segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Amor, esse irracional...

Hoje, cheguei mais cedo do serviço em função de coisas pra terminar, e fuçando em antigos arquivos encontrei uma poesia que uma amiga, que hoje nem mora mais aqui perto, me enviou: “Crônica de Amor, do Arnaldo Jabor”; não vou postá-la, mas recomendo a leitura...
Engraçado que se o amor fosse lógico as coisas se resolveriam tão facilmente... Quem não gostaria de se entregar de corpo e alma e saber que o ser amado te ama tanto quanto você a ele?
Acho que é o desejo de todos, ainda mais porque somos seres sociáveis e necessitamos de contato com o outro.
Fico imaginando se fosse possível escolher de quem gostar e a hora de gostar, olha que maravilha, não haveria enganos e todos seriam felizes!
Mas o que mais gosto de analisar nessa poesia é como seria verdadeiramente bom se nós conseguíssemos gostar somente de quem gosta da gente, de quem se dedica por nós, de quem praticamente move o mundo se for preciso, por nós... Como seria bom se pudéssemos realmente nos dedicar somente pra quem merece nossa atenção, pra quem realmente dá valor nos momentos que é possível permanecer juntos, e mais que isso, nos retribui em afeto, carinho e consideração...
Se as coisas pudessem ser lógicas dessa forma, com toda certeza teríamos milhares de pessoas mais felizes e bem menos pessoas nos consultório psiquiátricos e psicológicos, até mesmo porque já foi comprovado que a maior parte dos seres humanos sofre de amor!
E de verdade, esse é um mal muito sério, afinal quem nessa vida já não se “descabelou” pelo tempo que perdeu com um cretino? Quem nunca se arrependeu de ter deixado alguém ir embora? Quem nunca se arrependeu de ter saído da vida de alguém achando que estava fazendo um bom negócio?
Quem nunca colocou a cabeça no travesseiro e chegou à conclusão de que as coisas poderiam ter dado certo se tivesse se esforçado mais... Ou se tivesse se dedicado mais, ou se tivesse sido mais compreensivo...
Todas essas colocações são importantes, mesmo tardias, porque assim aprendemos a valorizar o que o outro tem de melhor.
O complicado é que enquanto não conseguimos remediar nada disso, vamos por aí, machucando as pessoas, muitas vezes desnecessariamente, e não há maior dor no mundo do que o momento que você se dá conta que realmente perdeu um grande amor, de tal forma que se torna impossível recuperar, afinal, muitas vezes nós transformamos nossa ausência em uma constante e o outro se acostuma a não nos ter por perto e consequentemente, vai se desligando e desligando também o vínculo que existia, até finalmente os dois se tornarem estranhos...

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Reencontrar alguém

Todo reencontro é repleto de expectativas, a gente se sente esperando alguma coisa que nem sabe o que é.
Quando o reencontro é depois de muitos anos, então a situação é bem mais delicada, porque devido à ausência a gente não sabe o tanto de coisas que já aconteceram e menos ainda o tamanho das feridas que ficaram.
A parte boa de tudo isso é que você tem a remota chance de pelo menos uma vez na vida tentar consertar as coisas erradas que você já fez; tentar esclarecer histórias que até então estavam encobertas, e que com o véu do tempo além de enferrujarem, ainda juntaram muita poeira.
Esse momento é um momento onde você sempre lembra daquelas situações sórdidas, como o chiclete grudado no cabelo, um momento de bebedeira e alguém escondido embaixo da mesa... Você lembra da galera reunida, de todas as discussões; infelizmente também tem que lembrar das coisas erradas que fez, das pessoas que magoou, das palavras sinceras que você nunca falou.
O reencontro é uma chance única de conseguir fazer as pazes, não com o outro, mas com você mesmo, é o momento do auto-perdão, onde você simplesmente consegue entender que coisas aconteceram porque foram escolhas, escolhas que exigem responsabilidades e que com toda certeza te ensinaram bastante, e me ensinaram também...
Quando a gente reencontra um amigo, é aquela sensação de encontrar aquela caneta macia que estava guardada dentro do guarda-roupa; é achar aquela roupa linda que você usou umas duas vezes e nem lembrava que ela ainda fica perfeita no seu corpo... Reencontrar um amigo é reafirmar os laços que um dia existiram e que talvez por infantilidade, falta de experiência e muitas vezes até falta de compreensão, nós deixamos enfraquecer.
Reencontrar um amigo é saber que tudo que passou não voltará, mas é ter na lembrança que nada daquilo foi em vão!

sábado, 26 de fevereiro de 2011

A metade



Alguém aqui já imaginou o que é ter algo pela metade?
Eu posso responder isso com muita tranqüilidade, algo pela metade é não ter nada.
Você já viu alguém ser meio amigo? Quem quer um meio amigo?
Eu garanto que ninguém...
Você conhece alguém que é meio mãe? As minhas duas são por inteiro... E meio irmão? Acho que não tem...
Algumas coisas passam pelo critério do ser ou não ser, ter ou não ter, fazer ou não fazer...
Quando alguém diz: “vou ser seu meio amigo”, que bonitinho, você agora tem um meio amigo... Fala pra mim se você realmente vai confiar nessa pessoa?
Não precisa nem falar a resposta, não é?!
Mas se ainda sim for necessário eu vou dizer: “não, você não vai confiar nessa pessoa; não só não vai confiar, como também vai excluí-la de toda e qualquer parte de sua vida”.
É assim que as coisas funcionam.
Quando alguém não pode te oferecer tudo que tem, uma parte só não vai te fazer feliz, sabe por quê?
Porque desde os primórdios da humanidade não existe sentimentos pela metade, a gente não ama pela metade; ou amamos ou não amamos.
Engraçado que fico imaginando como seria o mundo se todos nós pudéssemos dar só metade de tudo que somos. Eu seria com toda certeza meio psicóloga, ou quem sabe meio funcionária do Ministério, ou meio amiga, ou meio filha, ou meio irmã, ou meio mãe...
Ia ser até engraçado, não ia?! Pois quando somos meio alguma coisa, não precisamos ser nada, não existe responsabilidade nenhuma, não existe cobrança nenhuma. Como você cobra postura de fidelidade de um meio amigo?
O lado bom é que não existindo responsabilidades, também não existiriam cobranças, claro, ninguém cobraria nada de nós, porque é só “meio” de tudo.
Agora vamos falar da parte não tão agradável de tudo isso...
Ser pela metade impede que as pessoas confiem em você, faz com que seu verdadeiro caráter seja colocado em “xeque” o tempo todo e claro, faria com que você tivesse que provar algo o tempo inteiro, o que ia ser verdadeiramente desagradável, afinal como se prova que é irmão mesmo? Ou que ama mesmo alguém?
Nunca aceite nada pela metade, porque o que não vem inteiro vem com defeito, vem danificado, vem pra causar risco pra sua própria integridade. Pense que se algo não pode ser por completo é porque pela metade ele não vale nada, absolutamente nada...
Quem precisa de um amor pela metade? Quem precisa de um amigo pela metade?
Garanto que ninguém.
Seja verdadeiro com você mesmo e caso você não possa suprir as necessidades de alguém, não lhe dê migalhas, não lhe dê sobras. Não faça do sentimento dos outros seu tapete vermelho, porque alguém sempre sai machucado nessa história.
Quando me lembro de um ditado popular: “Só prometa o que pode cumprir”, significa exatamente isso, não dê para o outro aquilo que você não tem.
Coloque-se no lugar do outro, você de verdade aceitaria algo pela metade?
Se a resposta for não, por favor, deixe a hipocrisia de lado e abra o jogo. Posso garantir, “melhor não ter do que ter faltando parte”... Nesse caso muitas partes.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A livre-expressão da arte

Coliseu - Roma
Alguém aqui já parou pra pensar o porquê de se procurar um curso de teatro?
Claro que todos vão responder que é para tornarem-se atores, de preferência atores famosos que vão trabalhar numa novela Global, de preferência no horário nobre, porque Malhação é pra amadores...
Bem, isso não é de todo inverdade, mas posso garantir que a maior parte das pessoas que busca um curso de teatro está atrás de algo um tanto quanto mais substancial. Alias, é lá, lá nas aulas de teatro que aprendemos a compreender o espaço do outro, e mais que isso, a confiar em nossos parceiros. E o segredo que todos buscam é o que nós do teatro chamamos de sexto sentido, sensibilidade, a simples capacidade de sentir. E não é só sentir, mas é se deixar tocar por algo, por um sentimento interno ou externo.
Agora nesse momento é justamente da minha sensibilidade que vou falar, por me sentir tocada internamente com a decisão de fechar as portas da Escola Livre de Teatro de Jales. Parece um tanto quanto infundada a idéia de tirar um bem precioso que nem é da cidade, foi uma conquista da própria Escola. Cada um que passou pela E.LI.TE sabe bem do que estou falando, e se lembra das picuinhas das escolas quando, nós, alunos de teatro, tínhamos que decidir pra qual time entraríamos; quando em muitos momentos, fomos chamados para representar o nome de nossa cidade, seja em pequenos eventos, ou em inaugurações, como foi o caso da “Biblioteca Municipal”. E, a propósito, quem não se emocionou ao descer aquela escadaria e encontrar jovens recitando poesia, tocando violão e expressando a importância da cultura?
O que me toca também, hoje, é lembrar que como uma boa brasileira que sou, e talvez até diferente dos tantos que existem, eu me lembro para quem votei para prefeito dessa cidade. Lembro-me também que em seu discurso ele priorizava a cultura, os esportes, o lazer, e agora vejo essa barbárie com as artes plásticas da nossa cidade? Eu não sou uma cidadã que esquece, e estou aqui para brigar pelos meus direitos. É direito de todos: a cultura, o lazer, a liberdade de expressão, como também é nosso dever votar, não é mesmo?
Parece que estamos voltando à época da ditadura, onde por simples reprimendas ou por simples abuso de poder se fazia o que queria. O governo silenciava as pessoas, impedia que elas tivessem acesso à cultura e à educação...
Sempre achei que o objetivo maior de um governante nos dias de hoje fosse o de priorizar a cultura e a educação, se não no país inteiro, ao menos em parte, cada um cuidando da sua cidade. Não podemos simplesmente nos calar e ver essas barbaridades acontecerem! Temos que lembrar ao nosso governante que ele está lá por única e exclusiva vontade do povo... Sua obrigação é representar a maioria e não massagear o ego de pessoas que se julgam no direito de fazerem o que quer pelo simples fato de serem aliados.
Não somos de briga, mas somos de justiça e, se uma vez nesse país os jovens já pintaram a cara e saíram às ruas por causa de um péssimo administrador, com toda certeza isso pode ocorrer novamente. Lembrando: ser sensível não é ser burro, é participar, é deixar que as coisas te toquem intimamente e que te mobilizem para uma nova postura.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Do que o amor se alimenta?


Essa é uma pergunta que parece difícil.
Se formos analisar, a princípio sim, principalmente nos pegando desprevenidos.
Mas, quando paramos um pouquinho pra pensar, logo vem a resposta mais do que óbvia...
O que alimenta o amor é a presença. A simples presença do outro.
Estar presente tem entre tantos outros significados: estar com; encontrar-se; achar-se em determinado estado ou situação; estar para; ou estar por.
Em nenhum momento o dicionário impõe que estar presente é estar colado, grudado, asfixiado, mas é se manter presente, é fazer parte de algo, estar para algo, estar por alguma coisa e/ou alguém.
Quando amamos geralmente queremos ficar perto, queremos ter contato, olhar nos olhos, ouvir a voz, sentir aquele abraço gostoso, o beijo, o toque, enfim tudo que transporte pra perto de nós o ser amado.
Todos esses gestos são absolutamente compreensíveis tendo em vista que eles simplesmente alimentam o amor.
O amor é uma planta delicada, muito frágil, que necessita de muitos cuidados, necessita do melhor adubo que se pode existir: “o estar presente”. O que seria de uma planta se ela pegasse sol o dia todo, ou se não a regassem, ou se nem sequer se preocupassem com ela? Com toda certeza, nem precisa ser botânico pra dizer que ela morreria...
Assim é o amor... Necessita de cuidados, de estar presente, de acompanhamento. Certamente se for bem cuidado, bem tratado, renderá uma árvore frondosa e de bons frutos, mas caso contrário, que garantias posso dar?
Se uma planta que não expressa sentimentos, que não se move, que não fala, é difícil de cuidar, imagina do amor que além de ser totalmente o oposto e com características individuais únicas, ainda é delicadamente precioso e tão  frágil, podendo se quebrar?
Estar presente na vida de quem amamos pode se expressar de várias maneiras. Ninguém em nenhum momento disse que você precisa virar o “apêndice” de seu amor. Simplesmente deixe claro que você realmente está ali, que cuida, que se faz presente, mesmo que não seja fisicamente, que realmente se importa com o que acontece, que a presença do outro é importante pra você. Estar presente na vida do outro ou alimentar o amor, nada mais é do que fazer com que o outro seja tão especial pra você, assim como você é pra ele.
Não se pede muito, nem se pede o impossível, mas sim o que é possível e esperado...
Quando der pra regar minha planta eu volto...
Até lá pode ser que ela já tenha secado!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Decisão



O que de fato significa termos que decidir sobre determinada coisa e/ou assunto?
Engraçado que eu sempre achei fácil decidir sobre qualquer coisa... Claro, com uma condição: Que fosse diretamente relacionado a mim.
Qualquer situação, fato, atitude ou ação que tenha relação direta comigo, eu nunca senti dificuldade nenhuma em escolher e decidir e até mesmo em fazer.
Mas hoje eu vou falar sobre as coisas que eu não gosto de decidir.
Quando estamos em uma situação em que as escolhas e/ou decisões afetam de forma direta duas ou mais pessoas, eu, que geralmente decido por mim mesma, evito qualquer colocação.
Sinto dificuldades porque muitas vezes as coisas estão tão bem resolvidas dentro de nós mesmos que o caminho a seguir torna-se quase que único.
Mas ter que esperar que o outro decida... Ah... Como isso é difícil.
Imaginemos uma determinada situação, e por experiência própria vou citar uma situação terapêutica.
Estamos juntos, paciente e eu; depois de relatar determinada situação temos que escolher um caminho a seguir. Eu, como terapeuta, um caminho para a continuação da sessão e meu paciente, um caminho de vida.
Acontece que, por mais que eu já tenha decidido como vou proceder, conversando logicamente fica claro o caminho em que o paciente também vai percorrer, mas eu, eu, não posso falar absolutamente nada, tenho que deixar que ele descubra sozinho.
Isso também acontece fora do setting terapêutico, e sabe por quê?
Porque a vida nos ensina que temos milhões de decisões para tomar e quem nunca se deparou com o momento em que suas decisões futuras dependem unicamente de uma única decisão de uma outra pessoa?
Pois bem, você já parou pra pensar por que é necessário esperar que o outro decida?
Com pouca experiência digo: Para que você não carregue a culpa de algo precipitado.
Esperar pelo outro confesso que é muito difícil, ainda mais para uma pessoa como eu, que sempre decido as coisas muito rapidamente (lembrando que rapidamente não significa precipitadamente).
A espera me causa frio na barriga, esperar pra mim significa que tudo que eu pensei e construí internamente pode vir a chão em questão de milésimos de segundos...
Mas ainda sim eu espero, na esperança que seja a decisão qual for, tenha acima de tudo partido do livre arbítrio do outro.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Quando alguém cuida da gente...

Gustav Klint 1905 - A mãe e o Filho
Quando alguém cuida da gente, a gente sente que o mundo... Mesmo sendo essa treva que é... Ainda há esperança, sente que existe um ser tão especial que se preocupa com você, mesmo quando você de verdade não foi aquela pessoa boa, ou não teve aquela atitude esperada; ou quem sabe até quando você está simplesmente cansado de seguir todos os padrões que durante a vida toda nos foram impostos, alguns até para o nosso bem...
Aquela pessoa que cuida da gente quando o dia foi uma tragédia grega, que tudo está sem graça, essa pessoa está lá. E, claro, como na maioria dos dias que terminam assim, a gente não consegue nem ouvir a própria consciência gritando, menos ainda essa pessoa, mas mesmo assim ela está lá.
Ela é paciente, com amor inesgotável por você, te amando todos os dias, secando suas lágrimas, curando seus machucados e sempre dizendo que você poderia sim, ter tomado mais cuidado. Aquela pessoa que não está preocupada com o que você fez de errado, não te apóia no erro, mas mesmo assim não te dá as costas.
Quando alguém cuida da gente, a gente se sente amado integralmente, às vezes pode ser que amados de uma forma que nunca, jamais alguém amou.
Quando alguém cuida da gente... O mundo começa a mudar de cor e a gente percebe que para algumas coisas existe sim, um jeito de resolver, mesmo que você tenha ficado extremamente nervoso, que tenha sentido vontade de morder as paredes, que tenha chorado descontroladamente durante horas... Quando alguém cuida da gente... Junto com essa pessoa a gente realmente vê que essas coisas têm solução...
Quando alguém cuida da gente de verdade, essa pessoa não desiste de nós, mesmo quando nós mesmos desistimos, e se for preciso um chacoalhão ou um beliscão... Ah, essa pessoa também vai nos dar.
Eu falo tudo isso, porque eu sei o que é ter alguém que cuida de mim, que me aceita integralmente, que me ama por completo e que conhece muito bem minha alma. Eu tenho alguém que está ao meu lado sempre e que não existe uma lágrima que essa pessoa não tenha visto cair, mas também não existe um sorriso que eu não tenha feito questão de compartilhar... Amo essa pessoa... Porque a amo integralmente e ela ainda continua cuidando de mim... Para sempre!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Reparação


Nós, seres humanos, estamos inevitavelmente sujeitos ao erro, o que não é nada fora do comum, tendo em vista que somos seres falíveis e de pouca compreensão.
A diferença está em permanecer ou não no erro, ou tomar ou não consciência de que determinadas situações são erradas.
Todos nós possuímos a capacidade de compreensão, e temos inúmeras e quem sabe até ilimitadas fontes de conhecimento.
Não pensem que, quando cometemos uma falta, propositadamente ou não, e causamos danos aos nossos semelhantes, de forma direta ou indireta, isso passa despercebido à Consciência Cósmica Universal. Igualmente ações de elevado teor também são levadas em consideração.
Claro que o primeiro passo para a correção é o arrependimento interno e o exercício do autoperdão, prática essa a que nem sempre estamos habituados, mas que com treinamento constante  e dedicado pode, sim, ocorrer futuramente de maneira natural.
Outra coisa que temos de uma vez por todas tirar de nossos pensamentos é a colocação: “Deus perdoa”. Gente... Deus não perdoa nada... Como pode Deus perdoar algo, do qual não se sente ofendido?
Quem deve perdoar somos nós mesmos e começarmos a trabalhar numa conduta reparadora...
Eis que vem a tão esperada pergunta: O que seria uma conduta reparadora?
Se, pelos ensinamentos evangélicos, temos que amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, vamos reformular essa colocação da seguinte forma: “Temos que nos amar, e amar o próximo como a nós mesmos e consequentemente, amar a Deus sobre todas as coisas”.
Por que essa reformulação? Como podemos amar a Deus sobre todas as coisas se não conseguimos sequer nos amar, e menos ainda amar nosso irmão?
Pois bem, as atitudes reparadoras principiam-se no amor, amor próprio, amor ao próximo e amor a Deus.
O segundo passo é procurar manter condutas morais dignas, assim como Jesus sempre falou: “Vá e não torne a errar”.
Baseando essas colocações, muito bem feitas, lidas e relidas, no Evangelho, poderemos sim nos melhorar, não somente como seres humanos, mas como espíritos imortais.
Lembrando sempre que isso tudo aqui é uma simples passagem e dentro da contabilidade universal, nada do que aqui for feito será deixado de lado.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Você


Os dias andam mais tranquilos atualmente...
Ainda me lembro quando meu coração vivia fervendo em brasas  e muitas vezes espalhando chamas e dor para todos os lados.
Hoje as coisas estão mais tranqüilas, um sentimento novo se apoderou de todo meu ser. Pode ser que você me cause isso, pode ser que com você eu tenha construído isso.
Se bem que, encontrar os porquês, não vai melhorar a vontade que tenho de estar ao teu lado.
Sinto cada segundo como se pudesse reviver em horas todo o tempo que passamos juntos; como se pudesse me deliciar com aqueles momentos, onde o tempo perde seu sentido real e corre exclusivamente para nós dois! Não há como esquecer conversas maravilhosas e muitas vezes idéias mirabolantes que pensamos juntos. Não há como descrever fatos irreais de nossas vidas, que ainda sim fazemos questão de dividir... Com tantas coisas a serem ditas, a serem relembradas e como sempre, serem trocadas, como posso prender-me a algo tão banal como o tempo?... Não há limites de tempo nem de espaço para nos separar, não tem como desfazer esse laço... Temos uma ligação tão intensa que foge à razão da compreensão, mas que também não quero tentar explicar nessas linhas...
Sinto você a cada segundo como se estivesse ao meu lado, lembro-me do toque, do fechar de olhos, da respiração e do coração acelerado, lembro-me do beijo, dos abraços apertados e dos carinhos trocados...
Lembro-me também, agora não tão feliz, da hora de te deixar ir embora... O coração apertado e os olhos brilhando. Sei que não estamos separados... E mesmo longe eu continuo te amando!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Era uma vez...

Castelo de Clerans - França
Era uma vez uma amizade que se transformou em amor...
Durante muito tempo eu acreditei que isso seria impossível... Sempre delimitei barreiras muito bem armadas e estrategicamente colocadas para que nada pudesse infiltrá-las, muitas vezes nem os raios de sol.
Absorvia o que era mais importante de tudo; somente em alguns momentos me permiti abrir as portas para que algo saísse, como um presente maravilhoso, que todos precisam, mas que o egoísmo não me permitia mostrar.
Eis que um dia alguém resolve se instalar nessa porta, oferecendo coisas tão maravilhosas que chegava a ser impossível recusar.
As barreiras continuam lá... E essa pessoa também. Quase todos os dias falamo-nos através dessa porta... Que obviamente continua fechada... Mas tanto eu quanto ele sabemos que do outro lado existe alguém, ou pelo menos uma voz que responde... Ora amável, ora nervosa, ora sem sentido, ora carinhosa...
O tempo passa... E um dia eu, que estou do lado de dentro da muralha, resolvo abrir uma pequena fresta da porta. Ele  pacientemente me saúda; muito se é conversado. Agora sabemos que existe mais que uma voz por trás da porta.
Para que as conversas diárias continuassem a ocorrer, mais um fator passou a ser necessário: olhar dentro dos olhos.
Dias, meses e anos se vão passando e nós não mais nos afastamos da porta... As conversas passam a ser cada vez mais regulares e profundamente gratificantes.
Finalmente chega o dia em que a porta é aberta totalmente, aberta de verdade... Mas somente para aquela pessoa que se instalou ali e teve a paciência para esperar... A mesma paciência que uma bela flor necessita para desabrochar...
Agora vamos nos conhecer melhor, em iguais condições, frente a frente...
Ninguém sabe o fim desta historia, mas sabe-se que ela começou ali, naquele momento...
O que se pode dizer é que, por ter estado atrás da porta tanto tempo, agora preciso muito estar perto de quem me aguardou lá fora. Muito ainda vai ser revelado... Existe um mundo todo a ser desbravado, mas agora talvez a porta não seja mais necessária. Talvez não seja preciso caminharmos separados.Pode ser que de agora em diante os riscos sejam menores e quem sabe futuramente as barreiras que antes me separavam do mundo talvez deixem de existir também.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Mudança

Ontem eu estava assistindo a uma palestra, e então se discutia sobre a graça divina que é viver...
Temos uma concepção errônea de sentido da vida, passamos o tempo ocupados em buscar um sentido para as nossas vidas; não que isso seja totalmente errado, mas será que não estamos sendo um tanto quanto descomprometidos com nós mesmos?
A vida merece que nós criemos um sentido para ela...
Temos que tomar coragem de encarar nossas situações de frente e determinarmos o que de fato é importante para nossa existência.
O que é importante em nossas vidas?
Nós nos achamos tão importantes que nos sentimos no direito de esperar que algo de interessante aconteça, ou que um fato extraordinário mude nossas vidas; temos certeza que só é necessário esperar... Ledo engano...
Como podemos achar que algo vai aparecer do nada se a própria física nos explica a lei de ação e reação: volta pra nós o que fazemos para o mundo; volta pra nós o que fazemos para o outro. Chega de pensar que o mundo é esse parque de diversões e que alguém, algum dia, em algum lugar, vai te dar o convite pra entrar e se divertir.
Precisamos de uma postura um pouco mais voltada para a realidade, para os objetivos de crescimento interno.
Quando ouvimos a frase “o conhecimento liberta” simplesmente estamos querendo dizer que se faz necessário conhecer o todo de forma a podermos abstrair algo que nos faça mudar, uma mudança interna mesmo.
Acredito que a maior mentira, e quando falo mentira me refiro ao fato de ser enganosa mesmo, é a frase: “quem espera sempre alcança”. Fala pra mim se é possível que uma pessoa parada consiga chegar a algum lugar? Isso é totalmente irreal... Quem espera não alcança nada, quem espera não faz nada... Quem é paciente sim... Ter paciência não significa esperar... Temos por exemplo que ter paciência pra cursar uma faculdade, temos que ter paciência para nos destacarmos em nosso trabalho. Se eu fico parada eu alcanço alguma coisa? Sinceramente acredito que não!
Vamos nos reciclar e nos libertar das amarras de velhos conceitos, vamos conhecer, vamos nos permitir lutar e nos dedicarmos em nossas vidas, fazer dela mais do que algo passageiro... Eu tenho que fazer a diferença em meu próprio mundo. Quando eu fizer a diferença para mim, farei a diferença para os outros.
Toda mudança antes de ser para o mundo é para nós mesmos!

Quando um homem cai, toda sociedade cai com ele, quando um homem se levanto toda sociedade se levanta nele... (Joanna de Angelis)

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

... Amor

O que é fazer parte da vida de alguém?
Muitas pessoas fazem parte de nossas vidas, participam, sugerem, às vezes até mostram como se faz, mas existe aquela... Aquela que é especial, aquela que esperamos... E não esperamos com a ânsia de encontrar, não, mas sim com a certeza de que vai chegar. Mais cedo ou mais tarde vai chegar.
Nós deixamos que pessoas façam parte de nosso círculo de amigos, de companheiros de trabalho, parceiros ou companheiros até de conversa, mas existe uma pessoa... Só uma pessoa que consegue reunir todas essas parcerias e companhias numa só...
O objetivo maior de nossas vidas é ter com quem dividir, alguém em quem você realmente se sinta à vontade para confiar; alguém que possa te dar colo de vez em quando, mas que seja firme pra te puxar as orelha; alguém que pelo simples fato de estar com você faça o seu mundo parar de girar...
Buscamos simplesmente encontrar o sentimento precioso que é o amor, mas não qualquer amor... O amor calmo, brando, que não vem pra destruir aquilo em que coloca a mão; que não vem pra aprisionar, nem pra maltratar; que não vem pra possuir. Um amor simples, calmo, singelo, tranqüilo, que nos faça sentir a suavidade simplesmente pelo toque, no beijo, que te faça voar sem tirar os pés do chão... Um amor puro, livre, não só livre do mundo em si, mas livre dentro de nós mesmos...
Às vezes fico me perguntando por que nós sentimos tanta resistência em nos doar para o amor? Há pouco tempo atrás descobri uma resposta que não sei se serve para a maior parte das pessoas, mas pelo menos se aplica a mim.
Temos medo de amar por estarmos tão presos dentro de nós mesmos e com o olhar tão voltado para nossa própria individualidade (massageando o ego), que nos esquecemos de olhar o outro, e nos raros momentos que o fazemos, deixamos claras as críticas que temos a seu respeito... Quase que colocando assim: “Ah, é bom, mas...” Acho que depois do MAS nem precisa dizer mais nada, não é?!
Amar é aceitar o outro integralmente, é jamais querer mudar nada que tem nele ou nela, é conseguir olhar o conjunto da obra e se lembrar como o artista foi perfeito na criação. E se ELE o fez desse jeito quem sou eu pra mudar... É acreditar que todos aqueles defeitinhos básicos que estou vendo ali, só são realçados em meus olhos porque eu consigo enxergar melhor aquilo que é meu também... Amar o outro é amar a sua totalidade...
E só garanto uma coisa: as mudanças só acontecem quando vem de dentro pra fora, ninguém muda ninguém. Só eu tenho o controle e a vontade maior para mudar, ou melhorar algo que existe em mim!

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

DAS COISAS QUE EU NÃO ENTENDO

Sobre o que eu não entendo eu não posso falar, mas o que me faz sentir algo que não entendo? Sempre sou tão articulada com as palavras, com as pessoas, sempre sei de tudo e para tudo posso dar uma solução, mas hoje me sinto sem entender nada, e o que é pior, sem entender de nada... Hoje a filosofia não vai me comover e a psicologia organizacional não vai me motivar. Hoje as ciências não vão me convencer, porque hoje eu não quero explicar o mundo, quero ver o que se pode explicar de mim... Eu não entendo como pode de uma hora pra outra o dia perder a cor... Como pode alguém ficar triste depois de se deliciar com sorvete de chocolate e boa companhia? Como pode alguém não ver beleza na chuva que despeja do céu e que refresca o dia?
Hoje eu estou simplesmente assim...
Alguns vão dizer que estou sombria... Jung, sabiamente colocaria que hoje tenho mais influência dos meus arquétipos das sombras. Quem sabe Freud dissesse que isso é um reflexo por eu não liberar libido... Ou o tal do Skinner solucionasse o problema com uma mudança de comportamento. Pode ser... Quem sabe? Afinal quem deveria saber era eu mesma e como eu já disse eu não sei de nada hoje...
Só por hoje eu quero desligar todos os botões que me movem, todas as colocações que me fazem pensar na lógica das coisas. Quero esquecer todas as teorias malucas que em algum momento desse caminho eu escolhi pra seguir... Hoje eu não quero nada... Hoje quero estar vazia, hoje quero saber o que você tem a me acrescentar de tão novo... Tente me surpreender de alguma forma... Tente usar da sua criatividade... Mostre-me o que você tem de melhor porque eu estou disposta a te ver...
Hoje eu não vou lembrar de nada que eu já conheço, hoje eu não quero explicações demoradas nem soluções para os meus problemas. Hoje quero ouvir só o que você vai me dizer, mas não perca seu tempo tentando me ludibriar, porque você não vai conseguir me enganar... Hoje quero ver o que você de verdade tem pra me mostrar...
Amanhã eu decido como vai ser!!!!

Momento diálogo interno

Essa semana enquanto escrevia em meu diário, comecei a me questionar sobre um tema que, se formos parar pra analisar, é bastante abrangente.
A Verdade...
Eu começo me perguntando o seguinte:

“Parece um tanto quanto radical falar uma verdade diretamente para a pessoa interessada e talvez até magoá-la com isso, mas interpretar algo de maneira simbólica ou figurativa não é muito pior?”

Diante de qualquer situação que precisamos de uma posição definida e uma resposta objetiva, acredito que não há espaço para “sentido figurado”  e menos ainda para “sentido simbólico”.

Posso dizer que a verdade é o melhor atalho para as situações difíceis...
Afinal, como se pode negar a verdade? Como se pode fugir da verdade? E o que esperar de alguém que lhe falta com a verdade?
A primeira colocação particular que faço é que não vou responder a nenhuma dessas perguntas.
A segunda é que, pense como a verdade é pura, tão sincera e ao mesmo tempo tão simples. A resposta é, creio ser esta mesma, simplicidade...
Estamos acostumados a diálogos extremamente bem elaborados, a palavras complicadas, a situações que nos fazem imaginar coisas mirabolantes...
Quando ao final de toda conversa nesse nível podemos dizer que aprendemos várias palavras novas, (Aurélio com toda certeza se orgulharia), podemos dizer que o indivíduo que nos falou tem um amplo vocabulário e se articula muito bem, que sua dicção é perfeita, mas e a mensagem que nos foi passada? O que podemos dizer dela?
É bem provável que numa situação assim, pouco ou quase nada de verdadeiro ficou na mensagem.
A verdade é em si mesma um fato inegável... Podemos fugir o quão longe quisermos e ainda sim a verdade estará lá. A verdade é o que nos faz sentir a culpa... O remorso...
E agora eu pergunto: Porque nós faltamos com a verdade?
Será que temos medo de sair de cima do muro do comodismo?
Praticar a verdade nos faz, sim, tomar posições diante da vida e ter inevitavelmente que assumi-las perante os demais. Faltamos com a verdade porque não temos coragem de nos mostrarmos verdadeiramente como somos. Temos medo que o OUTRO veja o que existe por trás da máscara que cobre aquilo que somente nós conseguimos ver. Muitas vezes nos esquecemos que por trás dessa máscara escondemos muito mais do que o que achamos que seja ‘feio’. Às vezes nosso melhor está guardado num lugar que nem nós mesmos queremos ver!
Você conhece o que tem por trás da sua máscara?

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Olhar para longe... Olhar para dentro!

 

A liberdade vem sendo discutida por inúmeros filósofos, apresentando teorias e suposições para explicar de onde vem a tal liberdade. Somos livres porque podemos fazer qualquer coisa ou ler qualquer coisa? Somos livres simplesmente porque podemos escolher sobre algo?
Engraçado que todas as vezes que fiz atendimento em Orientação Vocacional e Profissional o grande problema se encontrava justamente porque se TINHA QUE ESCOLHER algo.
Escolhas também não significam liberdade e nem são sinônimos da mesma.
Todas as discussões que li nada me explicaram sobre liberdade... Penso que seja um movimento interno e único dentro de cada um. Na verdade é o que todos nós buscamos, queremos ser livres... Para Freud, “nossa liberdade é irredutível”, para Descartes, “age com mais liberdade quem melhor compreende as alternativas em escolha”. Eu que não sou tão importante assim, penso que a liberdade está associada a vários fatores da nossa vida, como a nossa dignidade, nossa moral, as próprias escolhas, as pessoas que nos apóiam, o respeito que adquirimos... Isso tudo isoladamente não é liberdade, mas a grandeza da liberdade, a verdadeira liberdade, a dignidade, a sua beleza, está em nós mesmos, quando a ordem é completa. E essa ordem só vem quando somos uma luz para nós mesmos.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Intimidade...

O que classificamos como íntimo?
Algo que está perto de nós por muito tempo?
Acredito que não... isso não é sinônimo de intimidade, mas de comodismo. Íntimo não é tudo aquilo a que estamos acostumados, não é o que temos por hábito ou até mesmo por vícios....
O verdadeiro sentido da palavra intimidade no dicionário significa: caráter do que é íntimo, secreto, é o que existe no âmago do nosso ser,  é o que há de mais profundo numa coisa e/ou  em nós mesmos...
Isso é ser íntimo, é ser íntimo de si mesmo, é saber onde estão seus próprios limites, onde a sua ferida dói, é poder ter o controle em suas mãos da máquina mais poderosa que pode existir na face da Terra, é ter o controle sobre você mesmo. Ser íntimo de uma pessoa não significa em si, absolutamente nada, mas, ser íntimo de si mesmo, significa libertar-se dos grilhões da ignorância e se reconhecer como ser único, dentro de um sistema que se move com a união de cada minúscula peça!