terça-feira, 12 de novembro de 2013

Se eu fosse escrever um livro!


Como seria se eu fosse escrever um livro sobre a minha própria historia?
Fico pensando: seria classificado como drama, comédia ou uma série de contos de ironias do destino?!
Durante todo esse período, que de fato é curto, até mesmo porque eu quero viver muito mais ainda...
Mas imagino que o primeiro capítulo seria um “mix” de desastres naturais, com uma pitada de situações cômicas, seguidas de um companheirismo muitas vezes momentâneo, mas do qual eu nunca me queixei.
Talvez nesse capítulo eu trate também de liberdade e da facilidade que eu tenho em permitir que as pessoas deixem a minha vida, de maneira como se nunca tivessem passado por ela. Talvez eu queira dizer que as minhas experiências nesse sentido não foram as melhores e que depois de tanto tempo eu achava que isso havia melhorado, mas tudo indica que não.
Devo tratar, em algum momento, sobre a facilidade das discussões e as palavras soltas que acabam brotando de mim como terra fértil. Isso também lembra meu próprio desejo de que as palavras dos outros causassem em mim algum “frisson”, alguma expectativa sobre o que pode ser melhor, mas parece que isso não ocorre.
Essa deve ser uma parte trágica do primeiro capítulo, dizendo sobre a minha incapacidade de amar, falando também sobre todas as pessoas que eu já magoei por não conseguir retribuir seus sentimentos à altura. Infelizmente eu tenho o péssimo hábito de dizer o que sinto, mesmo quando o outro não deseja ouvir, deve ser meu mau hábito com a verdade!
Hoje em dia as pessoas não gostam disso, hoje as pessoas gostam de pessoas superficiais, com sentimentos sintéticos, todos gostam de olhar os acontecimentos cotidianos e agir como se tudo fosse consequência das novas tecnologias, como modelos de uma nova era, adaptados, sei lá por quem, mas que devemos seguir. Ao que tudo indica posso abordar um pouco desse longínquo passado por não seguir, não gostar e nem me adequar a essas novas regras ou técnicas.
Nesse primeiro capítulo acho justo tratar de romantismo, abordando também como perdi o meu próprio. Quem sabe, talvez, até lembrar de quando eu mandava rosas vermelhas com chocolates, ou talvez das inúmeras cartas de amor... Se fossemos traduzir hoje, os críticos só diriam: "Quanta bobeira!", talvez até eu mesma dissesse isso...
A maioria das coisas perdeu o seu verdadeiro sentido, estagnadas num ponto de total falta de envolvimento, seguido de critérios de profundo interesse, em sua maioria, interesses materiais.
Não que seja da minha veia artística tratar dos inúmeros murros em pontas de facas que eu dei nessa minha jornada de vinte sete anos, mas alguns deles ainda sinto doerem até hoje, não que tenha sido o meu melhor, mas a dor também me tornou um pouco mais fria!
Se eu fosse escrever um livro sobre a minha própria vida, ele deveria ser recheado de grandes sorrisos, de olhos apertados, de abraços de urso e de grandes ouvidos, porque se tem uma coisa que fiz e faço muito é escutar, eu escuto problemas, escuto soluções, escuto lamentações e vou escutando, ainda acredito que nasci mesmo para fazer isso.
Se eu fosse escrever um livro... Talvez eu contasse também algumas verdades, talvez eu dissesse nas entrelinhas o que realmente aconteceu e como ocorreu. Talvez eu explicasse fatos escuros, talvez eu até explicasse de vez essa minha solidão!

Mas tudo isso, só se eu fosse escrever um livro! 

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