quinta-feira, 21 de abril de 2011

Algum dia

E dá vontade de voar...
Bem, escrevi esse texto no mês de agosto de 2009. Muitos dos problemas que referi eu já resolvi; já houveram outros problemas e também já passaram; atualmente a empreitada é um pouco maior, mas ainda assim, o discurso continua o mesmo. Nunca esquecendo que estar no mundo nos obriga a fazer parte dele e exige nossa participação ativa no decorrer dessa história. Com toda certeza eu não sou figurante e menos ainda coadjuvante da minha própria historia e faço questão que seja assim sempre!

Algum dia...

Hoje talvez seja o primeiro dia de muitos, tantas coisas acontecendo de uma única vez em minha vida, tantas decisões sendo tomadas. E olha que o aviso para o último ano era de: “nada de tomar decisões que possam mudar sua vida definitivamente”. Acredito que não há uma forma de se interromper o fluxo da vida e nem de tomar decisões sozinha, o que significa dizer que, embora uma pessoa não queira fazer alguma coisa, ainda sim, deve ser respeitada a vontade alheia. Talvez quem não esteja preparado para mudar seja você ou quem sabe possa ser o outro, tão individual, particular e único quanto você.
O princípio básico da vida está envolvido num único critério: a liberdade. Seja esta como for não há como você definir o grau de liberdade de uma pessoa. Há simplesmente uma forma de comparar essa liberdade adquirida pelo outro com a sua visão e a sua própria noção de liberdade. Ser livre pode ser tomar as decisões que você quiser na hora que você bem entender, ou simplesmente deixar que outras pessoas façam isso por você, mas, claro, isso também depende de uma única decisão sua. Aprendi nessa vida que a própria vida passa tão rápido diante de nossos olhos, que por mais que você tente fazer as coisas da maneira mais correta que possa existir, ainda assim você corre o maior risco do mundo, o que nos caracteriza como meros mortais. Falhar, todos nós vamos falhar em algum momento de nossas vidas, talvez quem sabe seja necessário que falhemos muito, e que esse erro fique internalizado em nós mesmos para que verdadeiramente possamos aprender a andar dignamente.
Não há como prever o que vai acontecer e nem adivinhar o que vai dar certo ou em qual curva dessa estrada de vida que caminhamos vamos nos ver presos por nossos próprios erros.
É inevitável que passemos por situações desagradáveis; o que pode diferenciar isso de todas as outras coisas é como vemos tudo isso. Podemos encará-las de frente, aceitar cada uma de nossas decisões e assumi-las com toda a verdade que isso possa acarretar ou podemos simplesmente dar as costas para elas e fingir que não representou absolutamente nada em nossas vidas, como uma borracha que se passa no passado. A grande diferença de escolher uma ou outra coisa é que em uma delas, esquecer as coisas que nos fizeram ser exatamente como somos hoje talvez não nos faça muito diferente do que já fomos ou somos.
Cada ser individual vem munido de predisposições ou possibilidades para realização de determinadas coisas, e que em cada passo de nossas vidas seremos marcados pelas nossas próprias experiências, sejam elas boas ou ruins. Hoje vejo que em cada uma das minhas dificuldades; que em cada uma das vezes em que quase desisti de fazer muitas coisas; que em cada passagem para uma nova fase e que cada amadurecimento, talvez quem sabe até um pouco forçado, me fizeram ser exatamente como sou hoje, e que cada uma das situações que escolho para mim, nem sempre tem minha única e pessoal escolha, mas tem como objetivo respeitar até onde termina o meu próprio espaço e onde começa o do outro. Isso se encaixa perfeitamente no meu discurso de liberdade, de que todos nós devemos em primeiro lugar ter plena consciência de quem somos, do que gostamos, do que sabemos e de quanto é nosso potencial. Fora esses princípios básicos, ainda entra particularmente o espaço no mundo que cada um de nós conquistou. Você sabe qual o espaço que você conquistou?
Se consegue responder essa pergunta com uma certa facilidade, isso quer dizer que boa parte de seu caminho de liberdade você já trilhou. Conhecer-se e saber do que é capaz é algo extremamente importante. Penso que nessa existência jamais alguém vai ter tanto conhecimento sobre nós mesmos, a não ser nós, individual e particularmente. Só você pode responder quem é você, só você pode falar o que você não gosta em você e só você pode sem erro nenhum descobrir quais as coisas que você não suporta em você e menos ainda nos outros, embora eu acredite que a partir do momento que o outro nos incomoda de tal forma a perceber nele muitos defeitos, pode ser que esses defeitos sejam nossos, e que se manifestam com mais clareza no outro, tudo isso é para ser refletido, cada passo, cada erro, cada decisão, cada responsabilidade, e não há como fugir delas. Há simplesmente uma maneira de adiá-las, mas futuramente você se verá de frente com tudo que você mesmo construiu pra você, por isso a reflexão se faz necessário a partir de agora, pois talvez lá na frente você não tenha estrutura para administrar tantas coisas que já foram feitas, e quem sabe seja tarde demais para melhorar algo que seria óbvio se tivesse sido visto a tempo.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

O futuro depende de Nós

Só você pode escolher que tipo de mensagem você quer passar daqui pra frente, lembrando que "tudo que vai... volta"!
Como estamos a ver e ouvir desde o dia em que houve o ataque na cidade do Rio de Janeiro, na última quinta-feira, na escola de Realengo, todos agora querem acabar com o armamento.
Acredito que essa seja uma das opções, até mesmo porque na situação de crise em que nos encontramos, com total falta de segurança em nossas casas, no trabalho, no trânsito, nas ruas de modo geral e agora também nas escolas.
Não que algum dia as escolas tenham sido completamente seguras, afinal quando falamos em violência, eu, pelo menos, acredito que violência vai além da violência física.
Estamos diante de uma sociedade que tem por cultura achar que agredir verbalmente outro semelhante não se caracteriza como violência. Uma sociedade que apóia a morte de bandido e que sendo bandido, é permitido que este seja morto.
Não, minha gente, temos que preconizar acima de tudo a vida...
Temos que ter em mente que se está ocorrendo situações desagradáveis, como a violência, a culpa não é do outro, não é do bandido, não é do policial, a culpa é nossa.
Nós somos violentos, nós sempre tentamos fazer justiça pelas próprias mãos. Quem nunca agrediu alguém verbalmente, humilhando, xingando, expondo outra pessoa ao ridículo, fazendo do outro mero boneco de prazer para piadas e ridicularizações públicas?
Temos que acabar com armas? Sim, temos!
Mas temos que fazer mais do que isso, temos que mudar nossa maneira de ser.
Enquanto nós formos violentos, a tendência é que a violência continue sempre.
Fico penalizada pelo que ocorreu naquela escola, ainda mais porque eu mesma tenho uma filha pequena ainda. Imagino que não exista dor maior nesse mundo do que ter o filho morto numa escola, ainda mais quando está dentro da escola, lugar que acreditamos ser responsável por parte da formação de nossas crianças.
Imaginem como seria diferente se nós mesmos não fôssemos violentos?
Acredito que esse seja um momento de muito pesar, pelas perdas inestimáveis dessas inúmeras famílias, mas também é hora de nos reavaliarmos, afinal onde começa a violência se não em nós mesmos?
Se o rapaz que cometeu esse massacre na escola não tivesse sido morto, é bem provável que nesse momento ele já estivesse. Afinal nós respondemos violência com violência, e é tão engraçado que mesmo com o rapaz já morto, ainda havia pessoas querendo entrar na escola para linchá-lo.
Não parece um tanto engraçado pensar que só o desarmamento pode resolver uma situação que nasce dentro de nós?
Isso não é uma condenação de ninguém, mas uma avaliação de nossos próprios comportamentos diante da sociedade.
Nós vemos pessoas todos os dias em discussões ferrenhas; vemos mortes, por brigas, de pessoas alcoolizadas; vemos agressões em partidas de futebol e quando acessamos a internet ainda temos acesso a páginas que promovem a violência, que marcam brigas, que organizam ataques tanto a pessoas quanto a lugares.
Temos que entender que a violência deve ser sim, eliminada. Mas enquanto ela existir dentro de cada um de nós, enquanto nossas respostas forem violentas, enquanto nós retribuirmos com violência, como podemos pensar que esta será finda?
Se o indivíduo em si não é violento não existe arma, nem facas, nem automóveis que o façam matar. Mas se violento ele for não há necessidade nem sequer de nenhum desses instrumentos porque podemos matar pelas próprias mãos.

As Peneiras


Alguém conhece o ditado: "Quem fala demais dá bom dia até aos cavalos."?

Hoje me peguei a pensar em como as coisas nos afetam de maneira tão direta que fica até complicado dizer...
São tantas ocorrências do nosso dia-a-dia que fico a me perguntar como podemos passar despercebidos por um bombardeio de situações.
Seja no trânsito, seja dentro das lojas, nas calçadas que andamos, em nosso serviço, numa conversa paralela, numa música que toca fazendo uma propaganda...
Saí de casa para buscar a minha irmã em determinado local, e olha que coisa! Passei em frente a uma loja que estava fazendo uma série de promoções; o que o rapaz dizia ao microfone pra mim não importava, mas consegui captar com muita precisão a música que tocava baixo no fundo, uma música do Roberto Carlos, cantada por J. Quest. O nome,  não me lembro, mas a frase com toda certeza sim: “Se você não vem comigo, nada disso tem valor, de que vale o paraíso sem amor?”
Para mim, naquele momento e para os pensamentos que eu estava tendo, era bem pertinente.
Essa foi uma das várias situações que passamos todos os dias sem que nos demos conta... Não paramos o tempo suficiente para refletir sobre todas as mensagens que nos chegam, nem nos importamos com o que as pessoas escrevem. Muitas vezes deixamos até que as falas sejam perdidas e não é tão fora do comum estar conversando com alguém e nem ao menos escutar o que essa pessoa tem a nos dizer verdadeiramente. Dependendo do nível da conversa e principalmente se estiver diretamente ligada a alguma coisa que nos incomode profundamente, simplesmente ignoramos... Não temos nem o mínimo de vergonha em demonstrar total falta de interesse, e muitas vezes, ainda, dar continuidade na conversa com a seguinte frase: “Ah, me desculpe, o que você dizia mesmo?” Fico a pensar se não seria mais interessante ouvir de fato tudo aquilo que o outro tem a dizer a nosso respeito, quem sabe essa não seja uma forma de analisarmos se realmente não estamos deixando a desejar em algum quesito.
Ah, me esqueci, somos arrogantes demais para aceitar a opinião do outro, e pior ainda, somos ingênuos demais em acreditar que todas as pessoas toleram nosso mau-humor e que aceitam que somos nervosos e estressados. Ou então  somos estúpidos em pensar que num momento de raiva vamos soltar tudo que pensamos a respeito de alguém para esse alguém e que minutos depois vamos dizer: “me desculpe, não era bem isso que eu queria dizer”. Fico a me questionar se é mesmo possível que o outro desculpe sinceramente...
Lembro-me que na época em que participava do movimento jovem de uma determinada religião, um de nossos palestrantes sempre dizia: “para que alguma coisa seja dita efetivamente é necessário que ela passe por três peneiras: A verdade: ‘o que eu vou dizer realmente é verdade?’, a necessidade: ‘o que eu vou dizer é de suma importância e se faz necessário ser dita nesse momento?’ e por ultimo e não menos importante, a consequência: ‘quais serão as consequências de minha fala, a quem ela atingirá e de que forma?’”.
Pergunto eu agora. Por quantas peneiras nós passamos nossas falas?
Nesses últimos dias posso dizer que realmente venho peneirando mais minhas falas, as conseqüências são simplesmente maravilhosas, menos mágoas, menos cobranças, menos acusações e o melhor de tudo, menos situações constrangedoras.
Pode parecer besteira, mas eu garanto que não há nessa Terra alguém que não disse ou pensou: “ah, se eu tivesse ficado com a boca fechada”!
Através da fala temos o poder de convencer, de levar ou de parar; temos a oportunidade única de nos explicarmos, de fazer com que coisas sejam espalhadas de uma maneira magnificamente veloz... Geralmente o dono da mensagem se perde, mas a mensagem em si, transformada ou não, essa continua... Continua também a devastação ou a construção... Isso vai depender de por quantas peneiras ela passou. Quanto mais pura e límpida, mais doce, menos agressiva, mais consoladora e menos repreendedora...
Assim como nossas atitudes, nossas palavras têm o poder de destruir, de acabar e dilacerar, seja com corações, com opiniões, com emoções... As palavras voam com o vento assim como o pólen das plantas, o pólen pra fertilizar outras plantas... E nossas palavras, estão a fertilizar ou a destruir?

quarta-feira, 6 de abril de 2011

O trabalho


"Há pessoas que transformam o Sol numa simples mancha amarela, mas há também aquelas de fazem de uma simples mancha amarela o próprio Sol" (Picasso)




Logo que eu comecei a trabalhar no MTE, achei que o governo era injusto, que as pessoas precisavam de uma ajuda. Percebi que as coisas eram atravancadas por outros fatores além da falta de funcionários.
Aqui no MTE conheci inúmeras pessoas, de todas as personalidades, desde os inocentes que foram injustamente lesados, aos mal-intencionados.
Eu já sabia disso, mas foi no MTE que eu aprendi a dar valor e ver a dimensão da palavra Trabalho, e foi aqui também que consegui compreender o verdadeiro significado da frase “o trabalho dignifica o homem”.
Fora toda a conotação social e até mesmo antropológica que essa palavra carrega, ela mais do que qualquer outra é essencial em nossas vidas.
Quem num momento de necessidade não desejou, do fundo do coração, um bom trabalho, nem que tivesse que sujeitar-se às mais duras penas pra poder obter o que era preciso? Acredito que todos, pois realmente essa é uma das formas de se obter algo nessa vida, por mérito próprio, por esforço contínuo e dedicação pessoal.
Muitas pessoas acham que trabalho é parque de diversões, que ser subordinado de alguém ou de algum órgão lhe imprime o poder de fazer pela metade ou até mesmo não fazer. Mas sabemos que, de uma forma ou de outra, esse ato vai voltar para elas, mais cedo ou mais tarde...
Trabalhar vai além de desenvolver uma função, vai além de estar junto com pessoas ou máquinas ou papéis todos os dias. Trabalhar te dá à chance única de partilhar algo que você sabe fazer verdadeiramente, uma forma de ajudar o próximo naquilo que realmente é sua função e sua obrigação.
Trabalhar mal-humorado, ou trabalhar sem vontade, faz com que as horas de serviço sejam longas, faz com que as pessoas se afastem de você, e então você tem mais tempo pra ficar na sua insuportável companhia.
Encare o trabalho numa boa, faça você mesmo do seu dia, um dia bom, um dia produtivo, um dia feliz. Não espere que seja tudo calmo e nem que as pessoas que chegam até você vão ser sempre educadas e compreensivas quando você disser que não vai ser possível atendê-la naquele momento; ou então que não depende de você resolver o problema dela... Entenda que essa pessoa, que te procura, realmente espera uma providência e se você não pode ajudá-la, lembre-se de fazer para ela o que você gostaria que fizessem pra você. Se ela está nervosa e você também se irritar, as coisas vão piorar ainda mais, pois você vai alimentar o que a está irritando internamente.
Depois de um tempo aqui no MTE, percebi que a maioria das pessoas realmente tenta arrumar um emprego e que a maioria acredita, sim, que ter um trabalho é andar junto a honestidade e a dignidade. E também percebi que aqueles que tentam enganar o governo para “mamar nas suas tetas”, sempre se dão mal, porque quem é desonesto com os que não podem acompanhá-lo de perto é muito mais desonesto com os que podem vê-lo.
Eu, de verdade, sempre tento fazer o máximo pelas pessoas que me procuram, tento de verdade auxiliar e compreender que mesmo que eu não possa ajudar, eu posso encaminhá-las a alguém ou algum lugar que assim possa fazer. Aqui onde eu trabalho nem sempre as pessoas são educadas, nem sempre estão calmas, mas eu procuro manter a minha calma, afinal, a raiva, o mau-humor e até mesmo a incompreensão é veneno violento que tomamos, desejando que o outro morra!

terça-feira, 5 de abril de 2011

Suicídio

Imagem do Livro: Céu e Inferno de Allan Kardec, decodificador da Doutrina Espirita

Durante o percurso que faço todo dia, de minha casa até às escolas das crianças, vendo toda aquela movimentação de carros, pessoas e muitas, muitas crianças e adolescentes, pensei numa situação que ultimamente estamos tratando com normalidade, assim como hoje também é absolutamente normal dizer: “Ah, a fulana ou o fulano está depressivo!”. Tratamos com indiferença e já tratamos a depressão como um estado de espírito: “hoje me sinto depressivo”, da mesma forma banalizamos o suicídio como se fosse algo absolutamente normal: “Então, você viu, o fulano suicidou-se”.
Banalizamos questões extremamente importantes, pois como podemos nós, seres de tão pouca compreensão, achar absolutamente normal alguém cometer suicídio?
Eu, como psicóloga, sempre avalio a depressão de maneira extremamente minuciosa, até mesmo porque já sabemos através de estudos e muitas pesquisas, que o suicídio só ocorre numa situação de depressão muito profunda, onde não se tem outra solução para a vida que não seja o fim dela.
Nesses últimos dias estivemos acompanhando o caso de uma modelo e atriz que pulou do sétimo andar de sua residência em um condomínio de luxo. Mais que isso, tivemos que escutar que ela se matou por amor. Olha, sinceramente, quanta ignorância em se dizer uma frase tão descabida e sem sentido como essa: “matou-se por amor”. Ela pode ter se matado por qualquer motivo... Qualquer uma mesmo, MENOS amor, porque até o mínimo de amor próprio ela não tinha... Não tinha amor por ela mesma e nem pelos filhos e família e amigos que deixou para trás, na tentativa de encontrar seu ex-namorado...
Pensem comigo, se fosse para ficarem juntos estariam juntos porque a lei universal funciona dessa forma. Na verdade, ela deveria sim, ter seguido a vida dela... O que é pior, ela ainda se manifestou em programas de televisão dizendo sentir a presença do ex-namorado, dizendo ser espírita, dizendo acreditar que ele estaria em um lugar melhor e confirmando que pessoas que tiram suas vidas nunca vão residir num lugar bom no plano espiritual!
E a televisão, com mais falta de informação ainda e com tamanha ignorância, ainda sugere que talvez o suicídio tenha sido em função de fanatismo religioso... Fico me perguntando: Como podemos aceitar tamanha asneira sendo falada em rede nacional? Pelo amor de Deus, alguém proíba essas pessoas de falarem o que não sabem!
Não precisa nem ser muito religioso pra saber que todas, todas as religiões proíbem e/ou condenam o suicídio, (não vamos citar aqui os malucos da Arábia que ainda acreditam nas quarenta virgens). Enfim, como se pode permitir dizer que foi por fanatismo religioso? Se essa moça fosse uma verdadeira religiosa, independente de qual fosse, com toda certeza o suicídio seria a última coisa que ela teria pensado em fazer...
Para os leigos que ainda não se deram conta da gravidade da banalização do suicídio, antecipo-lhes, na minha visão religiosa, o suicídio é sim, uma escolha, mas vem precedido do que chamamos de “livre arbítrio” e ainda cria um peso maior com a colocação “criatura nenhuma tem o direito de tirar a vida do próximo ou de si mesma”. E quando ouvimos a frase de Jesus: “vós sois Deuses”, não interpretem como algo divinamente onipotente, porque o próprio Deus cria... Cria infinitamente e não destrói...
Aos que acreditam que depois de sua partida, principalmente de maneira repentina, brutal e causal, vão encontrar no plano espiritual o ser amado ou ente querido, antecipo-lhes: “Não, vocês não vão encontrar nada, nada além de um vale de sombras, de outros espíritos suicidas, de muita dor, de muito mal, de muito arrependimento...” Esse é o fim do suicídio... E não tentem justificar como “Deus entenderá...” Como podemos achar que pode ser da compreensão de Deus um suicídio?
Tristeza, todos sentimos... Em muitos momentos, assim como a fala dessa escritora, atriz e modelo, nos sentimos “Mortos por dentro...” Isso não quer dizer que tenhamos que consumar o fato, mas encontrar resignação, entendimento e forças para sobreviver, afinal cada um de nós têm suas dificuldades e todos já sofremos perdas, muitas vezes inestimáveis, mas quando a vida acaba para um não significa dizer que se findou para todos... Temos que persistir, que prosseguir e lutar.
Somos seres inteligentes e que temos missões a cumprir aqui na Terra, temos deveres, responsabilidades, olha que responsabilidade maravilhosa... Eu como psicóloga tenho a responsabilidade de ajudar as pessoas a se curarem da alma... Já imaginou se eu fosse uma suicida?
Olha quantas mães que cuidam de seus filhos como se fossem tesouros inestimáveis e que em milhões de vezes queriam poder trocar de lugar com eles para que eles não sofressem... Imagina se fossem suicidas???
Vamos deixar de acreditar que suicidar-se possa resolver problemas. Se os problemas se resolvessem com a morte nós não nasceríamos... A vida resolve os problemas, em vida aprendemos a resolver problemas, em vida aprendemos a amar pessoas, é em vida que melhoramos nossa condição moral, é em vida que temos que amar as pessoas... Para que ai, sim, quando já tivermos feito o que viemos fazer e quando essa máquina chamada corpo não mais funcionar, partiremos desse mundo, mas até então vamos deixar de ser crianças mimadas e choronas e aceitar os desafios que a vida nos impõe... Vamos aceitar que somos falíveis, sim, mas que a vida ainda é mais do que a morte e em cada pensamento ruim que tivermos vamos nos lembrar daqueles que estão em hospitais implorando a vida... Daqueles que resistem e lutam por mais um dia, por mais um minuto sequer, vamos lembrar daqueles que vieram com muitas dificuldades e que ainda sim, clamam pela vida, transbordam vida... Vamos parar de ser mesquinhos e achar que todos os problemas do mundo são nossos, que somos muito sofredores, vamos acordar e aceitar nossas dificuldades e responsabilidades com dignidade... Parem de achar que a morte resolve problemas... Morto não resolve problema... Só cria mais problemas... Imagina o que vai ser dito aos filhos dessa moça que se matou? Imagine como fica a estrutura da mãe dessa moça? Imagine como os verdadeiros amigos estão desolados... Ela resolveu alguma coisa??? Mais que isso, vocês realmente acreditam que ela encontrou o namorado?
Eu tenho certeza que não...


Para melhores esclarecimentos deixo parte da sinopse do livro: O Martírio dos Suicidas - Almerindo Martins de Castro: Livro de profundas advertências, em que se acham gravadas amargas e martirizantes experiências daqueles que tentaram fugir aos desígnios divinos através da autodestruição, mas que descobriram, na condição de Espíritos imortais, uma nova vida de intensos sofrimentos após a morte do corpo físico.  Reúne comunicações de Espíritos suicidas, historiando as circunstâncias, sentimentos e emoções que os levaram a decidir por esse ato extremo, como também a narrativa da deplorável situação espiritual em que se encontraram após desertarem da vida física pela enganosa porta do suicídio. (editora FEB -

sexta-feira, 1 de abril de 2011



Hoje, pra mim, é um dia muito especial!
Descrevê-lo como uma data simplesmente não registraria nem de longe o significado dele em si.
Hoje, primeiro dia do mês de abril, seria o aniversário de uma pessoa muito querida pra mim, de uma mãe, avó, amiga, irmã e tantas outras ligações, que seriam tão difíceis e tão complexas de se explicar, que prefiro não dizer.
Só queria registrar que, além de me amar, me amar como nenhuma outra pessoa amou nessa vida, ela sempre me deu a mão, sempre me mostrou que eu precisava manter meu coração saudável, que tinha que parar de cultivar rancores, que precisava cuidar da minha espiritualidade, que me viu fazer muitas coisas erradas, mas que nunca deixou que nada disso abalasse seu amor por mim.
Sempre me passou confiança, sempre me mostrou que não importa quantos tombos eu pudesse cair, ela sempre ia estar lá pra curar minhas feridas, pra me acalmar, pra me fazer ver que existem sempre dois lados a se olhar e analisar.
Sempre me ensinou como eu posso ser mais forte quando ninguém mais acredita e como eu posso virar o jogo quando eu acredito em mim mesma...
Com ela eu realmente entendi o que é amor verdadeiramente ilimitado... O que é ter um sentimento que te preenche por completo e que faz você olhar o mundo achando que ele não é tão frio e tão escuro como todos dizem.
Sinto dentro de mim o mesmo amor... O amor ilimitado, que não tem fim, que não cabe no meu peito, que me traz saudade, que me faz cada vez querer ela perto de mim só pra ter o colo, o abraço, a palavra amiga. Que me faz voar longe ao encontro dela pra sentir, nem que seja por um milésimo de segundo, sua presença perto de mim, me amparando, me orientando, me dizendo como eu devo fazer...
Sinto tanta saudade, sinto tanto amor, sinto tanto a sua falta, que não há pessoa nesse mundo que possa compreender como é a dor de não se ter quem se ama por perto. E perder alguém enquanto esse alguém ainda está entre nós nos faz mesquinhos em aceitar isso e não tentarmos melhorar a situação; mas perder alguém pra sempre dentro desse mundo nos torna impotentes diante dos planos maiores de Deus.
Sei que ela não se foi pra sempre e que essa passagem um dia chegará pra mim também, e pra você e para todos nós. Mas dói dentro do peito ter que suportar a dor da ausência física... E sentir falta de um simples abraço e da companhia; sentir falta do cheiro da alegria; sentir que eu tenho que continuar, porque ela me ensinou isso; sentir que o mundo precisa de mim e que tenho muito trabalho a desempenhar... E que não importa o lugar, Vó Nita... Eu sempre vou te amar...