quinta-feira, 21 de abril de 2011

Algum dia

E dá vontade de voar...
Bem, escrevi esse texto no mês de agosto de 2009. Muitos dos problemas que referi eu já resolvi; já houveram outros problemas e também já passaram; atualmente a empreitada é um pouco maior, mas ainda assim, o discurso continua o mesmo. Nunca esquecendo que estar no mundo nos obriga a fazer parte dele e exige nossa participação ativa no decorrer dessa história. Com toda certeza eu não sou figurante e menos ainda coadjuvante da minha própria historia e faço questão que seja assim sempre!

Algum dia...

Hoje talvez seja o primeiro dia de muitos, tantas coisas acontecendo de uma única vez em minha vida, tantas decisões sendo tomadas. E olha que o aviso para o último ano era de: “nada de tomar decisões que possam mudar sua vida definitivamente”. Acredito que não há uma forma de se interromper o fluxo da vida e nem de tomar decisões sozinha, o que significa dizer que, embora uma pessoa não queira fazer alguma coisa, ainda sim, deve ser respeitada a vontade alheia. Talvez quem não esteja preparado para mudar seja você ou quem sabe possa ser o outro, tão individual, particular e único quanto você.
O princípio básico da vida está envolvido num único critério: a liberdade. Seja esta como for não há como você definir o grau de liberdade de uma pessoa. Há simplesmente uma forma de comparar essa liberdade adquirida pelo outro com a sua visão e a sua própria noção de liberdade. Ser livre pode ser tomar as decisões que você quiser na hora que você bem entender, ou simplesmente deixar que outras pessoas façam isso por você, mas, claro, isso também depende de uma única decisão sua. Aprendi nessa vida que a própria vida passa tão rápido diante de nossos olhos, que por mais que você tente fazer as coisas da maneira mais correta que possa existir, ainda assim você corre o maior risco do mundo, o que nos caracteriza como meros mortais. Falhar, todos nós vamos falhar em algum momento de nossas vidas, talvez quem sabe seja necessário que falhemos muito, e que esse erro fique internalizado em nós mesmos para que verdadeiramente possamos aprender a andar dignamente.
Não há como prever o que vai acontecer e nem adivinhar o que vai dar certo ou em qual curva dessa estrada de vida que caminhamos vamos nos ver presos por nossos próprios erros.
É inevitável que passemos por situações desagradáveis; o que pode diferenciar isso de todas as outras coisas é como vemos tudo isso. Podemos encará-las de frente, aceitar cada uma de nossas decisões e assumi-las com toda a verdade que isso possa acarretar ou podemos simplesmente dar as costas para elas e fingir que não representou absolutamente nada em nossas vidas, como uma borracha que se passa no passado. A grande diferença de escolher uma ou outra coisa é que em uma delas, esquecer as coisas que nos fizeram ser exatamente como somos hoje talvez não nos faça muito diferente do que já fomos ou somos.
Cada ser individual vem munido de predisposições ou possibilidades para realização de determinadas coisas, e que em cada passo de nossas vidas seremos marcados pelas nossas próprias experiências, sejam elas boas ou ruins. Hoje vejo que em cada uma das minhas dificuldades; que em cada uma das vezes em que quase desisti de fazer muitas coisas; que em cada passagem para uma nova fase e que cada amadurecimento, talvez quem sabe até um pouco forçado, me fizeram ser exatamente como sou hoje, e que cada uma das situações que escolho para mim, nem sempre tem minha única e pessoal escolha, mas tem como objetivo respeitar até onde termina o meu próprio espaço e onde começa o do outro. Isso se encaixa perfeitamente no meu discurso de liberdade, de que todos nós devemos em primeiro lugar ter plena consciência de quem somos, do que gostamos, do que sabemos e de quanto é nosso potencial. Fora esses princípios básicos, ainda entra particularmente o espaço no mundo que cada um de nós conquistou. Você sabe qual o espaço que você conquistou?
Se consegue responder essa pergunta com uma certa facilidade, isso quer dizer que boa parte de seu caminho de liberdade você já trilhou. Conhecer-se e saber do que é capaz é algo extremamente importante. Penso que nessa existência jamais alguém vai ter tanto conhecimento sobre nós mesmos, a não ser nós, individual e particularmente. Só você pode responder quem é você, só você pode falar o que você não gosta em você e só você pode sem erro nenhum descobrir quais as coisas que você não suporta em você e menos ainda nos outros, embora eu acredite que a partir do momento que o outro nos incomoda de tal forma a perceber nele muitos defeitos, pode ser que esses defeitos sejam nossos, e que se manifestam com mais clareza no outro, tudo isso é para ser refletido, cada passo, cada erro, cada decisão, cada responsabilidade, e não há como fugir delas. Há simplesmente uma maneira de adiá-las, mas futuramente você se verá de frente com tudo que você mesmo construiu pra você, por isso a reflexão se faz necessário a partir de agora, pois talvez lá na frente você não tenha estrutura para administrar tantas coisas que já foram feitas, e quem sabe seja tarde demais para melhorar algo que seria óbvio se tivesse sido visto a tempo.

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