quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Sombra



De todas as pessoas que falam sobre medo, dor, escuridão, fico pensando se alguma vez em algum momento elas verdadeiramente vivenciaram essa situação...
Dizem que quando sofremos com crises de pânico, nos apavoramos justamente pela sensação de morte iminente.
Já diante dos sentimentos e sensações citados acima é quando você já tem certeza que tudo que havia dentro de você já morreu, mas você sabe que ainda está vivo.
É  ter a certeza que internamente as portas estão trancadas, que as janelas estão fechadas e cobertas por longas e grossas cortinas, é sentir vontade de ficar na cama o dia todo e imaginar que todo tempo do mundo não seria suficiente pra tirar todo esse cansaço de viver.
Estar assim é ter a certeza que não há outra cor que você possa enxergar que não seja o famoso preto com alguns tons de cinza escuro e sem nenhum interesse que isso seja diferente.
Desejar que os dias andem, que as semanas passem e que os anos voem, sentir que há um buraco negro e escuro que suga e destrói, mas que não chega até você pelo simples fato deste ser o seu desejo.
Não há muito que dizer, nem o que fazer, não há necessidade de causar alarde, nem de mover preocupação nas pessoas.
Nos divertimos normalmente com os monstros internos criados por nós mesmos e quando não, deitamos naquele velho quarto com portas e janelas cobertas pra não ter que tomar contato com a luz.
Sem muitos comentários, sem muitos sorrisos, sem novas expressões, ou talvez sem nenhuma expressão.
Alguns diriam que isso é infelicidade, outros talvez não... O que eu digo é que essa é a minha melhor prisão.