sábado, 1 de outubro de 2011

Divagações...



Bem, aparentemente posso dizer que estou um tanto quanto perdida dentro de mim mesma. O que isso quer dizer? Bem, aparentemente é muito simples: “eu definitivamente não sei”
Qual é o máximo de amor que alguém pode receber? Qual é o máximo de amor que alguém pode dispensar ao outro?
Parecem colocações um tanto difíceis de responder, aliás, não só parecem como verdadeiramente são.
Sinto-me como tendo um leque de opções nas mãos, sinto-me possibilitada a escolher um milhão de caminhos, mas estivesse me sentindo momentaneamente paralisada.
Tento imaginar o que é que eu estou esperando, e se é mesmo que estou esperando alguma coisa.
Racionalmente parece que não espero nada, que não quero nada, mas se esta máxima é verdadeira, então porque a sensação de paralisia momentânea?
Muitas vezes acredito conhecer-me perfeitamente bem. Ledo engano! Se conhecesse tão bem meu inconsciente, então eu não o teria e assim toda parte seria consciente.
Venho questionando coisas, situações, contradições, posições e logicamente as pessoas, mesmo diante de todos estes questionamentos, ainda assim não tenho as respostas que gostaria de ter. Sinto como se faltasse algo irreparável em minha vida, algo que eu ainda não descobri o que seria... Durante algum tempo eu acreditei que seria uma determinada coisa, mas agora isso e tantas outras coisas parecem estar em dúvida.
Sinto aquela sensação de não ter para onde voltar, na verdade de não ter nem pra onde ir.
Resumidamente o momento é de confusão, confusão dentro de mim, não por não saber o que eu quero, mas por querer várias coisas ao mesmo tempo e assim como um bom ditado que eu já aprendi: “para pegar uma nova coisa você precisa inevitavelmente soltar o que já estava segurando”. Dúvidas e mais dúvidas, foi tudo que sobrou e tudo que resta de várias coisas de várias situações.
Querer? Será que eu quero? Ou não quero, ou quero só de vez em quando, ou não quero nunca? Se não quero nunca porque estou querendo agora?
Pior do que isso, é estar junto, é ter, é ver e nesses momentos depois de querer, não querer mais, sentir e não querer sentir mais, provar e querer cuspir...
Sinto-me como uma criança que pega uma coisa importante e brinca indiscriminadamente com ela, mas que se quebrar os danos serão muito desastrosos.



terça-feira, 27 de setembro de 2011

"Permita-se novos amores e até mesmo novos tremores..."




Não consigo entender os porquês das coisas... Todos nós temos bem claro aquilo que queremos ou pelo menos aquilo que não queremos. As coisas em nossas vidas acontecem segundo esses dois princípios: querer ou não querer determinada coisa, pessoa e/ou situação.
O que não entra na minha cabeça é: “se não quero, por qual motivo eu vou iludir o outro ou a mim mesma?”.
Todas as coisas quando são claramente explicadas não geram expectativas, elas geram possibilidades. Falo isso por experiência própria. Antes, quando alguém chegava e me dizia que eu tinha muitas expectativas em relação às pessoas ou a determinadas pessoas ou situações, eu realmente ficava me perguntando se isso era mesmo verdade, se estava condizendo com minha realidade interna. Hoje percebo que não... Na verdade, penso com bastante clareza que o que realmente acontecia comigo eram dúvidas.
Dúvidas cruéis de ter que tomar determinadas decisões porque o outro não se decidiu.
Todos dizem que a vida toma seu curso natural assim como os rios e vai seguindo, passando por cima de tudo, não importa se as flores que estão na sua margem são belas, não importa se em determinados lugares o rio é repleto de peixes, nada disso importa, porque o destino final é o mar e mesmo passando por tudo isso, nada o detém.
Eu sou o rio, não só eu, todos nós somos rios, que passam, passam por caminhos, passam por florestas, passam por campos floridos, passam por rastros de água que muitas vezes parecem estar secando e não importa quão bonita seja a paisagem ou quão tranqüilo seja estar lá, continuamos correndo, seguindo em direção ao mar.
Tenho boas pessoas ao meu lado, tenho um pouco de dificuldade pra valorizar da forma verdadeiramente merecida toda dedicação, cuidados, preocupação, milhares de ligações, todo o companheirismo e altas discussões que só nós conseguimos ter. Nem sempre consigo retribuir como gostaria, mas aprendi que não dá pra ficar trocando o certo pelo duvidoso. Sempre tive muitas certezas do que eu queria e do que poderia me fazer feliz. Talvez eu tenha idealizado demais, mas tudo bem, ainda dá tempo de consertar todos esses mal-entendidos.
Sabe aquela sensação de não ter que perguntar nada, nem de pedir nada? Sabe quando alguém se importa verdadeiramente com você e se importa com o que você acredita ser importante?
É, definitivamente isso não tem preço...
Mas o que mais me admira é quando a gente tem uma vida corrida, com pouco espaço na agenda, com milhões de compromissos, quando a gente sente que o dia com vinte e quatro horas não vai ser suficiente pra fazer tudo que a gente tem que fazer, e mesmo sabendo que o dia foi apertado a gente ainda acha tempo pra se ver, pra dar risada, pra dizer tudo que passou, pra tomar um vinho juntos, pra curtir a companhia, pra dizer que o dia foi difícil e foi corrido, mas agora já estamos aqui, juntos.
Cansei de contos de fadas, de príncipes encantados e cavalos brancos... Não acredito mais em “viveram felizes para sempre”, mas acredito sim, em novas possibilidades, a gente conserta aqui, dá um jeitinho ali, finge que não vê algumas coisas, afinal de contas, eu realmente idealizei, me preparei verdadeiramente pra que alguém tomasse e preenchesse cada brechinha do meu coração, mas isso não aconteceu. Fiz pior, tentei fugir e não mais pensar nisso, porque me chateava, mas enfim só posso dizer que compreendo... Cada um é livre pra escolher o que achar melhor, cada um é livre pra dar o melhor rumo pra sua própria existência.  E em minha existência eu tenho alguns parâmetros do que eu quero realizar sim, um rascunho ainda não muito terminado do que vai ser minha vida daqui pra frente. Mas o que eu tenho certeza absoluta e que está muito bem traçado, que não me deixa nenhum tipo de dúvidas são todas as coisas e as situações que eu não quero comigo, não quero em mim e menos ainda em minha vida. Entra nessa categoria qualquer coisa que gere dúvidas em meu coração, que coloque à prova meus sentimentos e que espere de mim toda revelação, mas que nunca revelou nada de si.
Sinto como se ainda houvessem infinitas palavras que quisessem sair do meu coração, como uma “catarse escrita”,(que Freud não me ouça... rs...), mas como diria minha Mãe Su: “Não vou gastar meu rico latim pra explicar tudo isso”.
O que se pode dizer é que preciso de uma casa nova, mas continuo querendo a mesma vizinhança, então a melhor coisa é mandar a máquina vir destruir a casa velha, jogar os entulhos no lixo e vamos fazer uma casa nova...

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Especialmente única


Eu quero prestar uma homenagem para um presente que deram pra mim, não é nenhuma vaidade querer ver você feliz!
Meu pequeno presente que muito me faz sorrir é minha filhinha Julia que os minuciosos passos esta sempre a repetir.
Não há muito que dizer de um anjo tão pequenino assim, mas com sonhos grandiosos os quais faço questão de seguir...
Por essas e outras, vai uma poesia que não fui eu quem fez, mas demonstra toda dedicação e amor que posso dispensar por ti!

A bailarina


Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do pé.

Não conhece nem mi nem fá
Mas inclina o corpo para cá e para lá

Não conhece nem lá nem si,
mas fecha os olhos e sorri.

Roda, roda, roda, com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.

Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.

Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.

Mas depois esquece todas as danças,
e também quer dormir como as outras crianças.

Cecília Meireles

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Bom ou Ruim????



Às vezes fico me perguntando se determinadas coisas que acontecem são boas ou ruins.
Já faz um tempo que essa dúvida cruel me persegue.
Diante de uma série de informações que me chega, a maioria delas me afeta diretamente...
Durante uma das inúmeras conversas, enquanto eu como sempre perguntava: “isso é bom ou ruim?”, compreendi, depois de muito ter escutado...
Compreendo que toda essa minha necessidade de saber se algo é bom ou é ruim nada mais é que o reflexo da própria situação, afinal, não há uma maneira de se colher lindas expectativas após uma plantação inteira de muitas dúvidas e descrédito...
Tenho muita necessidade de saber se isso tudo é bom ou ruim pela sensação de que mais uma vez eu possa me ferir, tendo em vista que todas as situações me levam a escolher alguma coisa. Escolher nos faz tomar uma posição concreta diante das situações que nos são expostas. Pra mim, que gosto das coisas racionais, pensar sobre um fato antes mesmo dele acontecer e analisar todas as suas possibilidades e até mesmo seus possíveis estragos é parte integrante de um pouco mais de segurança interna.
Pergunto se é bom ou ruim, porque mesmo avaliando todas as possibilidades envolvidas nisso, ainda assim, não sei se quero ou não uma delas pra mim, afinal de contas situações como estas nos fazem tomar atitudes, mostrar a cara e na mais inevitável de todas as colocações, nos faz “descer do muro”.
O que eu espero verdadeiramente não são as respostas definitivas de bom ou ruim, isso na verdade não importa muito, o que realmente espero é que em algum momento no meio dessa jornada toda, simplesmente uma vez, que eu me sinta segura, pois segurança não faz perguntarmos se algo é bom ou ruim...

A melhor parte da vida




Estava aqui pensando em como dentro de um milionésimo de segundos nós, seres humanos podemos passar da extrema tristeza para extrema euforia.
Sinto-me verdadeiramente privilegiada por ter tantas habilidades e ter tantas pessoas ao meu redor, se bem que só tê-las comigo não é o que faz a diferença, mas saber que cada uma delas participa ativamente da minha vida.
Percebo que refletir sobre determinados problemas sozinha nem sempre me faz achar uma solução, mas refletir verbalizando com alguém de confiança não tem preço.
Todos podem dizer que tem alguém de sua mais íntima confiança, mas como eu tenho, acredito que ninguém.
Confiar é se entregar de coração aberto aos olhos e ao colo do outro e se despir de máscaras e mostrar que você não é tão boazinha assim e se acabar em lágrimas por coisas que nem dependem de você e muito menos dessa pessoa que te escuta. É dividir as alegrias em igual proporção, é poder dividir sendo uma conquista de equipe. É poder ser frágil quando todos esperam de você a mais dura fortaleza; é poder dizer que sente raiva; é poder abraçar gostoso; é poder dividir uma noite inteira de filme e pipoca, ou então, nem isso, só de ficar na companhia já basta.
É passar a madrugada toda conversando e a conversa parar quando uma de repente dorme e do nada você ouve: cri... cri... cri...
É poder contar pra ela todas as coisas que você não tem coragem de dizer nem olhando no espelho; é pedir conselhos e dividir as lamentações porque o único cara que você possa ter chegado mais próximo de amar nessa vida é um completo idiota e você vai ter que se conformar que todas as probabilidades matemáticas dizem que vocês vão ficar separados, mas ela com toda a sabedoria ainda consegue ver um restinho de esperança em tudo.
É passar o fim de semana inteiro contando as horas para se ver, para colocar a fofoca em dia, porque nem uma e nem a outra quis ligar pra não invadirem uma o espaço da outra.
Confiar é ter alguém assim na sua vida, é saber que você pode se interessar pela pesquisa mais excêntrica e diferentemente louca que possa existir e ela vai estar lá com você, analisando e criando teses. Saber que você vai ouvir uma música linda e vai lembrar de alguém que talvez nem te mereça ou que nem te reconheça da mesma formam, mas ela vai baixar a discografia inteira da banda pra você e te consola dizendo: “aproveita, eles têm outros álbuns bons.”
É saber que a hora da partida pode chegar a qualquer momento, mas vocês nem ao menos conseguem se preocupar, porque tanto uma quanto a outra sabe que quando verdadeiramente conquistamos algo, isso não se perde por mera distância.
Ter alguém assim como eu tenho é saber e acreditar que eu posso chorar, que eu posso me lamentar, que posso errar, que eu vou sempre aprender mais e mais, que posso ir e posso voltar assim como o vento, e mais do que ter todas essas certezas é saber que seja lá qual rumo nossas vidas vão tomar, mas que sempre ela vai me amar!

domingo, 28 de agosto de 2011

Reflexão




Parei pra analisar determinadas situações e me veio a seguinte reflexão: “o que exatamente significa amar alguém?”
O que nos faz realmente amar alguém? Afinal, durante todo o tempo somos bombardeados por sentimentos, sejam nossos, sejam do outro. Amar deve ser quando o seu próprio sentimento sai do seu controle real e racional e fica à disposição do seu próximo, ou melhor dizendo, do seu objeto amado...
Se fosse tudo assim como as palavras descrevem seria até bonito, acontece que quando descobrimos que estamos amando alguém, nem sempre o outro também nos ama... Aí começa todo o sofrimento...
E voltando a primeira e mais importante de todas essas colocações: o que significa amar alguém? Quais motivos nos levam a amar alguém?
Seria por pura afinidade, por esse alguém estar ao nosso lado o tempo todo (ou pelo menos boa parte dele), por nos sentirmos felizes de tal forma que chega a ser indescritível, por tirarmos momentaneamente os pés do chão, por sentir o coração acelerar, sentir uma euforia sem igual e logo em seguida uma sensação de pura paz interna???
Talvez seja por todos esses motivos...
Amar entra na parte em que conseguimos nos conectar com o outro em todos os aspectos possíveis dentro dessa existência, se sentir completo por si mesmo e essa completude extravasar e inundar o outro com a sua própria felicidade e sensação de estar tudo bem.
Amar nos faz pensar nas manhãs acordando juntos, sentindo os pés se encostarem, o longo abraço entre milhões de beijos e outro. Olhar o dia que começa e o primeiro pensamento estar relacionado com a certeza absoluta de que quem está ao seu lado, assim o faz por livre e espontânea vontade, que as incertezas se foram quando os olhos se cruzam, quando os lábios se tocam, quando se segura a mão como se tivesse te pegando no colo.
Amar é tudo isso e um pouco mais, talvez seja por esse motivo e por tantos outros que é tão complicado vivenciá-lo plenamente, pelo principio básico de que, embora todos esses sentimentos e sensações sejam extremamente maravilhosas, compensadoras e gratificantes, ainda assim, não é possível vivenciá-las sozinha...  

Divagações 3



Mais uma vez a vida me leva a outros rumos... Fico imaginando a situação que vivo hoje, tudo parece tão comum e tão cômodo. Às vezes sinto que a possibilidade de uma dessas coisas mudarem é quase que fora de lógica ou até mesmo impensáveis, mas ainda assim, sei que essa hora vai chegar.
Ainda há pouco tempo atrás me referi à minha vontade de fazer com que determinadas coisas aconteçam como “a cartada do destino”.
Engraçado que me perguntaram se eu tenho coragem de pular no poço, se tenho coragem de me arriscar por determinadas coisas e até mesmo por determinadas pessoas... Talvez a resposta imediata eu não possa dar, mas posso garantir que tenho grandes habilidades para criar situações onde todas essas coisas possam ser colocadas à prova. Garanto que em momento algum eu me arrependerei do que eu mesma posso criar, pois esse é o território que eu conheço. Eis que a pergunta que eu faço nesse momento é muito simples: “até onde você pode ir?”; “o que você é capaz de fazer?”; “até onde você acredita que isso vale a pena?”; “você teria coragem de pular no poço?”.
Desculpem-me, mas a frase “que seja eterno enquanto dure” pode ser rima perfeita para as músicas de pagode que muitos ouvem pra tentar acreditar que uma coisa que não vai nunca dar futuro vale a pena. Infelizmente eu não acredito nisso! A frase “que seja eterno enquanto dure” quer dizer que seja lá o que for que acabou de nascer, já nasceu morto... Falta somente coragem pra finalizar, coragem pra dizer que isso não vai dar certo, então, por falta de coragem a gente espera a cartada do destino, assim como eu esperei, ou seja, eu crio o meu próprio final. Não pense que eu não assumiria meus compromissos pré-estabelecidos, mas antes de assumir qualquer coisa eu preciso de um motivo, e infelizmente, motivo foi o que eu nunca tive para assumir qualquer coisa. Talvez muitos digam que eu sou egoísta, é, talvez eu seja mesmo, mas ainda não encontrei razões que me façam pensar em alguém que não pensa em mim...
Hoje venho dizer através dessas curtas ou talvez longas linhas que minha cartada do destino foi jogada. Por enquanto não posso dizer quais os estragos que ela causará, não posso dizer quantas pessoas ela afetará. O que posso dizer é que, o que eu conquistei estará comigo para toda a vida, mas para aqueles que ficaram esperando o melhor momento para ser, o melhor momento para fazer, o melhor momento para escolher fazer parte, para esses chega ao fim a grande jornada, porque eu não tenho o hábito de blefar, eu só jogo pra ganhar.
Quero que fique claro que aprendi muito, que descobri muito de mim durante todo esse tempo, mas nunca vou esquecer a maior e talvez a melhor frase que eu ouvi: “Sabe Rafa, todos nós caminhamos para a evolução, isso é inevitável, não se contente com a ignorância, não se deixe levar pelo caminho mais fácil, trabalhe sempre com dignidade e uma coisa importante, se permita sentir, se permita gostar, se permita amar”.
Talvez eu não tenha me permitido tanto quanto eu gostaria, mas posso dizer que mesmo assim venho aprendendo muito, aprendendo numa escola que jamais outros poderão estudar no mesmo nível que eu, pois esta escola é a escola da minha própria vida.
Queria de verdade escrever um texto onde eu dissesse que hoje tenho pra quem voltar, que tenho raízes em alguém lugar e que um colo quentinho me espera. Mas isso não é verdade, esse texto é a primeira parte de uma série inteira de possíveis lamentações, com inúmeras esperanças nascendo, posso dizer que este seja o primeiro texto que elucide o momento exato onde dois caminhos se separam.
Não posso dizer que isso me deixa feliz, mas não posso dizer que eu não tenha procurado isso.
À Sueli, minha querida amiga, todo o meu amor, gratidão por sempre ter estado ao meu lado, por sempre me mostrar como a vida nos mostra caminhos diferentes, mas sempre reafirmando que amores pré-concebidos jamais poderão morrer. Aos meus pais, que mesmo diante de toda minha rebeldia, estiveram ali presentes, me deixando ser sempre eu mesma mesmo com todas as excentricidades e a mim mesma por nunca perder a vontade de conquistar o mundo, por nunca perder o entusiasmo de ir ao infinito e além, de sempre acreditar que por pior que seja a situação ela sempre vai ser um reflexo de algo que eu tenha feito anteriormente.
Fecho esse texto com o coração aberto e com uma felicidade que não cabe dentro de mim, pois sei que realmente posso mais, sei que minha bateria é infinitamente durável e que meu dispositivo é realmente nuclear...


Divagações 2



E pensar que quase desisti de tudo por tão pouco, mas cada vez que isso acontece, só consigo perceber como posso ser mais forte.
Os dias vão passando e eu consigo notar qual é a minha verdadeira função e que culpar a Deus pelos meus problemas não faz com que eles se resolvam, mas acreditar que Ele existe faz com que eu tente compreender ainda mais o enorme processo de mundo do qual eu faço parte.
Hoje pra mim foi um dia muito importante, não só porque eu realizei algo grande, mas porque eu consegui chegar confiando em mim mesma, acreditando nos planos de Deus e confiando na minha própria capacidade de discernimento. Conheci alguém interessante, reafirmei um vínculo com alguém muito querido, dei noticias boas, me senti feliz por alcançar determinados objetivos, por me sentir capaz de fazer, de realizar, de estar, me sentir pertencente a algo.
Isso tudo que aconteceu, embora tenha me deixado muito feliz, não é a melhor e a maior fatia do meu bolo, pois a maior e melhor fatia está lá, junto das pessoas que eu amo, junto dos que torceram pra mim, junto com aqueles que me apoiaram, que me ligaram pra demonstrar preocupação, lá junto do meu pai que, mesmo dentro de todos os seus longos momentos de silêncio, nesse momento específico me aconselhou, minha irmã que disse: ”olha, só posso dizer uma coisa: seja você mesma o tempo todo e tudo vai dar certo!” A mensagem de uma amiga muito querida que dizia “jamais duvide daquele que te devolveu as esperanças”.
A todas essas pessoas eu sou imensamente grata, minha felicidade está em saber que mesmo eu aqui, longe, falando pouco e mandando poucas notícias, vocês ficaram torcendo por mim e me apoiando constantemente.
Pode ser que no dia de amanha eu não mais esteja aí, do lado de vocês, mas isso não significa e jamais significará que eu estou longe, pois meu coração sempre estará aí com vocês, afinal, pode-se tirar tudo de um homem, mas jamais aquilo que ele conseguiu alcançar com seu próprio esforço e merecimento. Não se pode tirar o reconhecimento, nem o bem- querer das pessoas, nem seus sentimentos.
Sinto como se minha vida fosse um livro e hoje dou início a um novo capítulo. Talvez este seja o capítulo mais ousado, com o título mais atrevido, mas ao mesmo tempo com a historia mais emocionante que eu possa viver... Não acho que isso seja um ponto final, mas sim uma fase, mais uma fase no meio de tantas outras que já vivenciei, uma fase diferente, dentro do reconhecimento de minha própria profissão, onde eu me reconheço como sendo capaz de fazer o melhor dentro daquilo que eu escolhi para minha vida.
O que posso dizer é obrigada, o que posso sentir por tudo que aconteceu e por todos que me apoiaram é gratidão.


terça-feira, 21 de junho de 2011

Adeus


E, finalmente, chega a hora do adeus... Parece um tanto quanto triste dizer isso, assim como um “final”.
Se bem que, pela análise lógica da coisa, não se pode começar algo em nossas vidas sem antes terminar o que havíamos iniciado.
Embora isso nem pareça assim tão importante, eu de fato acho fundamental o término, aquele momento onde a gente coloca o ponto final na coisa, e recolhe os cacos do que sobrou, tenta colar com super bonder e... Bonito, bonito, não fica, mas passa a ser o princípio de algo diferente.
Não vou dizer que essas situações não nos deixam marcas, seria quase que impossível dizer tal coisa, mas ainda assim, aprendemos muito com cada tombo que levamos.
Hoje, finalmente, posso dizer adeus, não há mais culpa, nem vejo necessidade nenhuma da minha presença nesse espaço. Só o que   deve ser e nada mais, como um trecho de uma música do Titãs: “Veja só o que restou do nosso caso de amor, tratamento respeitável de Senhora e Senhor... Titãs – Senhora e Senhor”.
Descobri que realmente migalhas não me satisfazem e o que eu quero, eu quero por completo. Chega um momento em que as pessoas simplesmente não são suficientes, isso é absolutamente normal, fora do normal é não se contentar com isso e ainda assim continuar.
Percebo mais que isso, percebo que lealdade é algo constante e que não precisa ser demonstrado só na minha frente, mas o tempo todo, constantemente. Não se passa a mão na cabeça e depois agride pelas costas.
Nessa hora vejo como não me arrependo de ser exatamente como eu sou. Amiga quando amiga e inimiga quando inimiga, não há um meio termo. Não espere de mim palavras que tenham como finalidade te agradar, sou definitivamente cada vírgula do que eu penso sem mudar nenhuma delas.
O que mais gosto em mim é o meu nível de observação, não há o que eu não possa ver, não há que eu não possa saber e digo mais, que não há espaço que eu não possa penetrar... Isso pelo simples fato de ser de verdade...
 Hoje, de fato, muitas coisas mudam, eu realmente saio de um estágio probatório pra confirmar que o produto que tentei comprar realmente não era bom, vinha defeituoso e ao que tudo indica, não há conserto, se bem que gosto mais do termo “O lobo perde o pelo, mas não perde o vício”.
Seria trágico se não fosse cômico! Enfim, ter minha vida revirada de pernas pro ar num domingão inteiro; ter ganho uma viagem só de ida pra bem longe de tudo que eu gosto foi uma sensação única. Ter o olhar de julgamento dos entes queridos quase que te fuzilando e dizendo: “você fez cagada”; ter sensações horrorosas de que o mundo realmente poderia desabar nas minhas costas e mais que isso, além de desabar eu provavelmente não suportaria. De fato todas essas coisas não tiveram preço... E por serem inestimavelmente incalculáveis são extremamente danosas. Minha vida toda quase foi destruída por um ato incontrolável de fúria, por algo que de fato culpa minha não era, afinal, não posso fazer parte da falta de zelo de outras pessoas. Penso que nenhuma desculpa ou palavras de ressentimento possam consertar tal dano, mas entendo perfeitamente a postura tomada, acredito que eu também ficaria do lado mais fragilizado, até aí perfeitamente aceitável, só não me peça compreensão. 
E nesses momentos é que percebemos exatamente como as pessoas são, e descobrimos exatamente do que são capazes. Não digo que isso é mal, muito pelo contrário, demonstra verdadeira presença, demonstra que este outro realmente faz parte da sua vida, enfim, companheirismo, parceria, mas no meu caso, significa simplesmente que não quero mais compactuar com esse tipo de atitude, não me faz bem, isso vem me tirar um peso das costas e vem me provar que nem sempre quem te passa a mão na cabeça sempre está ao seu lado. Penso que de agora em diante uma parte de mim deixa de ser, assim sendo modificada e adaptada a uma nova situação. E eis que chega ao fim uma canção que um dia escutei: “E se eu não chegar cedinho, espere mais um bocadinho – Túlio Borges - Zorro”. Eu simplesmente não espero, a vida não espera, o mundo não espera, nem o relógio espera... E termino esse texto de hoje com duas simples palavras usadas no cinema americano, mas muito popular aqui no Brasil: “The End”.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

...



Não há situação pior do que ter que esperar a vontade do outro, pra completar não há violência interna maior do que ter que passar pelo julgamento do outro. Na verdade fico a me perguntar o que faz essas pessoas tão diferentes assim para elas se julgarem no poder de decidir se alguém é bom o suficiente para algo sem nem ao menos uma avaliação mais profunda.
A violência do julgamento é tão devastador que pode ceifar das pessoas um principio de vida chamado esperança, tornando o pensamento motivador em veneno para que continuemos. Nesse momento, se não olharmos atentamente para nós mesmo é bem provável que deixemos esvair uma energia vital muito grande.
O mais triste de fazer essas terríveis colocações é ter que dizer que no mesmo dia da mesma semana passei pelas duas, a sensação é mais do que um vazio interno, é muito mais do que a impotência, é mais do que se sentir inútil.
Só tem uma diferença no meio de tudo isso, eu não me deixo levar por nada disso, tento arrancar forças de dentro do meu íntimo e me segurar o máximo pra que meus olhos não transbordem em lágrimas, e muitos diriam, que chorar é a atitude mais infantil que alguém poderia ter. Eu não discordo em nada, afinal como uma criança chorona que sou eu só quero colo, sentir o calor de alguém que me ame e me diga que tudo está ruim mas que não vai ficar assim e que tenho com quem contar e que sou capaz sim de vencer de fazer de realizar e que não há “dor de cotovelo” que possa arranhar a pintura do meu comprometimento.
Quanto ao resto que a gente espera para um relação feliz, eu já parei de esperar, mas se um dia nessa vida eu tiver que aconselhar, jamais o diria.
Fico pensando em qual seria o maior desejo do meu coração. Não seria difícil dizer, mas já acho não valer mais a pena, tanta espera, tanta expectativa e pra que? Talvez realmente existam alguns investimentos que nunca renderão nada, investimentos que não valem o esforço, nem o tempo nem as lágrimas e o pior investimentos que não compensam abraços nem longos sorrisos.
Já faz alguns dias que eu disse a uma amiga que talvez eu seja a ultima romântica... RS... Menti... Acho que não sou nada romântica, como podemos chamar de romântico alguém que trata seu amor como investimento?
Mas tudo bem... afinal não podemos acertar todas e nessa definitivamente eu não acertei!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Divagações 1

Eu estava analisando determinadas situações a meu respeito, percebo que sempre me expresso com clareza, que sempre dou minha opinião sobre os assuntos, principalmente os que me interessam. Sempre sei da maior parte das coisas que se passam, principalmente comigo, não deixando nada passar batido, nem sequer um pensamento, frase ou sentimento.
Sempre faço questão de analisar e esmiuçar tudo, mas de uns tempos para cá, alguma coisa não vem tendo a mesma entonação, não estou mais fazendo muita questão de me expressar, nem de demonstrar sentimentos, nem de fazer com que as coisas caminhem, simplesmente é como se eu tivesse enojada...
Quando situações desanimam, quando as pessoas perdem o brilho, quando não se tem mais vontade nem disposição para entender, quando sentimos o vazio que definitivamente não será preenchido, não há o que fazer e não há o que reclamar e menos ainda para quem reclamar.
Nessa hora viajo no mundo que mais me é familiar, no meio de pensamentos e possíveis soluções, tento me explicar, me justificar e até mesmo entender que as coisas não são da forma idealizada como sempre espero.
Antes, era como se tivesse um motor trabalhando em alta velocidade dentro de mim, que não precisasse de combustível nem de manutenção, só trabalhasse e gostasse de assim o fazer, mas agora as coisas perderam a graça, não sinto toda a empolgação e infelizmente, o que sempre acontece, assim como em qualquer processo, está acontecendo uma parada, talvez necessária, talvez forçada, que se traduz numa racionalização que é imensurável.
O pior de tudo isso é que não sei dizer se existe uma forma de que esse processo não ocorra... Talvez exista, ou talvez não...
Só posso dizer que cada vez mais tenho passado o tempo pensando em coisas que talvez eu nunca vá executar e idealizando momentos que talvez nunca venham a ocorrer e me distraio por fazer as coisas que me são obrigações, e tento tirar o maior prazer que essas tarefas possam me dar, sem muito reclamar e menos ainda sem deixar que elas parem de acontecer.
Não sei quanto tempo isso vai durar. Geralmente são insights rápidos causadores de mudanças repentinas, mas na maioria das vezes definitivas. Não sei dizer se gosto ou não dessa situação, ela me parece incomoda no começo, me deixa um pouco confusa em determinados momentos, mas elas acontecem. Não posso dizer que venham do “nada”, afinal, não há criação do vazio, não há existência no “nada”. Mas mesmo sem saber exatamente qual peça foi mexida pra que isso acontecesse, sei que as movimentações internas se seguem sem parar.
Não sei se tanta racionalização resolve o problema, se bem que sentimentalismo nunca foi minha maior virtude... Procuro sentir mais do que pensar, mas esse tipo de atitude vem se tornando cada vez mais difícil e mais complicada, pois a cada dia que passa, mais apertado fica o espaço que todo esse sentimento ocupa e maior se faz o campo das idéias.
Pode ser que esse processo venha a ser revertido, assim como tantas outras coisas foram, só não posso dizer como e nem quando isso ocorrerá. O que se sabe é que não existe um culpado pra isso, além da minha própria pessoa, afinal quem mais é responsável por meus sentimentos que não eu mesma?

terça-feira, 31 de maio de 2011

Beijo



Quero falar sobre algo muito particular, talvez o mais particular que algo possa ser, mas que é banalizado: o beijo.
O beijo em si é tão importante que talvez tenhamos ridicularizado sua importância em nossas vidas. É através do beijo que muitos se cumprimentam: três beijinhos aqui, dois beijinhos ali, um beijinho aqui. Desculpem-me, não utilizo essa forma de cumprimento, afinal, como posso eu fazer parte de uma “cultura” que banaliza algo tão importante como o beijo?
Você permite que uma pessoa que você acabou de conhecer, que não tem nada a ver com você, que não te conhece, que não faz parte da sua vida encoste os lábios dela na sua face como se fosse a coisa mais natural do mundo? Desculpem-me, eu não aceito.
O beijo é tão sério e tão importante que posso dizer que talvez seja a maior entrega que alguém possa dar ao outro.
Quando a gente beija alguém que gosta, que ama, naquele instante de troca, no momento em que os dois lábios se tocam; que você sente toda a umidade dos lábios de outra pessoa; que se troca a respiração; que se fica tão próximo que ambos podem sentir o corpo todo estremecer, sentindo as mãos suarem mais do que o normal, mesmo parecendo tão natural, e consegue perceber exatamente aonde a sua mão vai e o que ela toca; desliza os dedos sobre os cabelos do outro e sente-se sendo acariciada; sente-se puxado por uma força quase incontrolável que praticamente cola os dois corpos juntos e os corações já não batem mais separados, tornando-se um só; sente que quanto mais próximo está, mais se sente seguro e mais quer que aquela sensação nunca acabe.
Ao beijar, você pode olhar dentro da alma de alguém e mostrar tudo o que você mesmo possui, como olhar através de um vidro extremamente fino e transparente. Trocar beijos é mais do que tocar o outro. Beijar o outro é se dar tão intimamente que não há barreiras pra que o outro chegue em você, não há como não se deixar levar pelo momento, não existe uma forma de controlar o que se sente. E as mãos praticamente não falam por si só e os toques e carinhos vão muito além de um simples roçar no outro: você sente o pulsar nas pontas dos dedos, você pode sentir o afeto e o carinho nas mãos que tocam o seu rosto suavemente, e naqueles mesmos lábios que carinhosamente descem pelo seu pescoço, beijando e sentindo uma sensação única de troca.
Beijar, como eu disse, vai muito além de qualquer outra entrega que se pode fazer, pois o que dizem mesmo ser íntimo, não é tão íntimo assim, pois nesses momentos você ainda pode mentir, pode fingir, pode dizer sentir algo que não sente e o outro, mesmo que não acredite, nunca vai poder saber se é verdade ou não o que você disse. Mas no beijo, não é preciso dizer nada disso, pois não existe a necessidade de explicar a entrega mais verdadeira que alguém poderia dar.
E depois ainda me chamam de antiquada por não ser adepta da moda do beijinho!

quinta-feira, 26 de maio de 2011

A doce ilusão da mentira


Depois do fim-de-semana acabei me questionando sobre um tema comum e que, de certa forma, faz parte da nossa realidade.  Engraçado que não só faz parte da nossa realidade, mas para algumas pessoas é a própria realidade.
Mentir.
O que leva uma pessoa a mentir???
Fiquei questionando sobre isso, porque, claro, obviamente eu mesma já menti, mas quando falo em mentir, realmente quero dizer o sentido bem patológico da situação.
Mentir por prazer de mentir, pra enganar, zombar, menosprezar as pessoas... Fiquei analisando verdadeiramente o que leva uma pessoa a mentir. Claro que, dentro de toda a minha curiosidade, só saber o porquê de mentir não é suficiente. Fiquei pensando sobre o motivo interno que leva essas pessoas a fazerem isso, a movimentar essa engrenagem única que uma vez colocada pra girar não pára mais. Acho que isso explica bem o clichê: “uma mentira leva à outra”.
E como eu não poderia deixar de relatar minha própria experiência de vida, eu já conheci alguém que mentia muito. Mentia onde trabalhava, mentia sobre o que gostava, mentia sobre o que realmente fazia e depois de todas essas mentiras fiquei até a duvidar se o nome específico desse indivíduo era o que ele havia me informado.
Engraçado que, embora sempre existisse algo dentro de mim que dissesse, ou melhor gritasse, que algo estava errado, eu não me importei. Quando verdadeiramente descobri “a verdade”, eu nem me incomodei, simplesmente me afastei.
Quando me refiro a afastamento, se trata de um afastamento efetivo mesmo, onde não há mais conversas, não há desculpas, não há justificativas e menos ainda, explicações. Esse afastamento se refere a quase uma aniquilação completa de qualquer lembrança que um indivíduo dessa natureza possa ter deixado em mim. Não me senti mal em fazer nada disso e nem me arrependo de que as coisas tenham sido dessa forma, mas uma coisa ainda existe dentro de mim: o sentimento de pena, de dó, por saber que mais do que contar uma mentira pra um estranho, essas pessoas enganam elas mesmas, fingindo ser algo que não são, fingindo gostar do que não gostam, fazer o que não fazem.
Sinto pena porque já é tão pesado carregar as nossas próprias máscaras, tendo que olhar todo dia pra coisas que podemos nunca verbalizar com outras pessoas, mas que vão estar lá e que nós vamos ter que olhar. Tudo isso já é tão desconcertante e pesado e doloroso... Agora imagina uma pessoa assim, que já não consegue mais nem diferenciar ,o que é dela, o que é mentira, o que ela acredita, ou o que disse para as pessoas que acredita.
Mentir só pode nos levar à loucura, afinal como podemos sustentar tantos personagens de uma única vez?
Uma coisa importante que aprendi com isso é a conseqüência por ser dessa forma... Ou seja, mentir faz com que sejamos sozinhos, abandonados, isolados, faz com que as pessoas nos menosprezem e não confiem em nós. Faz com que sejamos tão desacreditados que depois de uma vida assim, nem se estivermos morrendo ninguém mais nos ajudará. E o mais triste de tudo isso é saber que inevitavelmente você ficará perdido dentro de situações que já saíram de seu controle e que nem você pode dizer mais se são mentiras ou verdades.
Por isso não me arrependo nunca de, mesmo diante de situações não tão agradáveis, eu ainda sim digo o que verdadeiramente estou sentindo. Não espere ouvir de meus lábios palavras para massagear o seu ego, nem que eu vá mentir só pra que você não fique chateado, afinal, hoje eu ainda quero me deitar pra dormir, e ao fechar meus olhos reafirmar dignamente cada uma das teorias em que acredito.

sábado, 21 de maio de 2011

Sentimentos


Essa semana eu tive uma grande sacada, como diria um de meus professores da faculdade.
O que mais atormenta a vida dos seres humanos é algo que de fato não se tem muito que falar, não há uma maneira de controlar e pior, nos pega sem nos avisar. São os sentimentos.
Sentimentos de todas as espécies, desde os mais brandos, suaves, calmos, tranqüilos, aos mais devastadores, mortais, quentes e muitas vezes enlouquecedores.
Os sentimentos são tão fortes em nossas vidas que tentamos a todo custo evitá-lo, correndo atrás dele. Isso mesmo! Parece fora de lógica dizer isso, mas é exatamente assim que funciona, evitamos sentir, mas queremos que os outros sintam por nós.
Adoramos sentir nosso ego massageado diante de uma bela declaração de amor. Chegamos a ficar bobos quando uma pessoa demonstra verdadeiro interesse pelo que nós achamos importante.
A fonte dos sentimentos... Ah, quem não gostaria de saber onde esta se encontra e poder beber um cálice apenas do melhor de todos eles, ou mais que isso, quem não gostaria de poder fazer brotar no outro o sentimento tão desejado?
Ainda bem que não temos esse poder. Imagina o caos que seria a vida de todos nós diante do João que gostava da Maria, que gostava do Carlos, que era apaixonado pela Joana, que se casou com o José, mas que era infeliz, pois amava a Francisca.
Sem contar que quantas desistências não aconteceriam, afinal quantas vezes desejamos algo de todo coração, mas que ficar sem nos faz pensar que realmente não seríamos felizes se o tivéssemos...
Os sentimentos de maneira geral são sempre confusos, um demonstra que gosta demais, o outro, mesmo com tamanha demonstração, não percebe nada demais; uns arrumam motivos para acharem sentimentos onde nem existem, outros justificam seus sentimentos ou pior ainda, a falta deles.
Todos nós sentimos, seja de maneira intensa, seja de uma forma mais branda, seja o amor água com açúcar, ou até mesmo o amor avassalador... Sentir todos sempre iremos sentir. Mesmo que seja    raiva,ainda assim, vamos sentir.
Sentimos raiva quando alguém nos ofende, quando nos sentimos lesados, sentimos várias coisas ruins, e dependendo dos acontecimentos, dizemos que estamos sentindo tudo de uma só vez. Nossa sorte é que nosso corpo vem preparado pra sentir tudo isso, seja a avalanche emocional de carinho, felicidade, amor ou o vulcão em erupção da raiva, da mágoa, da rejeição...
A coisa mais importante diante de tudo que foi dito é que sentir realmente é importante. E um tal psicanalista há muito tempo falou, e dizem que é verdade, que nenhum sentimento deve ser contido, ele realmente deve ser sentido. E de sua sensação devemos ter uma catarse, para que assim possamos abrir mais espaço para novos sentimentos entrarem...  

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Conhecer alguém



Quero iniciar esse texto demonstrando minha total falta de concordância com a afirmativa “conhecer alguém”.
Explique-me de que maneira conhecemos alguém?
Só o fato de duas, três ou mesmo um grupo de pessoas se encontrarem, não significa dizer que se conhecem.
Conhecimento não é aquilo que temos internamente, que é adquirido através de experiências com coisas, ambientes, situações, enfim, todas as coisas que nos faz dedicarmos um determinado tempo para nos aprofundarmos e compreendermos sua essência. Por exemplo, se conhece uma língua estrangeira  estudando-a diariamente. Ouvir uma língua diferente não nos faz aprender, ver alguém falando menos ainda.
Conhecer pessoas se processa da mesma forma. Você me conhece?
Acredito que não, pode ser que tenha ligeira percepção de que eu seja de determinada forma, ou que eu tenha determinados ideais, mas ainda sim, sua colocação vai ser duvidosa, pois não existe convivência comigo.
Eu posso garantir que mesmo convivendo um bom tempo com alguém você ainda não poderá dizer que a conhece, afinal somos uma caixinha de surpresas e estamos tão longe de sermos previsíveis ou moldáveis.
Não atendemos a nenhum preceito diferente que não seja o da própria satisfação, vivemos em função única de nosso próprio bem-estar, e carregamos algumas frases prontas como “eu conheço fulano, ou sou amigo do beltrano, ou já sei o que o cicrano faria...”
Ledo engano, eu gosto de rir diante dessas situações por perceber como ainda somos ingênuos diante de coisas tão escancaradas serem absolutamente impossíveis, e não pensem que eu me enquadro fora dessas colocações, não. Eu mesma muitas vezes acredito conhecer as pessoas. Quando passo por situações desagradáveis entro exatamente nesse questionamento: “como posso estar chateada com o outro por ele ter feito isso? Na verdade eu não o conheço”, essa colocação de que conhecer alguém basta. Saber alguns dados sobre a pessoa ou quem sabe trocar meia dúzia de palavras, trocar alguns beijos ou até dividir uma cama, isso não faz de ninguém um livro aberto. Na atual situação, casamentos não são certezas de conhecimento, relações familiares não dão nenhuma garantia e menos ainda um alguém que você pode ter trocado uma conversa.
A única pessoa que podemos verdadeiramente conhecer é justamente a que menos nos importamos, a única que podemos saber até onde vai, como vai, nós não damos atenção.
Aprendi que não existe outro alguém que eu conheça melhor do que eu mesma, e que além de mim, os outros são centenas de milhares de anos de caminhos e de convivência para serem percorridos, na tentativa de tentar compreender o outro integralmente, e ainda assim, difícil dizer que conhecemos.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Quando somos resistentes...



O que é de fato ser resistente a algo?
Eu posso ser resistente a uma idéia, a um fato, a uma conversa, a uma relação, posso ser resistente até sobre mim ou sobre um comportamento que adoro, que não me faz bem, mas resisto em abrir mão.
Tudo isso é absolutamente normal, somos resistentes quando temos que mudar de atitude, quando temos que aceitar que não temos razão e que nem sempre a música vai tocar conforme nosso ritmo.
Gosto de pensar em resistência quando algo é explícito internamente, mas eu de fato sou muito resistente e não quero aceitar. Tudo isso é corrente que se arrasta, diante de uma imensidão fora de nós e sem fim, pois a resistência pode perdurar horas dependendo de quem tenta nos converter; pode durar dias dependendo da insistência; pode durar anos dependendo da convivência; pode durar vidas, dependendo unicamente de nós mesmos.
Ser resistente é bom e ao mesmo tempo ruim. Temos que resistir aos tombos, temos que resistir às adversidades que cruzam nosso caminho, ou melhor, adversidades que se impõe em nosso caminho. Temos que ser resistentes na esperança, na humildade, resistentes no amor, pra que nada disso se perca, pra que nada disso se dilua como uma nuvem de fumaça.
A diferença é que a única coisa que não pensamos é onde NÃO precisamos ser resistentes. Nesses lugares, momentos, situações, ocasiões, milésimos de segundos que não há necessidade nenhuma de sermos resistentes, geralmente é o momento que mais gostamos de resistir.
Resistimos ao toque, resistimos a dar um sorriso, resistimos a falar “bom-dia”; boa-tarde e boa-noite então nem faz parte do nosso vocabulário. Resistimos a olhar pra nós mesmos...
E sabe por que fazemos isso?
Uma única palavra: MEDO!
Medo de descobrirmos sermos sensíveis, medo de amar nosso próximo tão integralmente que nos perderemos em devaneios maravilhosos de suspiros de fraternidade e gentileza. Temos medo de sermos bons, medo de fazermos mais do que aquele tanto medíocre que somos obrigados.
Temos medo de nos conhecermos, medo de deixar nossos sentimentos saírem na direção do próximo; fugimos sempre porque resistimos ao que somos predestinados a fazer, aliás não só predestinados, mas nossa única função é essa: AMAR!
Amar o próximo, amar o trabalho, amar os filhos, amar o parceiro. Amor-dedicação, amor-doação...
Nós só precisamos amar um pouco mais e resistirmos um pouco menos a tantas coisas que nos fazem mal, mas como vivemos mergulhados dentro do nosso próprio egoísmo e de nossa incapacidade de compreensão, preferimos sempre justificar nossa incompetência com a frase: “eu não sou bom pra fazer isso”; “eu acho que eu não sei fazer isso”; “eu não mereço isso”, e tantas outras colocações descabidas, mas que para a resistência interna servem como luvas para justificar todo o gigantesco medo que temos de sermos verdadeiros conosco.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

A centelha de luz

Nessas últimas duas semanas, percebo que eu não venho tirando o máximo de minhas atividades, que sinto um incômodo diante das situações adversas que nem consigo expressar.
Sinto como se algo tivesse sido roubado de dentro de mim, mas não há pistas pra que lado foi, uma centelha de esperança que se apaga como o soprar de uma vela e a amarga desilusão de saber que não há nada que se possa fazer para reverter esse quadro.
As energias foram dissipadas no meio de algo maior que não consigo descrever e a partir de agora um novo rumo é traçado dentro de um destino que eu mesma escolhi pra mim, e embora não seja o melhor, na atual situação me parece o único.
Venho notando que não importa o quanto estamos dispostos a mudar e o quanto podemos melhorar, tudo isso sempre vai ser individualmente particularizado, pois o outro jamais perceberá e menos ainda se importará.
Chega um determinado momento que não convém mais fugir daquilo   a que se está predestinado e adiar só faz os recursos diminuírem e a tarefa aumentar. Antes eu me recusava, me revoltava, pedia explicações... Hoje, nada disso tem necessidade, não há como reverter o processo do leite derramado, a amizade dissolvida, palavras mal colocadas, não há como reverter o amor não realizado, nem o objeto amado que deve ser pra lá de idealizado.
As vezes reclamo de dores de cabeça, de fortes enxaquecas, mas convenhamos, praticamente carrego um mundo de problemas com possíveis soluções, lido com inúmeras expectativas,sou pressionada, exigida, moldada, lapidada, tenho que demonstrar confiança, tenho que fazer tudo impecavelmente perfeito. E agora pergunto: “como não sentir uma mera dor de cabeça?”
O que me mantém confiante é acreditar que por mais tortuoso que esteja sendo esse pedaço do meu caminho, que por mais que eu sinta vontade de chorar, de gritar, de colo, de abraços e longos beijos e que por mais que tudo isso me seja negado, ainda existe internamente algo que me move, como uma única molécula de energia, tão única e tão forte que não me deixa parar e que mesmo com os olhos rasos d’água ainda me motiva para continuar, acalma meu coração que vem andando sozinho nas sombras, mas que em algum momento as coisas vão melhorar. E essa dor que agora parece até insuportável vai passar. O conforto é saber que não importa em quais caminhos eu vou andar, sempre haverá uma luz a me inspirar pra continuar.
Compreendo que toda essa energia que eu sinto, que essa molécula desigual que grita dentro de mim é composta de uma energia sobre humana e que a mesma força que tem para criar pode destruir com igual facilidade. Todo o controle está aí. Trabalhar para sempre criar.
É com um tanto de insatisfação que a partir de agora tomo pra mim todas as responsabilidades de minhas escolhas, guardando essa centelha mais do que inflamável e destrutiva para que ela não venha a explodir, não venha causar mal a ninguém, que tome de mim o que eu mesma causei.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Amor e psicanálise

Eros e Psiquê
Quando se fala em psicanálise e na fala do psicanalista, parece até confuso assim o dizer, pois geralmente o psicanalista mantém uma postura quase que de mutismo. Isso porque para que ele diga alguma coisa, muito deve ser escutado, e suas colocações sempre vão estar relacionadas a uma observação interna, observações que nem sempre quem fala se deu conta. O psicanalista leva em consideração absolutamente tudo, incluindo o que foi dito de maneira proposital ou não, não havendo barreiras nem limites para sua viagem ao inconsciente.
Adorei quando encontrei um artigo que mencionava o tempo e a psicanálise. Duas coisas que eu, como psicanalista, amo de paixão. Percebi que esse meu sentimento de incompreensão em relação ao tempo tinha uma lógica até explicável e descobri que já existia alguém que dizia, “preto no branco”, que a psicanálise não é mais do que uma história de amor, uma história de amor de transferência para cada paciente. Por isso as barreiras de tempo são absolutamente superficiais, afinal quem conta as horas, os minutos e os segundos diante de seu amor???
Existem muitas formas de amor, o amor paixão e desejo quente que idealiza uma forma de ser amado. Existe o amor psicanalítico, uma forma de amar na transferência, onde sabemos que o que nos move, nada mais é do que a vertigem do vir a saber, uma perspectiva do “pode ser...” Amar, em psicanálise, é amar o outro integralmente, estando consciente de que a  qualquer momento vamos ter uma espécie de segredo de nós mesmos revelado pelo outro. Podemos dizer assim que o ser humano paga um preço muito alto no momento que renuncia o mais próprio de si. O que torna a psicanálise interessante é que o desejo do analista aposta que todo ser falante é um ser desejante.
Somos tão ligados a nós mesmos que nossos afetos e nossos desejos, quando incompreendidos ou quando negados por nós mesmos nos fazem adoecer. Então ficamos tristes, perdemos a vontade de comer, de dormir, de sorrir, de existir... Estamos assim afetados pelo desejo, onde nada mais justo que o que negado por nossa consciência reapareça de uma maneira ou de outra nos causando tantas indisposições psíquicas e físicas.
Quando se procura ajuda em psicanálise estamos tentando desvendar quais são esses desejos e mais que isso, não é vivê-los intensamente em sua totalidade, mas tirar uma parte da tão desejada felicidade, correndo o risco assim de estarmos vivos e passar um tempo no mundo na posição real de sujeitos desejantes.
(Análise do texto de Nádia Paulo Ferreira no livro – Psicanálise e nosso tempo – Rio de Janeiro 2002 -  Editora Ágora da Ilha)

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Amor cortês


Em primeiro lugar, o que podemos dizer de amor cortês é que este é uma versão ligada à historia da poesia, onde o tema era o amor não correspondido. Amor idealizado, onde se empregava toda gentileza, doçura e lealdade vindas de palavras maravilhosas e exultantes em beleza e até mesmo em suspiros. Amor cortês ou amor poético, romântico na beleza única da expressão das palavras. Alguns chegaram a dizer que este era um amor de fingimento, único e exclusivo para caricaturar algo que se sentia, mas que se tornava impossível de realizar tendo em vista o grau de idealização e assim, pouca ou quase nenhuma realização efetiva.
O amor cortês torna-se assim um amor de desventuras, sofrimentos, tormentos e desencontros que tecem as tramas de um amor que deve se apresentar como impossível. Logo, o objeto amado só pode comparecer como inacessível. Assim, o poeta no lugar de amante se coloca a serviço de sua amada, e nem espera em troca o amor mas compaixão pela sua dor. A mulher amada, tal como o senhor feudal, além de vassalagem e fidelidade, exige um tratamento especial que a coloque no lugar de soberana absoluta, cultuada com delicadeza, afeto e admiração e que o amante seja um cavalheiro.
No amor cortês a mulher é a Dama, a quem o poeta dedica todo o seu amor, sua vida, pensamentos, inspiração, enfim, toda sua existência. Analisando todas essas colocações, poderíamos dizer que o poeta realmente vivia a serviço do amor, assim iniciando uma batalha que tinha como estratégia o segredo, a fidelidade, a humildade, a idolatria e a inibição sexual, onde a coisa amada só poderia ser representada como enigma sem decifração, assim como o amor exigia do amante a privação, o luto e a frustração, deixando claro que as relações entre amante e amada se inscreviam na privação, porque o amor cortês se sustentava na renúncia do objeto amado. Conseqüentemente, o luto, como estado de sofrimento permanente. O amante, por se encontrar a desejo da Dama, lhe atribui uma onipotência máxima, o que faz com que a mulher amada seja tomada como objeto do seu desejo e não como um objeto que lhe causa desejo.
O amor cortês, muito conhecido na idade medieval, por inspirar tantos poetas e artistas, tinha sua função maior na idealização do ser amado, ficando longe assim da possibilidade de realização do amor em si.
Assim, o amor cortês não ama o objeto desejado em si, ama o amor. Amar verdadeiramente o amor é o verdadeiro amor, embora não seja realizável, se bem que para os poetas trovadores, realizar o amor sempre foi a última de suas aspirações e não era simbologia dizer que “morriam de amores”, pois o amor realmente existia, ele só não conseguia sair do nível da idealização, do sonho, da expectativa e da esperança de que aquilo tudo fosse realmente impossível.

(Textos e estudos sobre Jaques Lacan e Freud)

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Othello e Desdemona

Estava a refletir sobre uma situação um tanto quanto corriqueira, que talvez já tenha passado pela cabeça da maioria, embora a pior parte não seja pensar sobre isso, mas trabalhar para que o intento seja realizado.
Quantas vezes não envenenamos as pessoas à nossa volta com idéias malvadas, com simples sugestões que causem desconforto interno, que gerem um mal estar?
Refletir sobre esse fato me fez lembrar uma história que talvez muitos já conheçam, a história de Othello, magnífico, bondoso, exímio lutador, líder por natureza, mas frágil, extremamente frágil naquilo que representava ser o mais importante em sua vida e que ele não conseguiu administrar, e mais que isso não conseguiu confiar, que foi o amor.
O amor tem dessas coisas. Quando você pensa que está tudo bem, sempre terá uma língua felina, um dedo podre para maldizer, para plantar nos corações a discórdia; sempre haverá pessoas que se comprazem com o mal e que fazem questão de semear a confusão nos corações, causando sérios transtornos para as pessoas que estão à sua volta.
Geralmente essas pessoas se disfarçam sobre a pele de amigos e companheiros para todas as horas. Vai ser justamente na hora em que você mais precisar que os lábios alheios nada mais poderão de oferecer do que o fel da desconfiança, do ciúme e nos mais graves, dos casos do ódio ao próximo.
Assim como aconteceu com Othello, que chegou ao limite da desconfiança, ao limite de si próprio, não existiam mais verdades absolutas, e seu mundo, que era baseado em seu amor por Desdêmona, simplesmente se partiu sendo consumido pela dor da falta de confiança num sentimento que realmente era verdadeiro.
Exponho sobre esse fato porque quantas vezes nós, na inútil tentativa de driblar o próprio destino caímos nas redes da amargura por desconfiança, por desamor, por não acreditar que algo belo e bom seja para nós. Quantas vezes não nos deixamos agraciar pelo que os céus nos oferecem de maravilhoso e deixamos de receber o bálsamo necessário para nossas almas, com a justificativa de que não somos merecedores, nos deixamos enganar pelas línguas maldosas, pelos pensamentos desconfiados, pelas mazelas diárias que nos acontecem e esquecemos de acreditar na vontade do pai, que como já disse anteriormente: “escreve certo por linhas mais certas ainda.”
Acredito que ultimamente não estamos nos atentando para as situações corriqueiras que se passam à nossa volta, não nos percebemos envenenar, não nos percebemos desistir e quem sabe não nos percebemos abandonar o que realmente poderia fazer alguma diferença em nossas vidas.
Não existe nenhum segredo e não há uma lição de moral a ser passada, pois somos todos livres para fazer o que quisermos, mas nunca é demais parar pra analisarmos em qual situação estamos nos deparando, será que estamos usando de nossa habilidade para envenenar os sonhos das pessoas? Será que temos o direito de fazer isso?
Penso que por mais que alguém se justifique e julgue-se correto em assim o fazer, eu discordo, pois para os conhecedores não é preciso dizer que nada nem ninguém têm a força suficiente para girar com mais velocidade ou parar a roda do destino. Podemos sim, atrasá-la, mas jamais estará em nossas mãos o desfecho final de uma história. Lembrando que não há acaso e que não há ação sem reação, pode não ser agora, pode não ser hoje, mas o que está programado para acontecer inevitavelmente acontecerá, queiramos ou não.