terça-feira, 22 de março de 2011

A vida

O que prevemos raramente ocorre, o que menos esperamos, geralmente acontece...


Talvez, nesse momento, eu diria com todas as letras: “nossa, como a vida é contraditória!”, mas, devido a muitas experiências, por assim dizer, só me é permitido fazer a seguinte colocação: “como a vida é perfeita!”.
Às vezes, acreditamos que precisamos de tantas coisas para ser felizes, tantas, que páginas e páginas ainda não seriam suficientes para descrevê-las. Mas, nesse momento, digo que isso não é verdade, temos tudo que precisamos para podermos fazer de nossa existência algo mais digno, temos tudo que precisamos pra podermos melhorar como seres humanos. Porém, o que acontece é que nem sempre estamos interessados em aperfeiçoamento moral, nos agrada mais uma boa vida com riquezas e conforto. Acabamos por esquecer como nosso semelhante é importante, o quanto podemos aprender e crescer com ele, e isso não vai nos custar mais do que paciência e boa vontade, um preço alto para aqueles que têm desvio moral, mas não para os que compreendem que a finalidade da existência está na convivência com o próximo.
Nesses últimos dias eu venho tendo inúmeros momentos de felicidade, felicidade o suficiente para ficar exultante e com brilho nos olhos. Isso tudo quem me proporcionou foi alguém de quem eu nunca esperava. E que por muito tempo imaginei que houvesse feito somente promessas vazias e jogado palavras ao vento. Foi por me permitir estar ao seu lado, foi por me permitir conhecê-lo, que consegui encontrar um tesouro dentro de quem eu jamais esperaria. E lembrei-me de uma passagem de Shakespeare: “... descobre que algumas vezes as pessoas que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se...”. Isso, com toda certeza, tem muita lógica.
Nesses últimos dias venho experimentando amores dos meus dissabores e dissabores dos meus amores... Mas já nem reclamo mais, afinal, ainda não cabe a mim, decidir quais serão os fatos da minha vida. Mas ainda é minha a decisão de escolher como eu vou me sentir em relação a isso, se prefiro amargar e perder as oportunidades que a vida me dá, ou se prefiro seguir e quem sabe até deixar para trás o que não me causa bem-estar. O que não significa dizer que, mesmo deixando pra trás eu não tenha aprendido nada. Com toda certeza aprendi, mas a corrente da vida não espera a maré baixar para provocar as ondas...
Eu percebi que o meu maior tesouro está comigo e por mais que eu perca coisas ou que eu abandone pessoas, isso não me afetará, pois as lembranças sempre permanecerão aonde quer que eu vá.
Descobri que minha felicidade vem da felicidade de fazer minha pequena Júlia feliz. Minha felicidade vem de poder fazer aquilo que mais sei fazer, que é trabalhar na atividade mais gratificante que poderia existir para mim, que é no contato com o outro. Não só com o outro em si, ser particular, mas com a alma do outro, com a essência única e exclusiva, que precisa mais do que técnica e teoria para compreender, é necessário sensibilidade. Sensibilidade para tocar e não estragar, para movimentar sem tirar do percurso, para integrar sem derramar, para simplesmente compreender o que é o ser...


Um comentário:

  1. A vida só tem um sentido pleno e real quando nos doamos integralmente ao outro. E esse outro pode ser muito próximo mas também pode ser apenas um transeunte que você ampara e socorre.
    A felicidade consiste em termos a consciência do dever retamente cumprido, quando você encosta a cabeça no travesseiro e fazendo uma análise do seu dia, você chega à conclusão de que fez todo o bem que podia.

    ResponderExcluir