Hoje, o texto da semana vem um
pouco diferente em função de não estar criticando, nem colocando questões em
discussão, nem por esclarecimento de nada e de nenhum fato específico.
Venho escrever sobre a
psicologia, uma linda profissão que atualmente vem se destacando. Historicamente
falando, consultar um psicólogo já foi considerado “coisa de madame”, frescura, falta do que fazer e tantos outros
nomes que, infelizmente se contradizem à verdadeira forma que o trabalho da
psicologia e do psicólogo tem na vida das pessoas.
Eu, particularmente, vivo de
psicologia, tenho nessa profissão minha maior e melhor realização. Não espero
reconhecimento algum por ser psicóloga e lembro-me bem, que na época da
faculdade, uma professora muito querida dizia mais ou menos o seguinte: que o trabalho do psicólogo não é pra ser objeto de envaidecimento, nem
de reconhecimento escancarado, mas para atender
única e particularmente o indivíduo que, por sua vez, teve a coragem de
procurar ajuda para olhar com mais atenção as suas próprias necessidades. O
terapeuta que, por sua vez, esperar reconhecimento, admiração, gratificação e
ampla divulgação de seus dotes terapêuticos deve, por força maior, buscar outra
profissão.
O trabalho que desenvolvemos com
o paciente tem a finalidade única de melhorar a sua qualidade de vida dentro do
que o próprio paciente julgar ser pertinente e apropriado para sua vivência na
coletividade, na família e em seu trabalho. Não venho como profissional te dar
uma receita milagrosa e nem solucionar com mágica ou qualquer outro tipo de
manipulação misteriosa os seus problemas ou suas dificuldades, mas tenho como
compromisso ajudá-lo no direcionamento constante para os melhores caminhos
escolhidos por você mesmo, com o compromisso do seu próprio livre-arbítrio.
Esse não é um trabalho rápido,
nem é pouco cansativo, sofremos demasiadamente a todo o momento, inúmeras
situações nos assolam com frequência, desenvolvemos uma série de papéis em
nosso dia-a-dia, temos que nos fazer em mil para dar conta do recado e por esse
e por outros motivos temos o direito e de certa forma, a necessidade de olhar
atentamente para as nossas próprias situações internas, para os nossos
problemas, para as nossas dificuldades, reconhecendo em nós mesmo que somos
falíveis, que somo de carne e osso e que nossa mente também se cansa, ela é
como um músculo que chega, sim, à exaustão e que, assim como os demais, precisa
descansar e aliviar-se.
No dia 27 de agosto comemoramos o
dia do psicólogo, mas essas felicitações devem ir de encontro não só com o
terapeuta que estudou e se graduou nessa profissão, mas a cada paciente, a cada
cliente que, por uma vida melhor, por uma saúde mental de qualidade e acima de
tudo, por muito amor próprio, reconheceu e procurou a ajuda de um psicólogo
para falar sobre seus problemas; para cada indivíduo que leva seus filhos para a
terapia, esperando que estes sejam melhores em suas lutas futuras; para cada
funcionário que atua auxiliando as agendas, as filas de espera; para cada um
que, de maneira geral, consegue colaborar para que essa profissão seja
divulgada, para que o trabalho seja reconhecido e, finalizando, desejo mais
felicitações ainda para cada uma das pessoas que já passaram pelo processo de
terapia ou de análise e que hoje conseguem entender e levar uma vida com mais
qualidade.
Obrigada a todos os meus
pacientes, as minhas secretárias, aos meus amigos psicólogos, meus amigos não
psicólogos que me aguentam com a psicóloga na janela, aos meus professores e
que essa comemoração se estenda a todos que enxergam na psicologia um bálsamo
para suas almas aflitas.
Rafaela Costa - Psicóloga