quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Querer




Como eu gostaria simplesmente de poder retribuir pelo menos na mesma altura o que me é dedicado...
Nessas horas penso com bastante frieza nas verdades ditas no  texto "Crônica de Amor - Arnaldo Jabor" concluo ser bastante coerente.
Gostaria eu de gostar de quem gosta de mim, as coisas realmente seriam muito mais fáceis, viveríamos sempre bem, teríamos a recíproca dos sentimentos bem elaborados e compartilhados, não sentiríamos que um gosta mais, ou que gosta menos... Somente estaríamos em harmonia para desfrutar do sentimento que parece muito mais do que bom, o amor.
Caso fosse possível escolher de quem gostar, ou melhor que isso, para quem entregar esse tão frágil sentimento que é o amor, certamente teríamos bem menos problemas, pois não haveriam mais incompatibilidades, você que gosta de mim e eu que gosto de você. Bem simples...
Amor é uma complicação e ao mesmo tempo a simplicidade, tudo junto e misturado no peito de quem sente e de quem não sente também.
Queria eu somente essa vez poder simplificar de modo tranquilo esse sentimento. Só uma vez e só para isso...
A sensação de perceber o outro verdadeiramente interessado em você gera momentaneamente a sensação de supervalorização, mas depois o que resta? Nada, você simplesmente se sente impotente por não conseguir retribuir nem com o maior esforço do mundo, uma pequena parte que lhe é dispensada, isso porque quem ama, ama espontaneamente, ama pelo bem estar que o outro causa em si, pela necessidade de partilhar algo novo e bom, pela transformação causada naquela união, que muitas vezes é momentânea, mas que vale horas a fio de conversa e de boas risadas.
Queria verdadeiramente conseguir gostar de quem gosta de mim, certamente eu seria muito mais feliz... Mas o amor infelizmente não nos permite isso, acontece quando você menos espera, porque se estiver esperando ele não vem...
Queria eu na minha simples ignorância pelo menos uma vez gostar de quem gosta de mim e sentir o coração vibrar por receber uma mensagem logo no começo do dia, esperar ansiosamente o telefone tocar, contar as horas minutos e segundos pra encontrar-me com ele, queria sentir as mãos suarem ao seu toque, gostaria de me perder nos beijos e abraços e passar horas a fio como se tivesse passado um minutinho...
Seria eternamente mais fácil, mas infelizmente eu não consigo explicar essa sensação que só não acontece!

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013






Mais uma vez sou atormentada e bombardeada por situações que não consigo identificar.
A voz tremula a respiração cansada, um desconforto e o silencio paira entre nós, minhas palavras simplesmente não saem, a boca está seca e a vontade de desaparecer percorre todo o meu corpo.
Engraçado que é uma vontade de sair correndo dali, sem nem se quer sair do lugar, fugir do meu próprio corpo e derreter na cadeira sem me levantar; como tudo isso me parece confuso!
Tudo começa com uma fala, uma única fala, que não sente o retorno necessário e então não consigo mais me achar dentro de mim, me sinto perdida num mundo de palavras que na maioria das vezes domino muito bem, tento organizar os espaços dentro de mim, reencontrar o lugar onde aquela fala caberá.
Nada parece fazer sentido e entre uma fala e outra sinto que meus pensamentos não acompanham mais os teus, tudo isso me incomoda, fico me sentindo usada, mal interpretada e penso que se eu continuar falando pode acontecer mais um equívoco.
Fico me perguntando por qual motivo você me disse aquelas coisas e analisando friamente a situação não é uma questão que eu deveria levar em consideração e a pergunta continua uma só: “porque me incomoda?”.
Deixo você continuar falando e você percebe nas minhas respostas que meu tom de voz mudou, a fala é tremula e sinto um vazio dentro de mim, como se todas as minhas palavras tivessem fugido de mim, imagino que vou ter que pensar sobre aquela situação específica e sinto vontade de me recolher ao mesmo tempo em que continuo lá com você.
Nesse momento a fala sai arrastada quase que obrigada, sem entonação e quase sem força, não me reconheço nesse momento procuro entender o que se passa para controlar.
Continuamos conversando e a situação vai melhorando, a sensação de bem estar volta a tomar conta de mim, percebo que existe mais do que respeito de opiniões, existe uma vontade de querer estar perto e querer ficar junto, dividir sem ter que se dividir, volto a ser plena os pensamentos retomam seus lugares, mas a hora vai passando e você realmente tem que ir, eu compreendo a situação...
Depois de certo tempo você já foi embora, mas permanece aqui comigo, isso é estranho e bom, e agora você continua aqui e eu vou estar sempre aí, porque você me deu um pedaço de você e levou um pedaço de mim!