai melhorando, a sensação de bem estar volta a tomar conta de mim, percebo que existe mais do que respeito de opiniões, existe uma vontade de querer estar perto e querer ficar junto, dividir sem ter que se dividir, volto a ser plena os pensamentos retomam seus lugares, mas a hora vai passando e você realmente tem que ir, eu compreendo a situação...
Depois de certo tempo você já foi embora, mas permanece aqui comigo, isso é estranho e bom, e agora você continua aqui e eu vou estar sempre aí, porque você me deu um pedaço de você e levou um pedaço de mim!

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Tragédia




Não é com felicidade que tratamos de um assunto tão delicado quanto a morte.
Fatalidade ocorrida em Santa Maria.
O que se pode dizer e que todos dizem é que os responsáveis devem ser apontados e responsabilizados por tamanha tragédia. Em particular pergunto: Isso trará os jovens a vida novamente? Isso que dizer que a vida deles simplesmente terminou? Isso é o fim, ponto final, descanso eterno que tantos dizem?
Vi inúmeras reportagens, até mesmo porque tratamos e trabalhamos com a mídia da desgraça, quanto mais tragédia melhor, quanto mais comoção mais audiência e como sabemos mas ignoramos, quanto mais audiência mais dinheiro... Mas minha discussão hoje está no que absorvemos de todas as noticias e o que essa tragédia causa em nós...
Num primeiro momento não me atentei bem a noticia, porque estava numa conveniência de um posto conversando com um amigo e a noticia passou só com aquele barulhinho do “famoso plantão da Globo”, mas hoje bem mais relaxada e de fato tentando abstrair alguma coisa dos telejornais percebi que todos eles se dignariam a transmitir uma única coisa: “A tragédia em Santa Maria”, todos os canais com tomadas ao vivo, tentando entrevistar familiares sem condições de falar e logicamente tentando nos dar um culpado, dizendo que três pessoas estão presas e que o vocalista da tal banda também foi preso, retirado do velório do próprio companheiro de banda.
Tragédias em cima de mais tragédias, mas percebi uma coisa boa no meio de tudo isso, talvez quem leia isso agora, diga que não estou sendo coerente por afirmar tamanha realidade.
Embora seja uma percepção boa, não me alegro por dizê-la. Depois de todo esse massacre causado pelo fogo, logo tivemos uma serie de pessoas que se comprometeram com o voluntariado em ajudar as famílias em prestar socorros imediatos, como oferecer um café, um banho, refeições, ou até mesmo o deslocamento dessas pessoas para o cemitério ou funerária, enfim isso é uma coisa relativamente boa que mostra que finalmente os seres humanos estão conseguindo se sensibilizar com a dor alheia, que verdadeiramente existe mesmo que escondida e pouco trabalhada a bondade e a caridade dentro dos corações dos nossos irmãos.
Fico triste por saber que tamanha generosidade, que deveria acontecer diariamente, infelizmente só ocorrem nesses momentos de sofrimento coletivo, tragédia em massa, catástrofes e outras coisas que não cabe e nós controlarmos, mas acredito que esse seja o primeiro passo para o desabrochar de uma raça humana mais sensível, mais amável e menos egoísta e descrente.
Aos familiares, impossível abraçar a todos e levar a eles palavras de conforto e carinho, pois nessas horas poucas coisas podem confortar a ausência de um ente especial, queria poder dizer que essa dor vai passar logo e que tudo voltará ao normal, mas também não tenho esse poder, mas espero encarecidamente que todos lembrem que podem confiar acima de tudo em Deus para acalmar e balsamizar seus corações. Não acredito em fim da vida e sim na continuação infinita dela em outros lugares e planos, e acredito mais ainda no amor fraternal que une as pessoas, portanto sempre estaremos unidos a quem amamos, não importa onde estejam.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Dor






Hoje estou sentindo o dia morno, sabe quando existem várias coisas pra que você realize, mas ainda sim falta alguma coisa?
Está me faltando alguma coisa, um espaço em branco me preenche,  um espaço intocado dentro de mim que não consigo alcançar, não consigo desvendar e sinto a dor que isso me causa.
Queria fugir para dentro de mim, onde meus pensamentos e minhas falas não precisam de lógica nem de justificativa, onde o bom senso fica para outra ocasião e eu não preciso manter a ética, o respeito e os bons costumes.
Sinto-me sugada por algo maior que me impede de direcionar os movimentos para onde eu realmente gostaria que eles fossem, o mal estar interno me invade, deixando sair apenas palavras breves e monossílabos dos meus lábios.
Tento extrair um bom papo com amigos, tento quase que de forma desesperada não perder o controle sobre mim, mas as coisas parecem não se encaixarem dentro do quadro perfeito de suposições que eu criei.
Somente esse vazio que não pode ser preenchido, só esse buraco que parece nunca mais se fechar, ignoro as situações imediatas me afogando dentro de baldes filosóficos, suposições impensáveis, curas absurdas e tantas outras coisas que me façam não pensar nos verdadeiros motivos por sentir-me assim.
Tão simples, dentro do vazio eu não quero enxergar o que esta a minha frente, pois isso é ceder espaço para a dor e para rejeição. Eu não quero isso, não quero que seja assim, mas não me sinto forte o suficiente para mudar.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013





Hoje acordei bem, um pouco atrasada, mas de certa forma isso nem é uma grande novidade.
O interessante é que em determinados dias, todas as pessoas do mundo resolvem dizer pra você tudo em que você é ruim.
Não discordo delas, nem procuro explicar nada, afinal de contas se temos olhos de ver, vamos ver somente o que queremos.
Palavras ásperas, acusações, culpa, a tentativa clara de ferir o outro de forma a vê-lo sangrar, mas como não podemos agredir ninguém fisicamente, usamos das palavras, organizamos elas de tal forma que ao emiti-las, é como se jogássemos granadas na outra pessoa e fazemos disso um bombardeio afinal de contas temos que ter certeza que o outro realmente compreendeu que o fato é esse mesmo.
Me senti assim logo nas primeiras horas da manhã, bombardeada por palavras duras, por acusações, pela tentativa de descontar numa outra pessoa, algo ou alguma coisa que não gerou satisfação.
Depois de uma  longa discussão, percebo que num determinada momento as palavras perdem o sentido o outro já não se importa mais com o que você pode dizer e qualquer explicação fica perdida diante dos sentimentos expressados por essa conversa.
Fico me perguntando no resultado de tamanhas acusações? Diminui a dor interna de quem acusa? Faz com que o outro mude milagrosamente?
Fico imaginando como seria caso essa situação fosse inversa...
Não penso que apontar erros e defeitos de alguém possa amenizar ou resolver meus problemas, não me apego a dizer o que não deu ou o que não vem dando certo nessas situações, porque isso infelizmente também não resolve o problema. Acredito que meu maior defeito seja amar demais, porque quando a gente ama demais uma pessoa, a gente realmente não quer magoar, nem deixar ressentimentos, quando a gente ama demais, nós guardamos os defeitos dela só pra gente, porque entende que ninguém é perfeito.
Amar demais uma pessoa faz a gente se poupar do trabalho de dizer todos os erros diários e todos os defeitos gritantes do outro, pelo simples fato de compreendermos que nós também somos assim.
Muitas vezes tento amenizar a dor por dentro pelo fato de te amar demais, poupo de te dizer muitas coisas que eu vejo, poupo seus defeitos e realço todos os dias incessantemente suas qualidades, não me apego ao que você faz que me feriu, nem me deixo ficar triste por coisas que você deixou de fazer por mim, procuro lembrar todos os dias incansavelmente do quanto eu te amo e relevar a todas as horas, seja lá o que for, que me desagradou, tento usar palavras doces com você o tempo todo e evitar qualquer tipo de discussão, porque eu te amo infindavelmente.
Todas as vezes que me disponibilizo para conversarmos tento dar o melhor de mim, mesmo já estando cansada de um longo dia de serviço, procuro estar com você o máximo de tempo possível, porque eu sei que isso também é importante pra você, mesmo que pra isso eu saia da sua casa quase todos os dias tarde da noite.
Isso tudo, porque embora eu jamais fale de amor ou do quanto você é importante para mim, eu verdadeiramente te amo. Hoje eu estou chateada e magoada por termos discutido por algo pequeno, estou magoada com as acusações que você me fez e sentida por você deliberadamente tentar me ofender, mas também sei que continuo te amando, que depois de um tempo, talvez mais tarde, amanhã ou daqui a pouco, não sei... Isso passará.
Eu sei que compreendo que você é assim, que não fiquei feliz com tudo que houve hoje, mas que agradeço pelo meu amor por você ser muito maior do que tudo isso e por eu saber que logo, muito em breve, eu nem se quer me lembrarei desse episódio em função do véu do esquecimento que o amor fraternal nos coloca diariamente.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Querer o que não se pode ter





Passeando pelos sites de relacionamento, hoje de manha vi uma frase que me chamou atenção e também me fez refletir numa afirmativa que realmente faz sentido: “as pessoas gostam de tudo aquilo que não podem ter”.
Parece estranho dizer isso assim, uma verdade nua e crua, com um toque até de masoquismo, ou como trataria Nelson Rodrigues, nada mais que - “A vida como ela é”.
Temos a tendência de querer o que vai além de nossas possibilidades de conquistar. Por esse motivo talvez nos distanciamos ainda mais de realizar, deixamos de olhar o que esta ao nosso lado, deixamos de perceber o que realmente importa e direcionamos nossas vontades e nossos olhos para tudo que é superficial, longe, muitas vezes irreal.
Isso me fez lembrar que como agravante ainda nos sujeitamos a situações constrangedoras onde somos simplesmente desvalorizados, aceitando muitas vezes humilhações, mas também existe outra faceta não muito comentada, talvez por resquício dos antigos apaixonados do século XIX caracterizado pelo Romantismo, mas que trata exatamente dessa face obscura, pois sofremos muito e reclamamos muito, mas nos esquecemos de quando somos nós os causadores de dor no outro.
Desejamos o que não podemos ter, porque o que está ao nosso lado não serve, nós menosprezamos, tratamos com indiferença. Somos campeões em achar defeitos naquilo que temos, como diz o ditado “a grama do vizinho sempre é mais verdinha”.
Notadamente esta na hora de nos percebermos como seres ativos em nosso processo evolutivo, somos responsáveis pelo sofrimento que causamos nas outras pessoas sim, muitas vezes damos de ombro e ignoramos tais fatos, mas temos que aprender que desejar o que não podemos ter nada mais é do que uma maneira dolorosa de nos decepcionarmos de auto boicotar nossa própria existência e nosso sucesso, deixando de perceber as maravilhas que já conquistamos direcionando nossa atenção para aquilo que não temos.
Valorizar os atributos positivos que temos, compreender nossas limitações, aceitar que o mundo não cederá aos nossos caprichos e compreender acima de tudo que você é o verdadeiro e único responsável pelas consequências da sua vida, nos permite dar  o primeiro passo sentido a reforma intima.
Conseguir alcançar grandes coisas começa na conquista verdadeira dos pequenos atributos diários.

Máquina do tempo




Esse é um texto especial, sobre uma máquina do tempo.
O que seria o tempo, além de uma ferramenta?
Parece tão óbvio... E quantas pessoas vivem somente em função do tempo? Do tempo que gostariam de ter ou até mesmo do tempo que perderam.
Pergunto-me se o tempo verdadeiramente existe?
Imaginando que fosse possível e acessível montar uma máquina do tempo, o que você desejaria do fundo do seu coração que pudesse ser mudado com o tempo, seja com a sua antecipação ou com a repetição?
Faço-me essa pergunta e honestamente digo que mudaria uma série de coisas sim, que tentaria melhorar algumas situações não muito bem resolvidas e quem sabe daria uma espiadela no futuro, que na minha humilde simplicidade me fascina constantemente.
Imagino como seria vivenciar os momentos bons constantemente, estar com amigos queridos, pessoas que ainda fazem muita falta, aproveitar as melhores risadas que já dei em minha vida, dar aquele abraço apertado o beijo economizado, falar o que a garganta travou, ousar como quem não tem medo de nada.
Uma máquina do tempo poderia me trazer essas possibilidade e tornar todos os meus dias imensamente felizes e eu poderia sentir na pele o que é ser verdadeiramente feliz todos os dias da minha vida.
Isso porque com toda vaidade que eu possuo eu me proibiria de vivenciar momentos ruins, de ter perdas significativas em minha família, eu jamais permitiria que meus amigos se afastassem e não deixaria que as coisas ruins acontecessem nem comigo nem com eles.
Se isso fosse possível eu pularia todos os momentos de dor e de lágrimas que já tive, me pouparia das palavras duras, dos tombos pelo caminho e das dificuldades. Vivenciaria somente o que a vida pode oferecer de melhor.
Eu verdadeiramente espero que um dia essa máquina seja efetivamente concretizada, enquanto isso não ocorre, sem querer obviamente duvidar das possibilidades tecnológicas, físicas e químicas existentes em nosso planeta, eu prefiro pensar que tudo que vivenciei valeu a pena, que cada lágrima que deixei cair teve um significado verdadeiro, que cada dor me tornou mais forte, que os amigos que me deixaram não mereciam minha consideração, que sofri por falta de maturidade, mas aprendi a sobreviver nessa selva de sentimentos.
Não há quem não mudaria coisas do passado ou do futuro, mas enquanto isso não é possível aproveito meu presente como dádiva, lembrando que como não dá pra mudar o que eu fiz nem pra adiantar o que está por vir, o melhor é fazer com perfeição agora e esperar que eu colha os frutos da minha semeadura de hoje!

Em homenagem a Fagner Bob, por ter comigo uma ótima discussão sobre as possibilidades do tempo, de seus desdobramentos e a criação da máquina do tempo.

Desprezo




Boca seca, garganta travada e você conversando comigo, contando coisas que eu odeio ouvir, onde cada palavra é como se eu sentisse dores horríveis por todo o meu corpo...
A minha vontade é de sair correndo e entrar naquele lugar escuro onde ninguém pode me ver, onde ninguém reconhece minha raiva e meu desprezo por toda sua ignorância.
Finjo cada silaba que sai da minha boca simplesmente pra que você não pareça tão estupido, mas o que eu verdadeiramente gostaria de lhe dizer é que sua falta de senso é imensa e que não bastaria nem eu desenhar para você compreendesse a maneira correta de se fazer as coisas, pois você simplesmente não faria.
Esforço-me a cada segundo para me manter focada nessas bobeiras infantis que você diz sua falta de compreensão do mundo, da vida e de todas as pessoas que te cercam achar que o mundo gira em torno do seu umbigo e que as pessoas devem se adaptar as suas necessidades.
Infelizmente o amadurecimento não é para todos e enquanto você fala, meus pensamentos voam longe e libertos de tanta asneira, finjo um sorriso forçado, dou uma desculpa e o som da sua voz cai no vazio e eu recolho o pouco de respeito que  restou por você, sinto pena por termos chegado a esse ponto, mas agradeço imensamente por saber que sou extremamente diferente de você. 

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Para recomeçar...




A gente começa a perceber que a vida vai tomando seu rumo normal, depois das comemorações, muitas vezes depois das bebedeiras e de certa forma até mesmo depois das discussões.
Fazemos um balanço geral de tudo que vivenciamos o ano todo, de todas as pessoas que passaram pelas nossas vidas e também das pessoas que nela permaneceram.
Todo início de ano, trás com ele as mesmas coisas, a tentativa de ter um emprego melhor, a expectativa de novas oportunidades, de uma redescoberta íntima, do aumento da renda familiar ou até mesmo da renda particular, na verdade o começo do ano é nada mais do que a possibilidade de nos melhorarmos, embora eu perceba que nem sempre trabalhamos verdadeiramente pra essa realização esperando um milagre ou uma modificação milagrosa vinda do além fazendo com que as coisas aconteçam.
Não vamos receber uma proposta de trabalho melhor se não nos dedicarmos ao emprego que temos hoje.
Não há como conhecer novas pessoas ou mudar o círculo de amizades se continuarmos frequentando os mesmo lugares ou se simplesmente não sairmos do conforto que temos hoje.
Pensar no amor é a parte mais gostosa para os descompromissados e também para os compromissados, isso porque sempre temos uma série de planos ou pra encontrar a alma gêmea ou pra conseguir manter a que temos.
E então me pergunto: Qual o nosso nível de comprometimento com essas causas depois do primeiro mês do ano???
Depois de todo esse discurso bonito, de novas propostas e novas ideias para um bom início de ano... Podemos dizer que isso tudo é como um sonho que se acaba no dia três de Janeiro.
A vida volta ao normal como se nunca tivesse sido diferente, voltamos para o ponto de ônibus para pegar a condução para o serviço, colocamos os relógios para despertar para não perdermos a hora, falamos bom dia para a boa e velha xícara de café e vamos trabalhar com a vontade de que ainda fosse feriado, passamos os dias subsequentes desejando o fim de semana e pensando em tudo que poderíamos fazer.
 Nos percebemos cansados e justificamos o fim de semana para assim descansar.
Passado os primeiros quinze dias do mês, perdemos todos os compromissos de mudança, deixamos de lado o bom emprego, a procura de um companheiro e todas as expectativas de ser uma pessoa melhor e desejamos freneticamente que o mês de fevereiro chegue.
Desejamos feriados e não ter que ser responsabilizados, pensamos em quantos dias vamos folgar, pois começa o tal do carnaval, todas aquelas propostas feitas em janeiro deixam de ser prioridade e dizemos: "Ah é carnaval, vamos nos divertir" – e todo o resto vai ficando.
Aos que gostam que me perdoem, mas o carnaval hoje é a festa do descompromisso e da falta de responsabilidade!
Então todos saem às ruas quase que sem roupas, ou muitas vezes sem roupas mesmo, cantam musicas vulgares e permitem ser tratados como mais um dentre a multidão, permitem-se também serem objetos de realização de desejo imediato, relacionando-se com qualquer cara ou qualquer garota sem nenhum auto respeito.
Acabou o carnaval uma escola de cada estado ganhou uma competição sem finalidade e os garis já cataram as toneladas de lixo deixados nas praias, nas avenidas e nos centros de comemoração. As pessoas voltam para as suas casas se vangloriando do tanto que beberam, de quanto gastaram, de quantas garotas ou quantos caras pegou, de quanto e como dançou e de que forma aproveitou.
Passada a agitação do carnaval e tomados por uma sensação de remorso pensam na famosa "quaresma", onde por quarenta dias podemos ver as pessoas divididas em dois grupos, os muito arrependidos que fazem as chamadas intensões lembrando parte das propostas de melhoramento do começo do ano e um segundo grupo que eu analisaria como os “furas dieta”, que é assim, pra todo mundo esta de dieta, mas de vez em quando come um bolinho, toma um sorvetinho, saboreia algumas guloseimas e colocando na balança não fez dieta nenhum dia.
E quando nos percebemos já estamos envolvidos com a Páscoa, com recolhimento, feriados religiosos, que servem somente de feriados mesmo, porque a muito se perdeu do verdadeiro sentido do feriado de Páscoa, então presenteamos as crianças com os famosos ovos de chocolate e todos parecem ficar felizes e depois de trabalharmos muito temos logo em seguida o “dia do trabalho”, que permite que todas as pessoas descansem logicamente após tanta dedicação com seus compromissos.
Para quem conseguiu no meio de tanta promiscuidade encontrar uma pessoa legal, ou pra quem conseguiu manter a pessoa que tinha depois do maior evento de promiscuidade oferecido por esse país agora vão comemorar o “feliz dia dos namorados” para as pessoas que não se encontram nessa posição amorosa mais um dia normal...
Logico que a essa altura já estamos na metade do ano e se chegamos até aqui porque não dar uma paradinha não é mesmo?
Então temos férias de julho para criançada ficar em casa e as pessoas descansarem e se der viajar, afinal estar sem afazeres por si só gera afazeres, nessa época do ano geralmente queremos jogar as coisas que não prestam fora, ou limpar o armário, arrumar o guarda roupa, aprender a fazer algo novo e assim chegamos ao mês de Agosto...
Nessa hora notadamente percebemos nosso desgosto, percebemos que não fizemos nada o ano inteiro, que o ano já esta quase pra terminar novamente, que não é uma boa ideia sair do emprego agora, nem fazer investimentos muito altos, agosto parece ser o mês mais lento do ano, onde os dias passam arrastados, as horas são longas e a todo momento percebemos que continuamos sem dinheiro, sem amor e sem coragem pra correr atrás.
Setembro e Outubro são chamados de "os meses que não vemos passar", nada acontece a não ser a correria de tentar guardar um pouco de grana, aproveitar os feriados pra realmente descansar, tentar arrumar um namorado ou uma namorada para os que não arrumaram ainda! Quando se percebe aí esta o lindo Novembro...
Começa o mês e o feriado é pra somarmos as perdas desse ano e de todos os anos da vida que já esta se passando, nos lembramos de pessoas que já se foram a muito e das que se foram recentemente e pensamos que a vida delas poderia ter sido tão diferente, nos vemos com nossas vidas em mãos e nos sentimos obrigados a fazer algo a respeito, tomamos assim uma dose de animo e disposição, sentimos que somos responsáveis por fazer um mundo melhor e por sermos uma pessoa melhor, nos lembramos dos que não tiveram essa oportunidade ou dos que a perderam por bobeira e decidimos que vamos fazer alguma coisa, mas...
Dezembro, em dezembro não há o que começar... Dezembro enche nosso coração de boas intensões natalinas e passamos o mês todo fazendo os últimos ajustes de tudo que não fizemos o ano inteiro, e você pensa que tudo esta engatilhado quando na verdade você ainda vai ter que correr atrás e ainda vai ter que lidar com as festas de fim de ano que estão chegando...
Resumo do ano, estamos no ano novo outra vez e o que você fez?????
Nada...