segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A melhor parte da vida




Estava aqui pensando em como dentro de um milionésimo de segundos nós, seres humanos podemos passar da extrema tristeza para extrema euforia.
Sinto-me verdadeiramente privilegiada por ter tantas habilidades e ter tantas pessoas ao meu redor, se bem que só tê-las comigo não é o que faz a diferença, mas saber que cada uma delas participa ativamente da minha vida.
Percebo que refletir sobre determinados problemas sozinha nem sempre me faz achar uma solução, mas refletir verbalizando com alguém de confiança não tem preço.
Todos podem dizer que tem alguém de sua mais íntima confiança, mas como eu tenho, acredito que ninguém.
Confiar é se entregar de coração aberto aos olhos e ao colo do outro e se despir de máscaras e mostrar que você não é tão boazinha assim e se acabar em lágrimas por coisas que nem dependem de você e muito menos dessa pessoa que te escuta. É dividir as alegrias em igual proporção, é poder dividir sendo uma conquista de equipe. É poder ser frágil quando todos esperam de você a mais dura fortaleza; é poder dizer que sente raiva; é poder abraçar gostoso; é poder dividir uma noite inteira de filme e pipoca, ou então, nem isso, só de ficar na companhia já basta.
É passar a madrugada toda conversando e a conversa parar quando uma de repente dorme e do nada você ouve: cri... cri... cri...
É poder contar pra ela todas as coisas que você não tem coragem de dizer nem olhando no espelho; é pedir conselhos e dividir as lamentações porque o único cara que você possa ter chegado mais próximo de amar nessa vida é um completo idiota e você vai ter que se conformar que todas as probabilidades matemáticas dizem que vocês vão ficar separados, mas ela com toda a sabedoria ainda consegue ver um restinho de esperança em tudo.
É passar o fim de semana inteiro contando as horas para se ver, para colocar a fofoca em dia, porque nem uma e nem a outra quis ligar pra não invadirem uma o espaço da outra.
Confiar é ter alguém assim na sua vida, é saber que você pode se interessar pela pesquisa mais excêntrica e diferentemente louca que possa existir e ela vai estar lá com você, analisando e criando teses. Saber que você vai ouvir uma música linda e vai lembrar de alguém que talvez nem te mereça ou que nem te reconheça da mesma formam, mas ela vai baixar a discografia inteira da banda pra você e te consola dizendo: “aproveita, eles têm outros álbuns bons.”
É saber que a hora da partida pode chegar a qualquer momento, mas vocês nem ao menos conseguem se preocupar, porque tanto uma quanto a outra sabe que quando verdadeiramente conquistamos algo, isso não se perde por mera distância.
Ter alguém assim como eu tenho é saber e acreditar que eu posso chorar, que eu posso me lamentar, que posso errar, que eu vou sempre aprender mais e mais, que posso ir e posso voltar assim como o vento, e mais do que ter todas essas certezas é saber que seja lá qual rumo nossas vidas vão tomar, mas que sempre ela vai me amar!

domingo, 28 de agosto de 2011

Reflexão




Parei pra analisar determinadas situações e me veio a seguinte reflexão: “o que exatamente significa amar alguém?”
O que nos faz realmente amar alguém? Afinal, durante todo o tempo somos bombardeados por sentimentos, sejam nossos, sejam do outro. Amar deve ser quando o seu próprio sentimento sai do seu controle real e racional e fica à disposição do seu próximo, ou melhor dizendo, do seu objeto amado...
Se fosse tudo assim como as palavras descrevem seria até bonito, acontece que quando descobrimos que estamos amando alguém, nem sempre o outro também nos ama... Aí começa todo o sofrimento...
E voltando a primeira e mais importante de todas essas colocações: o que significa amar alguém? Quais motivos nos levam a amar alguém?
Seria por pura afinidade, por esse alguém estar ao nosso lado o tempo todo (ou pelo menos boa parte dele), por nos sentirmos felizes de tal forma que chega a ser indescritível, por tirarmos momentaneamente os pés do chão, por sentir o coração acelerar, sentir uma euforia sem igual e logo em seguida uma sensação de pura paz interna???
Talvez seja por todos esses motivos...
Amar entra na parte em que conseguimos nos conectar com o outro em todos os aspectos possíveis dentro dessa existência, se sentir completo por si mesmo e essa completude extravasar e inundar o outro com a sua própria felicidade e sensação de estar tudo bem.
Amar nos faz pensar nas manhãs acordando juntos, sentindo os pés se encostarem, o longo abraço entre milhões de beijos e outro. Olhar o dia que começa e o primeiro pensamento estar relacionado com a certeza absoluta de que quem está ao seu lado, assim o faz por livre e espontânea vontade, que as incertezas se foram quando os olhos se cruzam, quando os lábios se tocam, quando se segura a mão como se tivesse te pegando no colo.
Amar é tudo isso e um pouco mais, talvez seja por esse motivo e por tantos outros que é tão complicado vivenciá-lo plenamente, pelo principio básico de que, embora todos esses sentimentos e sensações sejam extremamente maravilhosas, compensadoras e gratificantes, ainda assim, não é possível vivenciá-las sozinha...  

Divagações 3



Mais uma vez a vida me leva a outros rumos... Fico imaginando a situação que vivo hoje, tudo parece tão comum e tão cômodo. Às vezes sinto que a possibilidade de uma dessas coisas mudarem é quase que fora de lógica ou até mesmo impensáveis, mas ainda assim, sei que essa hora vai chegar.
Ainda há pouco tempo atrás me referi à minha vontade de fazer com que determinadas coisas aconteçam como “a cartada do destino”.
Engraçado que me perguntaram se eu tenho coragem de pular no poço, se tenho coragem de me arriscar por determinadas coisas e até mesmo por determinadas pessoas... Talvez a resposta imediata eu não possa dar, mas posso garantir que tenho grandes habilidades para criar situações onde todas essas coisas possam ser colocadas à prova. Garanto que em momento algum eu me arrependerei do que eu mesma posso criar, pois esse é o território que eu conheço. Eis que a pergunta que eu faço nesse momento é muito simples: “até onde você pode ir?”; “o que você é capaz de fazer?”; “até onde você acredita que isso vale a pena?”; “você teria coragem de pular no poço?”.
Desculpem-me, mas a frase “que seja eterno enquanto dure” pode ser rima perfeita para as músicas de pagode que muitos ouvem pra tentar acreditar que uma coisa que não vai nunca dar futuro vale a pena. Infelizmente eu não acredito nisso! A frase “que seja eterno enquanto dure” quer dizer que seja lá o que for que acabou de nascer, já nasceu morto... Falta somente coragem pra finalizar, coragem pra dizer que isso não vai dar certo, então, por falta de coragem a gente espera a cartada do destino, assim como eu esperei, ou seja, eu crio o meu próprio final. Não pense que eu não assumiria meus compromissos pré-estabelecidos, mas antes de assumir qualquer coisa eu preciso de um motivo, e infelizmente, motivo foi o que eu nunca tive para assumir qualquer coisa. Talvez muitos digam que eu sou egoísta, é, talvez eu seja mesmo, mas ainda não encontrei razões que me façam pensar em alguém que não pensa em mim...
Hoje venho dizer através dessas curtas ou talvez longas linhas que minha cartada do destino foi jogada. Por enquanto não posso dizer quais os estragos que ela causará, não posso dizer quantas pessoas ela afetará. O que posso dizer é que, o que eu conquistei estará comigo para toda a vida, mas para aqueles que ficaram esperando o melhor momento para ser, o melhor momento para fazer, o melhor momento para escolher fazer parte, para esses chega ao fim a grande jornada, porque eu não tenho o hábito de blefar, eu só jogo pra ganhar.
Quero que fique claro que aprendi muito, que descobri muito de mim durante todo esse tempo, mas nunca vou esquecer a maior e talvez a melhor frase que eu ouvi: “Sabe Rafa, todos nós caminhamos para a evolução, isso é inevitável, não se contente com a ignorância, não se deixe levar pelo caminho mais fácil, trabalhe sempre com dignidade e uma coisa importante, se permita sentir, se permita gostar, se permita amar”.
Talvez eu não tenha me permitido tanto quanto eu gostaria, mas posso dizer que mesmo assim venho aprendendo muito, aprendendo numa escola que jamais outros poderão estudar no mesmo nível que eu, pois esta escola é a escola da minha própria vida.
Queria de verdade escrever um texto onde eu dissesse que hoje tenho pra quem voltar, que tenho raízes em alguém lugar e que um colo quentinho me espera. Mas isso não é verdade, esse texto é a primeira parte de uma série inteira de possíveis lamentações, com inúmeras esperanças nascendo, posso dizer que este seja o primeiro texto que elucide o momento exato onde dois caminhos se separam.
Não posso dizer que isso me deixa feliz, mas não posso dizer que eu não tenha procurado isso.
À Sueli, minha querida amiga, todo o meu amor, gratidão por sempre ter estado ao meu lado, por sempre me mostrar como a vida nos mostra caminhos diferentes, mas sempre reafirmando que amores pré-concebidos jamais poderão morrer. Aos meus pais, que mesmo diante de toda minha rebeldia, estiveram ali presentes, me deixando ser sempre eu mesma mesmo com todas as excentricidades e a mim mesma por nunca perder a vontade de conquistar o mundo, por nunca perder o entusiasmo de ir ao infinito e além, de sempre acreditar que por pior que seja a situação ela sempre vai ser um reflexo de algo que eu tenha feito anteriormente.
Fecho esse texto com o coração aberto e com uma felicidade que não cabe dentro de mim, pois sei que realmente posso mais, sei que minha bateria é infinitamente durável e que meu dispositivo é realmente nuclear...


Divagações 2



E pensar que quase desisti de tudo por tão pouco, mas cada vez que isso acontece, só consigo perceber como posso ser mais forte.
Os dias vão passando e eu consigo notar qual é a minha verdadeira função e que culpar a Deus pelos meus problemas não faz com que eles se resolvam, mas acreditar que Ele existe faz com que eu tente compreender ainda mais o enorme processo de mundo do qual eu faço parte.
Hoje pra mim foi um dia muito importante, não só porque eu realizei algo grande, mas porque eu consegui chegar confiando em mim mesma, acreditando nos planos de Deus e confiando na minha própria capacidade de discernimento. Conheci alguém interessante, reafirmei um vínculo com alguém muito querido, dei noticias boas, me senti feliz por alcançar determinados objetivos, por me sentir capaz de fazer, de realizar, de estar, me sentir pertencente a algo.
Isso tudo que aconteceu, embora tenha me deixado muito feliz, não é a melhor e a maior fatia do meu bolo, pois a maior e melhor fatia está lá, junto das pessoas que eu amo, junto dos que torceram pra mim, junto com aqueles que me apoiaram, que me ligaram pra demonstrar preocupação, lá junto do meu pai que, mesmo dentro de todos os seus longos momentos de silêncio, nesse momento específico me aconselhou, minha irmã que disse: ”olha, só posso dizer uma coisa: seja você mesma o tempo todo e tudo vai dar certo!” A mensagem de uma amiga muito querida que dizia “jamais duvide daquele que te devolveu as esperanças”.
A todas essas pessoas eu sou imensamente grata, minha felicidade está em saber que mesmo eu aqui, longe, falando pouco e mandando poucas notícias, vocês ficaram torcendo por mim e me apoiando constantemente.
Pode ser que no dia de amanha eu não mais esteja aí, do lado de vocês, mas isso não significa e jamais significará que eu estou longe, pois meu coração sempre estará aí com vocês, afinal, pode-se tirar tudo de um homem, mas jamais aquilo que ele conseguiu alcançar com seu próprio esforço e merecimento. Não se pode tirar o reconhecimento, nem o bem- querer das pessoas, nem seus sentimentos.
Sinto como se minha vida fosse um livro e hoje dou início a um novo capítulo. Talvez este seja o capítulo mais ousado, com o título mais atrevido, mas ao mesmo tempo com a historia mais emocionante que eu possa viver... Não acho que isso seja um ponto final, mas sim uma fase, mais uma fase no meio de tantas outras que já vivenciei, uma fase diferente, dentro do reconhecimento de minha própria profissão, onde eu me reconheço como sendo capaz de fazer o melhor dentro daquilo que eu escolhi para minha vida.
O que posso dizer é obrigada, o que posso sentir por tudo que aconteceu e por todos que me apoiaram é gratidão.


terça-feira, 21 de junho de 2011

Adeus


E, finalmente, chega a hora do adeus... Parece um tanto quanto triste dizer isso, assim como um “final”.
Se bem que, pela análise lógica da coisa, não se pode começar algo em nossas vidas sem antes terminar o que havíamos iniciado.
Embora isso nem pareça assim tão importante, eu de fato acho fundamental o término, aquele momento onde a gente coloca o ponto final na coisa, e recolhe os cacos do que sobrou, tenta colar com super bonder e... Bonito, bonito, não fica, mas passa a ser o princípio de algo diferente.
Não vou dizer que essas situações não nos deixam marcas, seria quase que impossível dizer tal coisa, mas ainda assim, aprendemos muito com cada tombo que levamos.
Hoje, finalmente, posso dizer adeus, não há mais culpa, nem vejo necessidade nenhuma da minha presença nesse espaço. Só o que   deve ser e nada mais, como um trecho de uma música do Titãs: “Veja só o que restou do nosso caso de amor, tratamento respeitável de Senhora e Senhor... Titãs – Senhora e Senhor”.
Descobri que realmente migalhas não me satisfazem e o que eu quero, eu quero por completo. Chega um momento em que as pessoas simplesmente não são suficientes, isso é absolutamente normal, fora do normal é não se contentar com isso e ainda assim continuar.
Percebo mais que isso, percebo que lealdade é algo constante e que não precisa ser demonstrado só na minha frente, mas o tempo todo, constantemente. Não se passa a mão na cabeça e depois agride pelas costas.
Nessa hora vejo como não me arrependo de ser exatamente como eu sou. Amiga quando amiga e inimiga quando inimiga, não há um meio termo. Não espere de mim palavras que tenham como finalidade te agradar, sou definitivamente cada vírgula do que eu penso sem mudar nenhuma delas.
O que mais gosto em mim é o meu nível de observação, não há o que eu não possa ver, não há que eu não possa saber e digo mais, que não há espaço que eu não possa penetrar... Isso pelo simples fato de ser de verdade...
 Hoje, de fato, muitas coisas mudam, eu realmente saio de um estágio probatório pra confirmar que o produto que tentei comprar realmente não era bom, vinha defeituoso e ao que tudo indica, não há conserto, se bem que gosto mais do termo “O lobo perde o pelo, mas não perde o vício”.
Seria trágico se não fosse cômico! Enfim, ter minha vida revirada de pernas pro ar num domingão inteiro; ter ganho uma viagem só de ida pra bem longe de tudo que eu gosto foi uma sensação única. Ter o olhar de julgamento dos entes queridos quase que te fuzilando e dizendo: “você fez cagada”; ter sensações horrorosas de que o mundo realmente poderia desabar nas minhas costas e mais que isso, além de desabar eu provavelmente não suportaria. De fato todas essas coisas não tiveram preço... E por serem inestimavelmente incalculáveis são extremamente danosas. Minha vida toda quase foi destruída por um ato incontrolável de fúria, por algo que de fato culpa minha não era, afinal, não posso fazer parte da falta de zelo de outras pessoas. Penso que nenhuma desculpa ou palavras de ressentimento possam consertar tal dano, mas entendo perfeitamente a postura tomada, acredito que eu também ficaria do lado mais fragilizado, até aí perfeitamente aceitável, só não me peça compreensão. 
E nesses momentos é que percebemos exatamente como as pessoas são, e descobrimos exatamente do que são capazes. Não digo que isso é mal, muito pelo contrário, demonstra verdadeira presença, demonstra que este outro realmente faz parte da sua vida, enfim, companheirismo, parceria, mas no meu caso, significa simplesmente que não quero mais compactuar com esse tipo de atitude, não me faz bem, isso vem me tirar um peso das costas e vem me provar que nem sempre quem te passa a mão na cabeça sempre está ao seu lado. Penso que de agora em diante uma parte de mim deixa de ser, assim sendo modificada e adaptada a uma nova situação. E eis que chega ao fim uma canção que um dia escutei: “E se eu não chegar cedinho, espere mais um bocadinho – Túlio Borges - Zorro”. Eu simplesmente não espero, a vida não espera, o mundo não espera, nem o relógio espera... E termino esse texto de hoje com duas simples palavras usadas no cinema americano, mas muito popular aqui no Brasil: “The End”.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

...



Não há situação pior do que ter que esperar a vontade do outro, pra completar não há violência interna maior do que ter que passar pelo julgamento do outro. Na verdade fico a me perguntar o que faz essas pessoas tão diferentes assim para elas se julgarem no poder de decidir se alguém é bom o suficiente para algo sem nem ao menos uma avaliação mais profunda.
A violência do julgamento é tão devastador que pode ceifar das pessoas um principio de vida chamado esperança, tornando o pensamento motivador em veneno para que continuemos. Nesse momento, se não olharmos atentamente para nós mesmo é bem provável que deixemos esvair uma energia vital muito grande.
O mais triste de fazer essas terríveis colocações é ter que dizer que no mesmo dia da mesma semana passei pelas duas, a sensação é mais do que um vazio interno, é muito mais do que a impotência, é mais do que se sentir inútil.
Só tem uma diferença no meio de tudo isso, eu não me deixo levar por nada disso, tento arrancar forças de dentro do meu íntimo e me segurar o máximo pra que meus olhos não transbordem em lágrimas, e muitos diriam, que chorar é a atitude mais infantil que alguém poderia ter. Eu não discordo em nada, afinal como uma criança chorona que sou eu só quero colo, sentir o calor de alguém que me ame e me diga que tudo está ruim mas que não vai ficar assim e que tenho com quem contar e que sou capaz sim de vencer de fazer de realizar e que não há “dor de cotovelo” que possa arranhar a pintura do meu comprometimento.
Quanto ao resto que a gente espera para um relação feliz, eu já parei de esperar, mas se um dia nessa vida eu tiver que aconselhar, jamais o diria.
Fico pensando em qual seria o maior desejo do meu coração. Não seria difícil dizer, mas já acho não valer mais a pena, tanta espera, tanta expectativa e pra que? Talvez realmente existam alguns investimentos que nunca renderão nada, investimentos que não valem o esforço, nem o tempo nem as lágrimas e o pior investimentos que não compensam abraços nem longos sorrisos.
Já faz alguns dias que eu disse a uma amiga que talvez eu seja a ultima romântica... RS... Menti... Acho que não sou nada romântica, como podemos chamar de romântico alguém que trata seu amor como investimento?
Mas tudo bem... afinal não podemos acertar todas e nessa definitivamente eu não acertei!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Divagações 1

Eu estava analisando determinadas situações a meu respeito, percebo que sempre me expresso com clareza, que sempre dou minha opinião sobre os assuntos, principalmente os que me interessam. Sempre sei da maior parte das coisas que se passam, principalmente comigo, não deixando nada passar batido, nem sequer um pensamento, frase ou sentimento.
Sempre faço questão de analisar e esmiuçar tudo, mas de uns tempos para cá, alguma coisa não vem tendo a mesma entonação, não estou mais fazendo muita questão de me expressar, nem de demonstrar sentimentos, nem de fazer com que as coisas caminhem, simplesmente é como se eu tivesse enojada...
Quando situações desanimam, quando as pessoas perdem o brilho, quando não se tem mais vontade nem disposição para entender, quando sentimos o vazio que definitivamente não será preenchido, não há o que fazer e não há o que reclamar e menos ainda para quem reclamar.
Nessa hora viajo no mundo que mais me é familiar, no meio de pensamentos e possíveis soluções, tento me explicar, me justificar e até mesmo entender que as coisas não são da forma idealizada como sempre espero.
Antes, era como se tivesse um motor trabalhando em alta velocidade dentro de mim, que não precisasse de combustível nem de manutenção, só trabalhasse e gostasse de assim o fazer, mas agora as coisas perderam a graça, não sinto toda a empolgação e infelizmente, o que sempre acontece, assim como em qualquer processo, está acontecendo uma parada, talvez necessária, talvez forçada, que se traduz numa racionalização que é imensurável.
O pior de tudo isso é que não sei dizer se existe uma forma de que esse processo não ocorra... Talvez exista, ou talvez não...
Só posso dizer que cada vez mais tenho passado o tempo pensando em coisas que talvez eu nunca vá executar e idealizando momentos que talvez nunca venham a ocorrer e me distraio por fazer as coisas que me são obrigações, e tento tirar o maior prazer que essas tarefas possam me dar, sem muito reclamar e menos ainda sem deixar que elas parem de acontecer.
Não sei quanto tempo isso vai durar. Geralmente são insights rápidos causadores de mudanças repentinas, mas na maioria das vezes definitivas. Não sei dizer se gosto ou não dessa situação, ela me parece incomoda no começo, me deixa um pouco confusa em determinados momentos, mas elas acontecem. Não posso dizer que venham do “nada”, afinal, não há criação do vazio, não há existência no “nada”. Mas mesmo sem saber exatamente qual peça foi mexida pra que isso acontecesse, sei que as movimentações internas se seguem sem parar.
Não sei se tanta racionalização resolve o problema, se bem que sentimentalismo nunca foi minha maior virtude... Procuro sentir mais do que pensar, mas esse tipo de atitude vem se tornando cada vez mais difícil e mais complicada, pois a cada dia que passa, mais apertado fica o espaço que todo esse sentimento ocupa e maior se faz o campo das idéias.
Pode ser que esse processo venha a ser revertido, assim como tantas outras coisas foram, só não posso dizer como e nem quando isso ocorrerá. O que se sabe é que não existe um culpado pra isso, além da minha própria pessoa, afinal quem mais é responsável por meus sentimentos que não eu mesma?