quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Para recomeçar...




A gente começa a perceber que a vida vai tomando seu rumo normal, depois das comemorações, muitas vezes depois das bebedeiras e de certa forma até mesmo depois das discussões.
Fazemos um balanço geral de tudo que vivenciamos o ano todo, de todas as pessoas que passaram pelas nossas vidas e também das pessoas que nela permaneceram.
Todo início de ano, trás com ele as mesmas coisas, a tentativa de ter um emprego melhor, a expectativa de novas oportunidades, de uma redescoberta íntima, do aumento da renda familiar ou até mesmo da renda particular, na verdade o começo do ano é nada mais do que a possibilidade de nos melhorarmos, embora eu perceba que nem sempre trabalhamos verdadeiramente pra essa realização esperando um milagre ou uma modificação milagrosa vinda do além fazendo com que as coisas aconteçam.
Não vamos receber uma proposta de trabalho melhor se não nos dedicarmos ao emprego que temos hoje.
Não há como conhecer novas pessoas ou mudar o círculo de amizades se continuarmos frequentando os mesmo lugares ou se simplesmente não sairmos do conforto que temos hoje.
Pensar no amor é a parte mais gostosa para os descompromissados e também para os compromissados, isso porque sempre temos uma série de planos ou pra encontrar a alma gêmea ou pra conseguir manter a que temos.
E então me pergunto: Qual o nosso nível de comprometimento com essas causas depois do primeiro mês do ano???
Depois de todo esse discurso bonito, de novas propostas e novas ideias para um bom início de ano... Podemos dizer que isso tudo é como um sonho que se acaba no dia três de Janeiro.
A vida volta ao normal como se nunca tivesse sido diferente, voltamos para o ponto de ônibus para pegar a condução para o serviço, colocamos os relógios para despertar para não perdermos a hora, falamos bom dia para a boa e velha xícara de café e vamos trabalhar com a vontade de que ainda fosse feriado, passamos os dias subsequentes desejando o fim de semana e pensando em tudo que poderíamos fazer.
 Nos percebemos cansados e justificamos o fim de semana para assim descansar.
Passado os primeiros quinze dias do mês, perdemos todos os compromissos de mudança, deixamos de lado o bom emprego, a procura de um companheiro e todas as expectativas de ser uma pessoa melhor e desejamos freneticamente que o mês de fevereiro chegue.
Desejamos feriados e não ter que ser responsabilizados, pensamos em quantos dias vamos folgar, pois começa o tal do carnaval, todas aquelas propostas feitas em janeiro deixam de ser prioridade e dizemos: "Ah é carnaval, vamos nos divertir" – e todo o resto vai ficando.
Aos que gostam que me perdoem, mas o carnaval hoje é a festa do descompromisso e da falta de responsabilidade!
Então todos saem às ruas quase que sem roupas, ou muitas vezes sem roupas mesmo, cantam musicas vulgares e permitem ser tratados como mais um dentre a multidão, permitem-se também serem objetos de realização de desejo imediato, relacionando-se com qualquer cara ou qualquer garota sem nenhum auto respeito.
Acabou o carnaval uma escola de cada estado ganhou uma competição sem finalidade e os garis já cataram as toneladas de lixo deixados nas praias, nas avenidas e nos centros de comemoração. As pessoas voltam para as suas casas se vangloriando do tanto que beberam, de quanto gastaram, de quantas garotas ou quantos caras pegou, de quanto e como dançou e de que forma aproveitou.
Passada a agitação do carnaval e tomados por uma sensação de remorso pensam na famosa "quaresma", onde por quarenta dias podemos ver as pessoas divididas em dois grupos, os muito arrependidos que fazem as chamadas intensões lembrando parte das propostas de melhoramento do começo do ano e um segundo grupo que eu analisaria como os “furas dieta”, que é assim, pra todo mundo esta de dieta, mas de vez em quando come um bolinho, toma um sorvetinho, saboreia algumas guloseimas e colocando na balança não fez dieta nenhum dia.
E quando nos percebemos já estamos envolvidos com a Páscoa, com recolhimento, feriados religiosos, que servem somente de feriados mesmo, porque a muito se perdeu do verdadeiro sentido do feriado de Páscoa, então presenteamos as crianças com os famosos ovos de chocolate e todos parecem ficar felizes e depois de trabalharmos muito temos logo em seguida o “dia do trabalho”, que permite que todas as pessoas descansem logicamente após tanta dedicação com seus compromissos.
Para quem conseguiu no meio de tanta promiscuidade encontrar uma pessoa legal, ou pra quem conseguiu manter a pessoa que tinha depois do maior evento de promiscuidade oferecido por esse país agora vão comemorar o “feliz dia dos namorados” para as pessoas que não se encontram nessa posição amorosa mais um dia normal...
Logico que a essa altura já estamos na metade do ano e se chegamos até aqui porque não dar uma paradinha não é mesmo?
Então temos férias de julho para criançada ficar em casa e as pessoas descansarem e se der viajar, afinal estar sem afazeres por si só gera afazeres, nessa época do ano geralmente queremos jogar as coisas que não prestam fora, ou limpar o armário, arrumar o guarda roupa, aprender a fazer algo novo e assim chegamos ao mês de Agosto...
Nessa hora notadamente percebemos nosso desgosto, percebemos que não fizemos nada o ano inteiro, que o ano já esta quase pra terminar novamente, que não é uma boa ideia sair do emprego agora, nem fazer investimentos muito altos, agosto parece ser o mês mais lento do ano, onde os dias passam arrastados, as horas são longas e a todo momento percebemos que continuamos sem dinheiro, sem amor e sem coragem pra correr atrás.
Setembro e Outubro são chamados de "os meses que não vemos passar", nada acontece a não ser a correria de tentar guardar um pouco de grana, aproveitar os feriados pra realmente descansar, tentar arrumar um namorado ou uma namorada para os que não arrumaram ainda! Quando se percebe aí esta o lindo Novembro...
Começa o mês e o feriado é pra somarmos as perdas desse ano e de todos os anos da vida que já esta se passando, nos lembramos de pessoas que já se foram a muito e das que se foram recentemente e pensamos que a vida delas poderia ter sido tão diferente, nos vemos com nossas vidas em mãos e nos sentimos obrigados a fazer algo a respeito, tomamos assim uma dose de animo e disposição, sentimos que somos responsáveis por fazer um mundo melhor e por sermos uma pessoa melhor, nos lembramos dos que não tiveram essa oportunidade ou dos que a perderam por bobeira e decidimos que vamos fazer alguma coisa, mas...
Dezembro, em dezembro não há o que começar... Dezembro enche nosso coração de boas intensões natalinas e passamos o mês todo fazendo os últimos ajustes de tudo que não fizemos o ano inteiro, e você pensa que tudo esta engatilhado quando na verdade você ainda vai ter que correr atrás e ainda vai ter que lidar com as festas de fim de ano que estão chegando...
Resumo do ano, estamos no ano novo outra vez e o que você fez?????
Nada...


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