quinta-feira, 6 de dezembro de 2012



Se eu for parar pra pensar o tanto de coisas que aconteceram num piscar de olhos, três anos...
Terminei um relacionamento, fiz uma nova faculdade. Detalhe: não terminei! Resolvi que ia ser definitivamente uma profissional na área da saúde e sou mesmo. Perdi pessoas importantes, conheci outras pessoas, me propus a fazer coisas diferentes, briguei com pessoas leais, mas também briguei com as falsas, para alguns pedi desculpas, pra outros nunca mais dirigi nem sequer o pensamento, o olhar então, nem se fale...
Foram anos estranhos e ao mesmo tempo interessantes. Achei coisas que tinha perdido, principalmente as que estavam o tempo todo dentro de mim, mas perdi coisas que ainda me fazem falta hoje. Recebi vários elogios, mas também fui criticada severamente, sem dó nem piedade. Chorei por isso, mas também chorei por coisas bem menores e sem sentido. Só pra constar, chorar não fez nada melhorar nem voltar, como consequência, descobri que chorar não resolve o meu problema.
Desejei do fundo do meu coração ter alguém especial, também desejei não me apaixonar, implorei aos céus um sinal, disse que queria paciência, respostas, amor e uma série de coisas, mas perdi o endereço postal de Deus, porque nada disso aconteceu...
Dediquei-me  a pessoas que não mereciam minha atenção, descobri que falavam mal de mim, que triste! Pensei em me vingar... Ainda bem que não o fiz, pelo simples fato de ser exatamente como essas pessoas, me senti injustiçada e desejei que nada daquilo tivesse acontecido, fiquei trancada no quarto esperando o dia acabar, a noite passar, mas nem o sono não me fez companhia. Aprendi que não tem outro jeito a não ser mostrar a cara e enfrentar os problemas e assumir os erros. No fundo nem doeu tanto quanto eu achava que doeria, mas devo admitir que meu orgulho se incomodou bastante e ficou bem arranhado. Tive que cuidar dele numa outra oportunidade...
Duvidei do amor de pessoas importantes, mas quando eu tropecei, me esfolei, foram eles que me deram a mão e como ainda manco um pouco, eles são parte da minha muleta permanente, me ajudando e me auxiliando, exatamente por não fazerem nada e permitirem que eu descubra e encontre exatamente onde eu estou falhando...
A vida foi tomando um rumo diferente e me afastou de pessoas que eu nunca imaginei que ficariam fora da minha vida. Notei claramente que odeio a sensação de ser rejeitada e não vou me adaptar nunca ao fato do mundo não ceder aos meus caprichos...
Nesses últimos três anos o mundo não só girou, mas bagunçou, organizou e bagunçou a minha vida um milhão de vezes. Trouxe pessoas que estavam muito longe, me fez sentir frio no estômago e logo eu, tão enfrentadora, não tive coragem de ter um olho no olho. E pra falar a verdade, ainda fujo dessa situação freneticamente...
No meio de todas essas reviravoltas, meu coração virou e revirou... Hoje a única dúvida que eu carrego é pensar: “Será que o melhor é se preocupar com alguém?” ou “Se preocupar por não ter ninguém com quem se preocupar?”
Achei que tinha alguém especial, mas na verdade especial foi só o que eu senti que era, porque de especial não teve nada, além de longas ausências, inúmeras desculpas, uma série de justificativas para coisas injustificáveis, vazios e falas mal acabadas acerca de possibilidades sobre coisas que dizem acontecer e que na verdade nunca acontecem e nunca se concretizam.
Também tive ótimas conversas, discussões infindáveis sobre os mais diversos temas possíveis, mas as piores discussões foram as que eu tive comigo mesma. Devo confessar: como eu sou difícil de lidar...
Questões muito complexas de responder, diálogos íntimos, profundamente existenciais, mas no meio de tudo isso eu encontrei uma figura que ainda habita toda essa escura e fria cripta de mármore. Devo dizer que não fiquei lá muito feliz com essa descoberta, mas admitir que algo existe e que isso é um problema ou um fato, é o primeiro passo para um possível resolução ou para que eu possa pelo menos pensar nisso de uma outra forma...
Existe ainda um mundo imenso que está se descortinando e que eu não faço a mínima ideia do que será e do que virá, mas não dá pra fugir. A única fuga que ainda não aprendi a controlar e talvez nem queira é quando eu fujo por entre linhas de caderno, muitas canetas e adesivos e crio o meu mundo perfeito de palavras, frases e orações e as dúvidas são somente pontos de interrogação...

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