quinta-feira, 26 de maio de 2011

A doce ilusão da mentira


Depois do fim-de-semana acabei me questionando sobre um tema comum e que, de certa forma, faz parte da nossa realidade.  Engraçado que não só faz parte da nossa realidade, mas para algumas pessoas é a própria realidade.
Mentir.
O que leva uma pessoa a mentir???
Fiquei questionando sobre isso, porque, claro, obviamente eu mesma já menti, mas quando falo em mentir, realmente quero dizer o sentido bem patológico da situação.
Mentir por prazer de mentir, pra enganar, zombar, menosprezar as pessoas... Fiquei analisando verdadeiramente o que leva uma pessoa a mentir. Claro que, dentro de toda a minha curiosidade, só saber o porquê de mentir não é suficiente. Fiquei pensando sobre o motivo interno que leva essas pessoas a fazerem isso, a movimentar essa engrenagem única que uma vez colocada pra girar não pára mais. Acho que isso explica bem o clichê: “uma mentira leva à outra”.
E como eu não poderia deixar de relatar minha própria experiência de vida, eu já conheci alguém que mentia muito. Mentia onde trabalhava, mentia sobre o que gostava, mentia sobre o que realmente fazia e depois de todas essas mentiras fiquei até a duvidar se o nome específico desse indivíduo era o que ele havia me informado.
Engraçado que, embora sempre existisse algo dentro de mim que dissesse, ou melhor gritasse, que algo estava errado, eu não me importei. Quando verdadeiramente descobri “a verdade”, eu nem me incomodei, simplesmente me afastei.
Quando me refiro a afastamento, se trata de um afastamento efetivo mesmo, onde não há mais conversas, não há desculpas, não há justificativas e menos ainda, explicações. Esse afastamento se refere a quase uma aniquilação completa de qualquer lembrança que um indivíduo dessa natureza possa ter deixado em mim. Não me senti mal em fazer nada disso e nem me arrependo de que as coisas tenham sido dessa forma, mas uma coisa ainda existe dentro de mim: o sentimento de pena, de dó, por saber que mais do que contar uma mentira pra um estranho, essas pessoas enganam elas mesmas, fingindo ser algo que não são, fingindo gostar do que não gostam, fazer o que não fazem.
Sinto pena porque já é tão pesado carregar as nossas próprias máscaras, tendo que olhar todo dia pra coisas que podemos nunca verbalizar com outras pessoas, mas que vão estar lá e que nós vamos ter que olhar. Tudo isso já é tão desconcertante e pesado e doloroso... Agora imagina uma pessoa assim, que já não consegue mais nem diferenciar ,o que é dela, o que é mentira, o que ela acredita, ou o que disse para as pessoas que acredita.
Mentir só pode nos levar à loucura, afinal como podemos sustentar tantos personagens de uma única vez?
Uma coisa importante que aprendi com isso é a conseqüência por ser dessa forma... Ou seja, mentir faz com que sejamos sozinhos, abandonados, isolados, faz com que as pessoas nos menosprezem e não confiem em nós. Faz com que sejamos tão desacreditados que depois de uma vida assim, nem se estivermos morrendo ninguém mais nos ajudará. E o mais triste de tudo isso é saber que inevitavelmente você ficará perdido dentro de situações que já saíram de seu controle e que nem você pode dizer mais se são mentiras ou verdades.
Por isso não me arrependo nunca de, mesmo diante de situações não tão agradáveis, eu ainda sim digo o que verdadeiramente estou sentindo. Não espere ouvir de meus lábios palavras para massagear o seu ego, nem que eu vá mentir só pra que você não fique chateado, afinal, hoje eu ainda quero me deitar pra dormir, e ao fechar meus olhos reafirmar dignamente cada uma das teorias em que acredito.

Um comentário:

  1. Pois é, quem nunca mentiu que atire a primeira pedra, e eu ja estou saindo da frente... kkkk

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