segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Querer o que não se pode ter





Passeando pelos sites de relacionamento, hoje de manha vi uma frase que me chamou atenção e também me fez refletir numa afirmativa que realmente faz sentido: “as pessoas gostam de tudo aquilo que não podem ter”.
Parece estranho dizer isso assim, uma verdade nua e crua, com um toque até de masoquismo, ou como trataria Nelson Rodrigues, nada mais que - “A vida como ela é”.
Temos a tendência de querer o que vai além de nossas possibilidades de conquistar. Por esse motivo talvez nos distanciamos ainda mais de realizar, deixamos de olhar o que esta ao nosso lado, deixamos de perceber o que realmente importa e direcionamos nossas vontades e nossos olhos para tudo que é superficial, longe, muitas vezes irreal.
Isso me fez lembrar que como agravante ainda nos sujeitamos a situações constrangedoras onde somos simplesmente desvalorizados, aceitando muitas vezes humilhações, mas também existe outra faceta não muito comentada, talvez por resquício dos antigos apaixonados do século XIX caracterizado pelo Romantismo, mas que trata exatamente dessa face obscura, pois sofremos muito e reclamamos muito, mas nos esquecemos de quando somos nós os causadores de dor no outro.
Desejamos o que não podemos ter, porque o que está ao nosso lado não serve, nós menosprezamos, tratamos com indiferença. Somos campeões em achar defeitos naquilo que temos, como diz o ditado “a grama do vizinho sempre é mais verdinha”.
Notadamente esta na hora de nos percebermos como seres ativos em nosso processo evolutivo, somos responsáveis pelo sofrimento que causamos nas outras pessoas sim, muitas vezes damos de ombro e ignoramos tais fatos, mas temos que aprender que desejar o que não podemos ter nada mais é do que uma maneira dolorosa de nos decepcionarmos de auto boicotar nossa própria existência e nosso sucesso, deixando de perceber as maravilhas que já conquistamos direcionando nossa atenção para aquilo que não temos.
Valorizar os atributos positivos que temos, compreender nossas limitações, aceitar que o mundo não cederá aos nossos caprichos e compreender acima de tudo que você é o verdadeiro e único responsável pelas consequências da sua vida, nos permite dar  o primeiro passo sentido a reforma intima.
Conseguir alcançar grandes coisas começa na conquista verdadeira dos pequenos atributos diários.

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